07-02-2019, 12:15 AM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 07-02-2019, 08:21 AM por Fernando_R1.)
A guerra produz grandes heróis, homens comuns que em momentos difíceis, superam com obstinação as condições mais adversas. Um desses verdadeiros heróis nacionais fardados é o Sargento Max WolffFilho, ícone da Força Expedicionária Brasileira (FEB), cuja data de nascimento é celebrada em 29 de julho.
![[Image: VJpnD3D.jpg]](https://i.imgur.com/VJpnD3D.jpg)
O culto aos grandes vultos militares nacionais é uma característica das Forças Armadas do Brasil. Relembrar a trajetória desses personagens é a ponte entre o passado e o presente de Instituições seculares como o Exército Brasileiro, o que ajuda a explicar em grande parte sua trajetória retilínea em 369 anos de história, a coesão de seus efetivos e o reconhecimento do público nas pesquisas de confiabilidade.
O Sgt Max Wolf Filho nasceu em Rio Negro (PR), no ano de 1911. Membro de uma família simples, foi auxiliar na torrefação de café de seu pai e escriturário numa companhia que explorava a navegação do Rio Iguaçu, antes de ingressar na vida militar. Participou da Revolução de 1930 e combateu na Revolução Constitucionalista de 1932. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1944, alistou-se voluntariamente para compor a FEB, criada para lutar nos campos de batalha da Europa. No Rio de Janeiro, Max Wolf serviu na Polícia Militar do Distrito Federal, vale lembrar que o Rio de Janeiro era a capital federal que compreendia o Estado da Guanabara.
Mais de sete décadas após o sacrifício pela Pátria, o Sgt Max Wolff Filho continua reverenciado. Seu nome batiza organizações militares como o 20º Batalhão de Infantaria Blindado, em Curitiba (PR), e também é patrono a Escola de Sargento das Armas, em Três Corações (MG). Justas referências a um militar que serve de exemplo às futuras gerações.
O Sgt. Wolf, destacou-se por sua bravura no decorrer da guerra, tornando-se conhecido pelo seu destemor, intrepidez e abnegação. Apresentava-se sempre como voluntário para missões, não importando seu grau de perigo e dificuldade. Suas façanhas eram proclamadas pelas partes de combate e pelos correspondentes de guerra brasileiros e estrangeiros que também o admiravam. Sua coragem invulgar e seu excepcional senso de responsabilidade foram de fundamental importância para o êxito das incursões de patrulhas nos territórios ainda com presença do inimigo. Na conquista de Montese foi um destacado combatente. Sempre à frente do seu grupo aniquilou várias posições inimigas, contribuindo significativamente para aquela que foi uma das mais importantes e dramáticas vitórias da FEB. Participou também de todas as ações de seu Batalhão no ataque de 12 de dezembro de 1944 ao Monte Castelo.
A última missão deste bravo ocorreu em 12 de abril de 1945 nas imediações de Montese. O Sgt. Wolf foi voluntário para comandar uma patrulha de reconhecimento na região de Monte Forte e Biscaia, na chamada “terra de ninguém”. A patrulha foi constituída por 19 militares que se haviam destacado por competência e bravura em combates anteriores. Partiram por volta do meio-dia de Monteporte, passaram por Maiorani e prosseguiram. As casas em ruínas representavam um grande perigo, pois invariavelmente eram utilizadas como abrigo pelos alemães. E foi justamente isso que aconteceu. Abrigado em uma das casas em ruínas, o inimigo deixou que a patrulha brasileira chegasse bem perto, até quando não podiam mais errar. Eram 13:15 h do dia 12 abril de 1945 quando uma rajada de metralhadora cortou o peito de Wolf, que caiu ao solo morto. O soldado Alfredo da Silva que correu em seu socorro foi também atingido mortalmente e tombou ao lado de Wolf.
