08-06-2021, 09:52 PM
Livro: EM BUSCA DE SENTIDO
Autor: Viktor Frankl
E mais um livro desgraceira para a conta. Eu havia dado uma parada, principalmente por ter iniciado a leitura da Bíblia. Mas eles me perseguem
Livro excelente e faz jus aos comentários positivos que recebe.
Não vou focar na parte técnica do livro, onde o psicólogo judeu Viktor Frankl fala de seu método, a logoterapia, que basicamente se fundamenta no sentido da vida humana. Em suas sessões, Frankl costumava perguntar aos seus pacientes o porquê deles estarem vivos, o porquê de não terem escolhido o suicídio, por exemplo. Não sou da área, quem quiser saber mais é só ler o livro (parte 2 e 3 do livro, mais precisamente), excepcional.
Na primeira parte do livro, Frankl conta sua estadia nos campos de concentração nazista (ele já era psicólogo nessa época).
Os fatos por ele narrados não me surpreenderam, até pelo fato de eu já ter lido Fuga do Campo 14, por exemplo (o autor desse livro só conseguiu fugir dos campos de concentração norte coreanos em 2005, praticamente ontem).
Mas me chocaram e vão continuar chocando, mesmo que eu leia um milhão de vezes. O nível de crueldade e tortura é inenarrável.
O que chama a atenção é que depois de um tempo, os prisioneiros passam a encarar a morte, por exemplo, como algo normal. A todo momento eles se deparam com companheiros morrendo. Olham para trás e "pum", cai um companheiro morto. Viram-se e "pum", mais um corpo estirado.
Outro fato curioso é que Frankl relata que alguns prisioneiros eram selecionados para atuarem como uma espécie de inferiores hierárquicos dos militares nazistas. Ele conta que esses prisioneiros (CAPO), outrora companheiros, muitas vezes eram tão cruéis quanto os alemães.
Foi através de todos os lamentáveis acontecimentos que presenciou que Viktor desenvolveu a logoterapia. O que fazia um prisioneiro do regime nazista ainda ter esperança de voltar a casa e rever família, esposa, amigos? Aliás, aproveitando o ensejo, o psicólogo perdeu irmão, amigos e esposa nos campos.
Eu disse no comentário do livro AS 12 REGRAS PARA A VIDA que Peterson leu e utilizou Em Busca de Sentido para escrever sua obra pois ele utiliza o mesmo conceito de Frankl.
Os dois dizem (primeiro Viktor) que nós não devemos buscar o sentido abstrato da vida, pois cada um tem sua própria vocação ou missão específica na vida. Cada um tem sua história, seus fardos, barreiras e dificuldades.
Não se meça com a regra dos outros. Todos nós temos nossas guerras diárias.
E é impressionante como, mesmo há décadas, um dos dizeres de Viktor acontece a todo vapor hoje: ele diz que a falta de tradições e valores nos tiram o sentido da vida, nos colocando preguiçosos, assim como as facilidades.
Hoje os cristãos são os mais perseguidos do mundo. Quase 400 milhões foram perseguidos em 2020. A cada dia que passa, os valores conservadores, éticos e familiares perdem mais espaço na sociedade moderna e isso explica a falta de caráter e propósito das novas gerações. Gerações birrentas que querem tudo, mas sem nenhum esforço.
Choca também o fato dele relatar que, em meio à barbárie, o que ele mais odiava era o escárnio que lhes eram impostos. O desprezo de apanhar por apanhar. O descaso de receberem bofetadas por simplesmente receberem bofetadas. Sem motivos. Sem justificativas. Eram surrados por gosto. Por desprezo. Certa feita estavam andando em filas, com as mãos e pés atrofiando, tamanho frio no inverno. Ele vira para trás. Isso foi o suficiente para receber socos na cabeça de um soldado alemão.
Em um dos fatos mais marcantes da passagem de Viktor pelos campos, um companheiro, já morrendo, tentou orar e conversar com Deus. Não conseguiu. Estava queimando de febre e acabou morrendo sem falar com o Pai.
Aproveitando o ensejo e termino meu comentário dizendo que o que mais me deixou desconfortável foi o fato de Viktor Frankl não citar Deus em seu relato. Não faço julgamentos, mas é algo que me chamou a atenção.
Afinal, não seria Deus o sentido da vida? Ora, Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6).
Sou um péssimo cristão, estou anos luz de João Batista por exemplo, que teve a cabeça degolada por simplesmente pregar a palavra de Deus no Deserto. Mas é o que eu acredito.
