21-10-2020, 09:37 AM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 21-10-2020, 09:56 AM por Libertador.)
(01-10-2020, 08:44 AM)Héracles Escreveu: Estou lendo os seguintes:
Spoiler Revelar
Esse foi mais um caso onde eu percebi que as interpretações que fazem de um autor, são muito divergentes da ideia geral que ele tenta transmitir de fato. Eu tinha uma visão muito diferente de Schopenhauer, influenciado por muitas coisas que li na real inclusive, coisas essas, na sua maioria, infundadas. Esse livro é o terceiro da sua magnum opus: O Mundo como Vontade e Representação.
A obra (que eu não terminei ainda) é uma explicação racional do como e porque o belo toca e transforma o espírito humano tão profundamente. Mas antes disso, é preciso entender o que é "belo" e porque achamos o belo, belo... como eu sempre digo e repito, por isso que gosto de filosofia pq lhe força a pensar ... apesar de que Schop não é TÃO complicado de se entender. inclusive ele é um pouco diferenciado dos filósofos da sua época justamente por ser mais claro na exposição das ideias. Bem diferente de Kant por exemplo.
Ele usa como pano de fundo o mundo das ideias de Platão para explicar toda a sua metafísica, que na minha opinião é muito coerente e sensata. Explica o que é um gênio, e como todos os homens tem um pouco de gênio no espirito, pois todos somos capazes de perceber coisas belas como uma paisagem natural... mas só o gênio tem a capacidade de extrair a ideia pura do mundo da representação e das causalidades e sintetizar isso numa obra de arte. Há uma explicação fundamental sobre o pq clássicos são clássicos.
Livro muito bom, estou gostando bastante, está me dando infinitos insights e reflexões... mas não é recomendado para quem não tem pelo menos um contato com filosofia.
Sobre a habilidade para perceber o "belo", lembro de ler o Harari dizer que é precisamente essa habilidade de distinguir o belo que nos torna humanos e nos diferencia dos outros animais. Não se vê macacos subindo em árvores para contemplar o pôr-do-sol.
Acabei de ler Misto-quente, de Charles Bukowski, por indicação daqui. Eu curti p caraleo e repito: a pegada se assemelha bastante a "O apanhador no campo de centeio" (J.D. Salinger), que recomendo aos confrades que curtiram Misto-quente.
Agora iniciei "A mulher de trinta anos" (Honoré de Balzac).