Quando os padioleiros foram até a "terra de ninguém" recolher os corpos e os feridos, os soldados alemães os receberam com rajadas impiedosas. Muitos dos homens que voltaram tinha os olhos rasos de água .O sargento estava morto.No estreito compartimento onde Wolf guardava seus pertences, estavam condecoração que o general Truscott colocara em seu peito, poucos dias antes, a citação elogiosa do general Mascarenhas e o retrato da filhinha de olhos vivos e brilhantes como do pai.Tudo, agora ,muito vago.Este foi um dos dias mais tristes para o batalhão. Perdeu-se um bravo¨.O corpo do Sargento Wolf ficou mais três dias no campo de batalha, até que com a tomada de MONTESE e a liberação da ¨terra de ninguém¨ os padioleiros conseguiram resgatar seu corpo.
Roda uma historia ao meu ver falsa de que o corpo do Max Wolf jamais teria sido encontrado, o que não é verdade, o corpo do Sgt. Wolf foi resgatado posteriormente, foi enterrado em Pistóia e depois transladado ao Monumento aos Mortos na 2ª Guerra no Rio de Janeiro.
Existe uma mística criada na figura do Sgt. Wolf, na verdade as pessoas próximas a ele, destacavam-o como um homem de ímpeto, mas longe de ser um sargento irresponsável, o termo geral dentro dos veteranos que conviveram com o Sgt. Wolf no 11ºRI davam conta de um homem corajoso e de grande ímpeto, não um maluco como em algumas narrativas ao meu ver depreciativas.
Certa feita, conversei com um veterano, o Cb. Ademir Lourenço, um Cearense simpatíssímo e na época muito lúcido, do próprio 11º que confirma que Wolf era um obstinado não tem nada a ver com a narrativa dele ser um louco suicida, segundo suas palavras do Cb. Ademir: Wolf era da turma que já tinha experiência em operações de polícia, corria atrás de bandidos e ladrões no Rio de Janeiro, mesmo não havendo esta coisa de grupos armados de fuzis, os policiais sempre eram os caras com mais traquejo e malandragens no combate, sempre eram os mais requisitados na patrulhas.
No bom livro escrito pelo Ten. Bertoldo Klas denominado A verdade sobre Abaeteia, peguei algumas citações interessantes acerca da figura do Max Wolf, olha que interessante: algumas histórias davam conta de que o Sgt. Wolf estava muito deprimido e sofrendo por amor, disse que Sargento se arriscava muito em suas missões, apesar de ser muito cuidadoso e preocupado com a segurança dos seus comandados disse também que a missão em que o sargento morreu era uma missão de alto risco devido as circunstâncias do horário e da geografia do terreno a ser patrulhado.
Algumas narrativas destacam a personalidade forte do Sgt. Wolf, em Os Soldados Alemães de Vargas”, Dennison de Oliveira, faz alusão a um comportamento de tendência suicida, o que teria levado o famoso herói da FEB a ser abatido em patrulha.
Leonércio Soares, em Verdades e vergonhas da Força Expedicionária Brasileira, teria transcrito estas palavras do próprio Max Wolff:
“Na verdade, sempre andei caçando perigos… e vim à guerra à procura da morte, como já confidenciei a você. Depois que me vi abandonado pela mulher que amava, a vida perdeu todo o interesse para mim. No posto de comando do Batalhão eu me encontrava, praticamente, sem função; daí eu tive que inventar alguma coisa… e o que estou fazendo… é aliviar vocês de tantas patrulhas… das missões mais arriscadas!”
João Germano Andrade Pontes, CMT da Seção de Morteiros da Cia de Petrechos Pesados do 1º Batalhão do 11º RI, que apoiou a derradeira patrulha de Wolff, diz que, neste caso, “faltaram-lhe as precauções para cumprir a missão. Ele saiu à frente do seu Pelotão e, quando abordou a elevação, foi metralhado e morto, ali mesmo”.
