06-03-2016, 09:21 PM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 06-03-2016, 09:22 PM por ZetaLibertário.)
Por Juan Ramón Rallo
![[Image: lula-petrobras.jpg]](http://www.mises.org.br/images/articles/2016/Mar%C3%A7o/lula-petrobras.jpg)
Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das maiores referências da esquerda mundial durante as últimas décadas: candidato à presidência do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores desde 1989, presidente do país desde 2003, e criador, junto com Fidel Castro em 1990, do Foro de São Paulo, a plataforma política supranacional alternativa a uma União Soviética em franco desmoronamento e que, por já estar se esfacelando, já não conseguia enviar recursos e nem fazer apoio organizacional e propagandístico aos partidos de esquerda da região. Em suma, Lula foi um dos pilares históricos da reconstrução da hegemonia socialista dentro da América Latina, comparável em relevância somente a Fidel Castro e a Hugo Chávez.
Daí a admiração quase reverencial que lhe foi concedida por boa parte da esquerda mundial ao político brasileiro. Falando mais especificamente sobre a esquerda aqui da Espanha, vale recordar os parabéns que lhe foi dado por Pedro Sánchez [secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol] há apenas um ano, exaltando a "boa política" implantada no Brasil desde sua presidência. Ou ainda, e de maneira muito mais significativa, vale recordar as palavras de Íñigo Errejón [porta-voz do Podemos, o partido de extrema-esquerda da Espanha], vangloriando-se de que "Lula comparou o Podemos ao Partido dos Trabalhadores em seu começo. Uma honra!". No entanto, Lula era apenas mais um político hiper-corrupto que utilizou dinheiro público para se enriquecer à custa de seus compatriotas. Não "um ex-presidente que governou para a sua gente e para um país mais justo", segundo disse há alguns meses Pablo Iglesias [secretário-geral do Podemos], mas sim o chefão de uma máfia que desviou dinheiro da gigantesca empresa estatal — sim, estatal — Petrobras para pagar propinas, privilegiar empreiteiras com contratos altamente lucrativos e, principalmente, para financiar campanhas políticas do seu partido. Toda uma casta política foi beneficiada por esse esquema, e no vértice dessa casta política estava esse esquerdista exemplar chamado Lula. Um esquema de exploração parasitária dos cidadãos que, certamente, foi inspirado naquela outra referência socialista ibero-americana, a estatal venezuelana PDVSA
Ao final, é provável que a corrupção não siga ideologias políticas, e que declarações como as de Alberto Garzón [o chefão que tenta aglutinar todos os partidos de extrema-esquerda da Espanha], que proclamou que "para mim, uma pessoa que rouba, um delinquente, não pode ser de esquerda" não passam de pura propaganda. A corrupção estatal, por sua vez, está estritamente vinculada ao excesso de poder político. Está diretamente ligada à quantidade de recursos, concentrados nas mãos de políticos e burocratas. Se o objetivo é reduzir a corrupção, então é totalmente contraditório defender mais poderes ao estado. Se o objetivo é reduzir a corrupção, então não se deve dar amplos poderes a nenhum político, seja ele de esquerda ou de direita. Com efeito, não se deve dar poderes políticos a ninguém. Lula sempre defendeu um estado grande. Ele muito provavelmente fazia isso com grande conhecimento de causa. E é por isso que não necessitamos de mais estado, mas sim de muito menos.
Juan Ramón Rallo é diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri. É o autor do livro Los Errores de la Vieja Economía.
Texto Original: http://juanramonrallo.com/2016/03/lula-n...zquierdas/
Tradução: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2338
![[Image: lula-petrobras.jpg]](http://www.mises.org.br/images/articles/2016/Mar%C3%A7o/lula-petrobras.jpg)
Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das maiores referências da esquerda mundial durante as últimas décadas: candidato à presidência do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores desde 1989, presidente do país desde 2003, e criador, junto com Fidel Castro em 1990, do Foro de São Paulo, a plataforma política supranacional alternativa a uma União Soviética em franco desmoronamento e que, por já estar se esfacelando, já não conseguia enviar recursos e nem fazer apoio organizacional e propagandístico aos partidos de esquerda da região. Em suma, Lula foi um dos pilares históricos da reconstrução da hegemonia socialista dentro da América Latina, comparável em relevância somente a Fidel Castro e a Hugo Chávez.
Daí a admiração quase reverencial que lhe foi concedida por boa parte da esquerda mundial ao político brasileiro. Falando mais especificamente sobre a esquerda aqui da Espanha, vale recordar os parabéns que lhe foi dado por Pedro Sánchez [secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol] há apenas um ano, exaltando a "boa política" implantada no Brasil desde sua presidência. Ou ainda, e de maneira muito mais significativa, vale recordar as palavras de Íñigo Errejón [porta-voz do Podemos, o partido de extrema-esquerda da Espanha], vangloriando-se de que "Lula comparou o Podemos ao Partido dos Trabalhadores em seu começo. Uma honra!". No entanto, Lula era apenas mais um político hiper-corrupto que utilizou dinheiro público para se enriquecer à custa de seus compatriotas. Não "um ex-presidente que governou para a sua gente e para um país mais justo", segundo disse há alguns meses Pablo Iglesias [secretário-geral do Podemos], mas sim o chefão de uma máfia que desviou dinheiro da gigantesca empresa estatal — sim, estatal — Petrobras para pagar propinas, privilegiar empreiteiras com contratos altamente lucrativos e, principalmente, para financiar campanhas políticas do seu partido. Toda uma casta política foi beneficiada por esse esquema, e no vértice dessa casta política estava esse esquerdista exemplar chamado Lula. Um esquema de exploração parasitária dos cidadãos que, certamente, foi inspirado naquela outra referência socialista ibero-americana, a estatal venezuelana PDVSA
Ao final, é provável que a corrupção não siga ideologias políticas, e que declarações como as de Alberto Garzón [o chefão que tenta aglutinar todos os partidos de extrema-esquerda da Espanha], que proclamou que "para mim, uma pessoa que rouba, um delinquente, não pode ser de esquerda" não passam de pura propaganda. A corrupção estatal, por sua vez, está estritamente vinculada ao excesso de poder político. Está diretamente ligada à quantidade de recursos, concentrados nas mãos de políticos e burocratas. Se o objetivo é reduzir a corrupção, então é totalmente contraditório defender mais poderes ao estado. Se o objetivo é reduzir a corrupção, então não se deve dar amplos poderes a nenhum político, seja ele de esquerda ou de direita. Com efeito, não se deve dar poderes políticos a ninguém. Lula sempre defendeu um estado grande. Ele muito provavelmente fazia isso com grande conhecimento de causa. E é por isso que não necessitamos de mais estado, mas sim de muito menos.
Juan Ramón Rallo é diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri. É o autor do livro Los Errores de la Vieja Economía.
Texto Original: http://juanramonrallo.com/2016/03/lula-n...zquierdas/
Tradução: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2338