Excelente livro.
Autor: Viktor Frankl
Spoiler Revelar
E mais um livro desgraceira para a conta. Eu havia dado uma parada, principalmente por ter iniciado a leitura da Bíblia. Mas eles me perseguem
Livro excelente e faz jus aos comentários positivos que recebe.
Não vou focar na parte técnica do livro, onde o psicólogo judeu Viktor Frankl fala de seu método, a logoterapia, que basicamente se fundamenta no sentido da vida humana. Em suas sessões, Frankl costumava perguntar aos seus pacientes o porquê deles estarem vivos, o porquê de não terem escolhido o suicídio, por exemplo. Não sou da área, quem quiser saber mais é só ler o livro (parte 2 e 3 do livro, mais precisamente), excepcional.
Na primeira parte do livro, Frankl conta sua estadia nos campos de concentração nazista (ele já era psicólogo nessa época).
Os fatos por ele narrados não me surpreenderam, até pelo fato de eu já ter lido Fuga do Campo 14, por exemplo (o autor desse livro só conseguiu fugir dos campos de concentração norte coreanos em 2005, praticamente ontem).
Mas me chocaram e vão continuar chocando, mesmo que eu leia um milhão de vezes. O nível de crueldade e tortura é inenarrável.
O que chama a atenção é que depois de um tempo, os prisioneiros passam a encarar a morte, por exemplo, como algo normal. A todo momento eles se deparam com companheiros morrendo. Olham para trás e "pum", cai um companheiro morto. Viram-se e "pum", mais um corpo estirado.
Outro fato curioso é que Frankl relata que alguns prisioneiros eram selecionados para atuarem como uma espécie de inferiores hierárquicos dos militares nazistas. Ele conta que esses prisioneiros (CAPO), outrora companheiros, muitas vezes eram tão cruéis quanto os alemães.
Foi através de todos os lamentáveis acontecimentos que presenciou que Viktor desenvolveu a logoterapia. O que fazia um prisioneiro do regime nazista ainda ter esperança de voltar a casa e rever família, esposa, amigos? Aliás, aproveitando o ensejo, o psicólogo perdeu irmão, amigos e esposa nos campos.
Eu disse no comentário do livro AS 12 REGRAS PARA A VIDA que Peterson leu e utilizou Em Busca de Sentido para escrever sua obra pois ele utiliza o mesmo conceito de Frankl.
Os dois dizem (primeiro Viktor) que nós não devemos buscar o sentido abstrato da vida, pois cada um tem sua própria vocação ou missão específica na vida. Cada um tem sua história, seus fardos, barreiras e dificuldades.
Não se meça com a regra dos outros. Todos nós temos nossas guerras diárias.
E é impressionante como, mesmo há décadas, um dos dizeres de Viktor acontece a todo vapor hoje: ele diz que a falta de tradições e valores nos tiram o sentido da vida, nos colocando preguiçosos, assim como as facilidades.
Hoje os cristãos são os mais perseguidos do mundo. Quase 400 milhões foram perseguidos em 2020. A cada dia que passa, os valores conservadores, éticos e familiares perdem mais espaço na sociedade moderna e isso explica a falta de caráter e propósito das novas gerações. Gerações birrentas que querem tudo, mas sem nenhum esforço.
Choca também o fato dele relatar que, em meio à barbárie, o que ele mais odiava era o escárnio que lhes eram impostos. O desprezo de apanhar por apanhar. O descaso de receberem bofetadas por simplesmente receberem bofetadas. Sem motivos. Sem justificativas. Eram surrados por gosto. Por desprezo. Certa feita estavam andando em filas, com as mãos e pés atrofiando, tamanho frio no inverno. Ele vira para trás. Isso foi o suficiente para receber socos na cabeça de um soldado alemão.
Em um dos fatos mais marcantes da passagem de Viktor pelos campos, um companheiro, já morrendo, tentou orar e conversar com Deus. Não conseguiu. Estava queimando de febre e acabou morrendo sem falar com o Pai.
Aproveitando o ensejo e termino meu comentário dizendo que o que mais me deixou desconfortável foi o fato de Viktor Frankl não citar Deus em seu relato. Não faço julgamentos, mas é algo que me chamou a atenção.
Afinal, não seria Deus o sentido da vida? Ora, Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6).
Sou um péssimo cristão, estou anos luz de João Batista por exemplo, que teve a cabeça degolada por simplesmente pregar a palavra de Deus no Deserto. Mas é o que eu acredito.
Excelente livro.
Mateus 21:22