Octávio Pereira da Costa, oficial da Seção de Inteligência do mesmo Batalhão, “também associa o perfil psicológico problemático de Wolff com sua bravura”. Dizia ele:
“Havia problemas familiares não só em relação à mãe, que o levava a não considerar o pai como tal, porque ele não tinha procedido bem com relação a ela, fazendo-o transferir esse drama de família para o alemão. Ele os atacava com garra, havendo, creio eu, correlação com sua vida pessoal. Quanto ao seu matrimônio, também, existia algo. A impressão que me passava é que, além de ser um extraordinário combatente, um soldado exemplar, ele se comportava, por motivações outras, quase como um suicida.”
Segundo o Sd Oudinot Willadino, do 3º Batalhão do 6º RI, comentava-se, “em tom de brincadeira, claro, que o Max queria morrer, que ele era temerário”, referindo-se a esta última patrulha, em plena luz do dia. Segundo o Manual do Curso Básico de NPOR, de 1995, as patrulhas de reconhecimento devem ser realizadas, preferencialmente, de noite, de modo a diminuir os riscos. Conforme o Sd Florisvaldo Pereira, Wolff tinha “muita cautela conosco e pouca com ele mesmo”.
O Tenente Iporan, CMT de outra patrulha, retraiu seu grupo quando teve contato com o inimigo na Cota 747, pois havia estabelecido contato com o inimigo, objetivo de ambas as patrulhas. O Cel. Almeida compara as duas patrulhas: “O reconhecimento comandado pelo Tenente Iporan, tendo podido ser conduzido mais cautelosamente, livre da exibição teatral dada a WolfF”
A atitude de Max colocou não só o seu grupo em risco, agora sem comando e tomada, segundo Octávio, pela “doidice santa de seus liderados” e sob fogo da artilharia alemã, como todo o pelotão esteve na iminência de ser destruído ou capturado.
Grifos meus:
- Usar dessas conjecturas de que o Sgt. Wolf era louco, ou suicida é de uma atroz crueldade com um homem que não pode se defender
- Leonércio e e Dennison Oliveira escreveram respectivamente Verdades e vergonhas da Força Expedicionária Brasileira e Os Soldados Alemães de Vargas, o primeiro autor o Leonércio serviu na F.E.B, era sim um homem articulado, apesar de citar o que ele chama de uma campanha ainda que heróica, construída de forma irresponsável por parte dos comandantes, mesmo tendo uma grandissíssima quantidadesde dados e relatos interessantes do front, o livro perde seu tempo com uma porrada de lamentações e vitimismos inúteis;
- De certo que o Brasil não tinha experiência militar em conflitos e grandes gerenciamentos de tropas, todavia os Americanos, Ingleses e Alemães cometeram dezenas de erros, alguns deles até banais;
- No caso do Soldados Alemães de Vargas o autor lança uma boa pesquisa sobre brasileiros de origem alemã que serviram no Exército Alemão, o problema é o uso de clichês bocós da ligação dos Integralistas com o Nazismo, sendo estes dois livros as principais fontes revisionistas sobre a F.E.B;
- Já ouvi narrativas tão bizarras sobre o Max Wolf, em uma das comunidades do Orkut, um cidadão chegou a dizer que o Wolf era de família boêmia e que devia favores a famílias tradicionais do Rio de Janeiro, que seria ligado a contravenção (wut) ... É cada uma que só Jesus na causa.
- Eu prefiro as narrativas do Joel Silveira e do Rubem Braga, são narrativas vicerais e sem firulas;
- Essa conversa de que patrulhas só deveriam ser lançadas a noite é pura balela, como não havia o perigo da Luftwaffe nos céus, com as devidas precauções as patrulhas podem sim ser lançadas de dia, patrulhas a noite podem ser igualmente inúteis;
Desculpem por não colocar fotos e outras imagens, conforme o tópico for se desenrolando eu vou escrevendo mais coisas, podem havere outros erros de digitação, conforme for vendo eu vou corrigindo aos poucos.
