24-03-2024, 05:05 PM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 24-03-2024, 05:14 PM por Libertador.)
Li recentemente o livro A Arte de Viver do Epitecto.
A mensagem do livro é transmitida em uma linguagem simples e direta. Sem rodeios. Estilo o livro A Arte da Guerra. O que eu achei bem produtivo. O pessoal tem mania de ficar enfeitando demais a mensagem que quer transmitir, falando de forma rebuscada e literária demais. Dando voltas e complicando o simples em vez de ir direto ao ponto. Se a mensagem é realmente boa, não precisa de todo esse enfeite. E essa simplicidade sem rodeios desse livro eu acho muito melhor.
Esse autor aí foi mestre de Marco Aurélio, que foi imperador romano, que absorveu muitas de suas lições e foi inclusive autor do livro Meditações que falamos nesse tópico AQUI.
Em alguns lugares dizem que ele é um dos mais brilhantes mestres que já existiram e que produziu uma das mais brilhantes obras de sabedoria que a civilização já possuiu. Porém, na minha opinião, não se iguala nem de perto com o que Salomão produziu 1000 anos antes de forma mais profunda e completa nos livros de Provérbios e Eclesiastes da Bíblia. As lacunas que Epitecto não conseguiu completar Salomão já tinha completado em sua época.
Basicamente o livro do Epitecto focou em 3 temas, ensinando de forma prática como alcançá-los:
1. Dominar os desejos.
2. Desempenhar bem as obrigações.
3. Aprender a pensar com clareza.
Uma das lições interessantes do livro é aprender a focar no que realmente podemos controlar.
E a outra lição interessante é a de aceitar as coisas como elas são e não como gostaríamos que fossem.
Li também o livro Vidas Secas de Graciliano Ramos
O livro relata a história de uma família pequena extremamente pobre, simples e burra, que não sabiam nem falar direito (algumas vezes se comunicam por grunhidos ou onomatopeias). Tentando fugir da seca do nordeste para sobreviver. Aparentemente não dá para imaginar sair alguma coisa que preste de um enredo assim. Mas, eu fiquei surpreso com o livro porque o achei muito bom.
O autor descreve o cenário com as plantas e animais da região, as roupas típicas e objetos que usavam e pelos nomes que as chamam lá, os personagens falam com sotaque carregado e com vários vícios de linguagem comuns e característicos de lá. Até as reflexões e comparações são baseadas em coisas comuns daquele ambiente. E o narrador também é bem seco e áspero nas descrições e narrações, o que é legal porque todo o ambiente do cenário em volta é bem árido, o que torna esse tipo de narração bem conveniente.
E tem muitas situações que pessoas sem estudo passam que foram bem retratadas no livro. O personagem em dado momento é injustamente preso e nem consegue desenvolver um argumento ou raciocínio básico para se defender, sendo que bastava explicar um pouco a situação que ele poderia ser solto, mas não consegue e fica ali somatizando aquela raiva interna dando murros na parede e grunhindo para descontar a frustração. Se atrapalha nos próprios pensamentos e não consegue desenvolver uma linha de raciocínio que saia do básico. Tem um respeito e temor exagerado de qualquer figura de autoridade. Coisas do tipo. Então, achei tudo isso muito bem construído.
Achei os dois livros muito bons.
A mensagem do livro é transmitida em uma linguagem simples e direta. Sem rodeios. Estilo o livro A Arte da Guerra. O que eu achei bem produtivo. O pessoal tem mania de ficar enfeitando demais a mensagem que quer transmitir, falando de forma rebuscada e literária demais. Dando voltas e complicando o simples em vez de ir direto ao ponto. Se a mensagem é realmente boa, não precisa de todo esse enfeite. E essa simplicidade sem rodeios desse livro eu acho muito melhor.
Esse autor aí foi mestre de Marco Aurélio, que foi imperador romano, que absorveu muitas de suas lições e foi inclusive autor do livro Meditações que falamos nesse tópico AQUI.