Fontes:
http://www.portalfeb.com.br/
http://www.defesanet.com.br/ecos/noticia...riotismo-/
![[Image: VJpnD3D.jpg]](https://i.imgur.com/VJpnD3D.jpg)
O culto aos grandes vultos militares nacionais é uma característica das Forças Armadas do Brasil. Relembrar a trajetória desses personagens é a ponte entre o passado e o presente de Instituições seculares como o Exército Brasileiro, o que ajuda a explicar em grande parte sua trajetória retilínea em 369 anos de história, a coesão de seus efetivos e o reconhecimento do público nas pesquisas de confiabilidade.
O Sgt Max Wolf Filho nasceu em Rio Negro (PR), no ano de 1911. Membro de uma família simples, foi auxiliar na torrefação de café de seu pai e escriturário numa companhia que explorava a navegação do Rio Iguaçu, antes de ingressar na vida militar. Participou da Revolução de 1930 e combateu na Revolução Constitucionalista de 1932. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1944, alistou-se voluntariamente para compor a FEB, criada para lutar nos campos de batalha da Europa. No Rio de Janeiro, Max Wolf serviu na Polícia Militar do Distrito Federal, vale lembrar que o Rio de Janeiro era a capital federal que compreendia o Estado da Guanabara.
Mais de sete décadas após o sacrifício pela Pátria, o Sgt Max Wolff Filho continua reverenciado. Seu nome batiza organizações militares como o 20º Batalhão de Infantaria Blindado, em Curitiba (PR), e também é patrono a Escola de Sargento das Armas, em Três Corações (MG). Justas referências a um militar que serve de exemplo às futuras gerações.
O Sgt. Wolf, destacou-se por sua bravura no decorrer da guerra, tornando-se conhecido pelo seu destemor, intrepidez e abnegação. Apresentava-se sempre como voluntário para missões, não importando seu grau de perigo e dificuldade. Suas façanhas eram proclamadas pelas partes de combate e pelos correspondentes de guerra brasileiros e estrangeiros que também o admiravam. Sua coragem invulgar e seu excepcional senso de responsabilidade foram de fundamental importância para o êxito das incursões de patrulhas nos territórios ainda com presença do inimigo. Na conquista de Montese foi um destacado combatente. Sempre à frente do seu grupo aniquilou várias posições inimigas, contribuindo significativamente para aquela que foi uma das mais importantes e dramáticas vitórias da FEB. Participou também de todas as ações de seu Batalhão no ataque de 12 de dezembro de 1944 ao Monte Castelo.
A última missão deste bravo ocorreu em 12 de abril de 1945 nas imediações de Montese. O Sgt. Wolf foi voluntário para comandar uma patrulha de reconhecimento na região de Monte Forte e Biscaia, na chamada “terra de ninguém”. A patrulha foi constituída por 19 militares que se haviam destacado por competência e bravura em combates anteriores. Partiram por volta do meio-dia de Monteporte, passaram por Maiorani e prosseguiram. As casas em ruínas representavam um grande perigo, pois invariavelmente eram utilizadas como abrigo pelos alemães. E foi justamente isso que aconteceu. Abrigado em uma das casas em ruínas, o inimigo deixou que a patrulha brasileira chegasse bem perto, até quando não podiam mais errar. Eram 13:15 h do dia 12 abril de 1945 quando uma rajada de metralhadora cortou o peito de Wolf, que caiu ao solo morto. O soldado Alfredo da Silva que correu em seu socorro foi também atingido mortalmente e tombou ao lado de Wolf.
Quando os padioleiros foram até a "terra de ninguém" recolher os corpos e os feridos, os soldados alemães os receberam com rajadas impiedosas. Muitos dos homens que voltaram tinha os olhos rasos de água .O sargento estava morto.No estreito compartimento onde Wolf guardava seus pertences, estavam condecoração que o general Truscott colocara em seu peito, poucos dias antes, a citação elogiosa do general Mascarenhas e o retrato da filhinha de olhos vivos e brilhantes como do pai.Tudo, agora ,muito vago.Este foi um dos dias mais tristes para o batalhão. Perdeu-se um bravo¨.O corpo do Sargento Wolf ficou mais três dias no campo de batalha, até que com a tomada de MONTESE e a liberação da ¨terra de ninguém¨ os padioleiros conseguiram resgatar seu corpo.
Roda uma historia ao meu ver falsa de que o corpo do Max Wolf jamais teria sido encontrado, o que não é verdade, o corpo do Sgt. Wolf foi resgatado posteriormente, foi enterrado em Pistóia e depois transladado ao Monumento aos Mortos na 2ª Guerra no Rio de Janeiro.
Existe uma mística criada na figura do Sgt. Wolf, na verdade as pessoas próximas a ele, destacavam-o como um homem de ímpeto, mas longe de ser um sargento irresponsável, o termo geral dentro dos veteranos que conviveram com o Sgt. Wolf no 11ºRI davam conta de um homem corajoso e de grande ímpeto, não um maluco como em algumas narrativas ao meu ver depreciativas.
Certa feita, conversei com um veterano, o Cb. Ademir Lourenço, um Cearense simpatíssímo e na época muito lúcido, do próprio 11º que confirma que Wolf era um obstinado não tem nada a ver com a narrativa dele ser um louco suicida, segundo suas palavras do Cb. Ademir: Wolf era da turma que já tinha experiência em operações de polícia, corria atrás de bandidos e ladrões no Rio de Janeiro, mesmo não havendo esta coisa de grupos armados de fuzis, os policiais sempre eram os caras com mais traquejo e malandragens no combate, sempre eram os mais requisitados na patrulhas.
No bom livro escrito pelo Ten. Bertoldo Klas denominado A verdade sobre Abaeteia, peguei algumas citações interessantes acerca da figura do Max Wolf, olha que interessante: algumas histórias davam conta de que o Sgt. Wolf estava muito deprimido e sofrendo por amor, disse que Sargento se arriscava muito em suas missões, apesar de ser muito cuidadoso e preocupado com a segurança dos seus comandados disse também que a missão em que o sargento morreu era uma missão de alto risco devido as circunstâncias do horário e da geografia do terreno a ser patrulhado.
Algumas narrativas destacam a personalidade forte do Sgt. Wolf, em Os Soldados Alemães de Vargas”, Dennison de Oliveira, faz alusão a um comportamento de tendência suicida, o que teria levado o famoso herói da FEB a ser abatido em patrulha.
Leonércio Soares, em Verdades e vergonhas da Força Expedicionária Brasileira, teria transcrito estas palavras do próprio Max Wolff:
“Na verdade, sempre andei caçando perigos… e vim à guerra à procura da morte, como já confidenciei a você. Depois que me vi abandonado pela mulher que amava, a vida perdeu todo o interesse para mim. No posto de comando do Batalhão eu me encontrava, praticamente, sem função; daí eu tive que inventar alguma coisa… e o que estou fazendo… é aliviar vocês de tantas patrulhas… das missões mais arriscadas!”
João Germano Andrade Pontes, CMT da Seção de Morteiros da Cia de Petrechos Pesados do 1º Batalhão do 11º RI, que apoiou a derradeira patrulha de Wolff, diz que, neste caso, “faltaram-lhe as precauções para cumprir a missão. Ele saiu à frente do seu Pelotão e, quando abordou a elevação, foi metralhado e morto, ali mesmo”.