Em alguns lugares dizem que ele é um dos mais brilhantes mestres que já existiram e que produziu uma das mais brilhantes obras de sabedoria que a civilização já possuiu. Porém, na minha opinião, não se iguala nem de perto com o que Salomão produziu 1000 anos antes de forma mais profunda e completa nos livros de Provérbios e Eclesiastes da Bíblia. As lacunas que Epitecto não conseguiu completar Salomão já tinha completado em sua época.
Basicamente o livro do Epitecto focou em 3 temas, ensinando de forma prática como alcançá-los:
1. Dominar os desejos.
2. Desempenhar bem as obrigações.
3. Aprender a pensar com clareza.
Uma das lições interessantes do livro é aprender a focar no que realmente podemos controlar.
Citação:Algumas coisas estão sob nosso controle e outras não. Então foque naquilo que está sob o seu controle e aceite que o que pertence aos outros é problema deles, e não seu. Treine para não se preocupar com qualquer coisa fora do seu controle.
Sob nosso controle:
>Nossas opiniões, aspirações, desejos. Coisas que nos causam repulsa ou desagradam. Estão sobre nossa influência direta. Coisas internas.
Não estão sob nosso controle:
>O corpo que temos, se nascemos ricos ou pobres, se enriquecemos de repente, como somos vistos pelos outros e nossa posição na sociedade. Coisas externas.
E a outra lição interessante é a de aceitar as coisas como elas são e não como gostaríamos que fossem.
Citação:Não são as coisas que nos perturbam, mas a forma como interpretamos seu significado. Podemos escolher como reagiremos a essas circunstâncias externas.
Não exija nem espere que os acontecimentos ocorram de acordo com suas expectativas. Aceite-os quando eles realmente ocorrerem.
As pessoas e as coisas não são como desejamos que sejam nem o que parecem ser. São aquilo que são.
Não tente fazer as suas próprias regras. Aceite as regras da natureza e se adapte a elas. (Comer de forma saudável, dormir bem, estude no horário que rende mais, coisas assim)
A vida e a natureza são governadas por leis que não podemos mudar.
É tolice desejar que um empregado, parente ou amigo não tenha defeitos. Isso é desejar controlar algo que foge do seu controle. No nosso controle está não sermos desapontados por nossos desejos e expectativas se lidarmos com eles de acordo com os fatos.
Li também o livro Vidas Secas de Graciliano Ramos
O livro relata a história de uma família pequena extremamente pobre, simples e burra, que não sabiam nem falar direito (algumas vezes se comunicam por grunhidos ou onomatopeias). Tentando fugir da seca do nordeste para sobreviver. Aparentemente não dá para imaginar sair alguma coisa que preste de um enredo assim. Mas, eu fiquei surpreso com o livro porque o achei muito bom.
O autor descreve o cenário com as plantas e animais da região, as roupas típicas e objetos que usavam e pelos nomes que as chamam lá, os personagens falam com sotaque carregado e com vários vícios de linguagem comuns e característicos de lá. Até as reflexões e comparações são baseadas em coisas comuns daquele ambiente. E o narrador também é bem seco e áspero nas descrições e narrações, o que é legal porque todo o ambiente do cenário em volta é bem árido, o que torna esse tipo de narração bem conveniente.
E tem muitas situações que pessoas sem estudo passam que foram bem retratadas no livro. O personagem em dado momento é injustamente preso e nem consegue desenvolver um argumento ou raciocínio básico para se defender, sendo que bastava explicar um pouco a situação que ele poderia ser solto, mas não consegue e fica ali somatizando aquela raiva interna dando murros na parede e grunhindo para descontar a frustração. Se atrapalha nos próprios pensamentos e não consegue desenvolver uma linha de raciocínio que saia do básico. Tem um respeito e temor exagerado de qualquer figura de autoridade. Coisas do tipo. Então, achei tudo isso muito bem construído.
Citação:Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos – exclamações, onomatopeias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.
Achei os dois livros muito bons.
“A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo de seu coração, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus.” Ellen White, Educação, Pág 57.