Octávio Pereira da Costa, oficial da Seção de Inteligência do mesmo Batalhão, “também associa o perfil psicológico problemático de Wolff com sua bravura”. Dizia ele:
“Havia problemas familiares não só em relação à mãe, que o levava a não considerar o pai como tal, porque ele não tinha procedido bem com relação a ela, fazendo-o transferir esse drama de família para o alemão. Ele os atacava com garra, havendo, creio eu, correlação com sua vida pessoal. Quanto ao seu matrimônio, também, existia algo. A impressão que me passava é que, além de ser um extraordinário combatente, um soldado exemplar, ele se comportava, por motivações outras, quase como um suicida.”
Segundo o Sd Oudinot Willadino, do 3º Batalhão do 6º RI, comentava-se, “em tom de brincadeira, claro, que o Max queria morrer, que ele era temerário”, referindo-se a esta última patrulha, em plena luz do dia. Segundo o Manual do Curso Básico de NPOR, de 1995, as patrulhas de reconhecimento devem ser realizadas, preferencialmente, de noite, de modo a diminuir os riscos. Conforme o Sd Florisvaldo Pereira, Wolff tinha “muita cautela conosco e pouca com ele mesmo”.
O Tenente Iporan, CMT de outra patrulha, retraiu seu grupo quando teve contato com o inimigo na Cota 747, pois havia estabelecido contato com o inimigo, objetivo de ambas as patrulhas. O Cel. Almeida compara as duas patrulhas: “O reconhecimento comandado pelo Tenente Iporan, tendo podido ser conduzido mais cautelosamente, livre da exibição teatral dada a WolfF”
A atitude de Max colocou não só o seu grupo em risco, agora sem comando e tomada, segundo Octávio, pela “doidice santa de seus liderados” e sob fogo da artilharia alemã, como todo o pelotão esteve na iminência de ser destruído ou capturado.
Grifos meus:
- Usar dessas conjecturas de que o Sgt. Wolf era louco, ou suicida é de uma atroz crueldade com um homem que não pode se defender
- Leonércio e e Dennison Oliveira escreveram respectivamente Verdades e vergonhas da Força Expedicionária Brasileira e Os Soldados Alemães de Vargas, o primeiro autor o Leonércio serviu na F.E.B, era sim um homem articulado, apesar de citar o que ele chama de uma campanha ainda que heróica, construída de forma irresponsável por parte dos comandantes, mesmo tendo uma grandissíssima quantidadesde dados e relatos interessantes do front, o livro perde seu tempo com uma porrada de lamentações e vitimismos inúteis;
- De certo que o Brasil não tinha experiência militar em conflitos e grandes gerenciamentos de tropas, todavia os Americanos, Ingleses e Alemães cometeram dezenas de erros, alguns deles até banais;
- No caso do Soldados Alemães de Vargas o autor lança uma boa pesquisa sobre brasileiros de origem alemã que serviram no Exército Alemão, o problema é o uso de clichês bocós da ligação dos Integralistas com o Nazismo, sendo estes dois livros as principais fontes revisionistas sobre a F.E.B;
- Já ouvi narrativas tão bizarras sobre o Max Wolf, em uma das comunidades do Orkut, um cidadão chegou a dizer que o Wolf era de família boêmia e que devia favores a famílias tradicionais do Rio de Janeiro, que seria ligado a contravenção (wut) ... É cada uma que só Jesus na causa.
- Eu prefiro as narrativas do Joel Silveira e do Rubem Braga, são narrativas vicerais e sem firulas;
- Essa conversa de que patrulhas só deveriam ser lançadas a noite é pura balela, como não havia o perigo da Luftwaffe nos céus, com as devidas precauções as patrulhas podem sim ser lançadas de dia, patrulhas a noite podem ser igualmente inúteis;
Desculpem por não colocar fotos e outras imagens, conforme o tópico for se desenrolando eu vou escrevendo mais coisas, podem havere outros erros de digitação, conforme for vendo eu vou corrigindo aos poucos.
Fontes:
http://www.portalfeb.com.br/
http://www.defesanet.com.br/ecos/noticia...riotismo-/