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Sentimentos
#1
Sentimentos
(Por Ice)

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Pergunta: Como deixar de ser emocional? Como parar de ter sentimentos?

Resposta: Exercitando a racionalidade.
Um dos problemas é que somos incentivados a agir e reagir emocionalmente. Isso é facilmente constatado observando os meios de comunicação. Atualmente há um culto sobre a paixão desenfreada e louca, sobre as reações exageradas, dizem que é prova de amor e o escambau. Portanto, as pessoas não são incentivadas ou educadas para serem críticas e avaliarem antes de agir.

Para deixar de ser emocional você precisa começar a fazer as coisas prestando atenção. Mas isso se refere a todas as coisas, porque é questão de hábito, não dá para ser racional em um aspecto e agir apaixonadamente em outro, ou você é racional ou é apaixonado.

Então, para deixar de ser emotivo, você precisa disciplinar seus pensamentos, fazer tudo prestando atenção e pensando antes de agir. Parar de ter sentimentos é impossível (ao menos na minha opinião). O que você pode fazer é disciplinar também seus sentimentos.

Pra que quer parar de sentir? O que precisa não é eliminar seus sentimentos, mas discipliná-los.

É sentir de forma correta e não se deixar dominar pelos sentimentos.


Esse tópico faz parte do projeto Segunda das Relíquias perdidas.
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#2
Frio e calculista
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#3
Esse "controle" só vem depois de um equilíbrio fino entre sentimentos, obsevação, informação e vivência (experiência de vida), ou seja, através da maturidade psicológica que vai criar um equilíbrio nas situações em que sentimentos vem a tona porém todo o resto é capaz de criar um contrapeso na balança e você passa não levar apenas o sentimento como fator determinante e consegue considerar todo o quadro nas situações e decisões que precisa tomar e em suas atitudes.

Observação e informação, ou como autor do tópico sugeriu, disciplinar sentimentos prestando atenção, pensando antes de agir, na teoria seria o ideal, mas sem que a pessoa tenha a vivência de situações reais e de experiência de vida para refinar seus instintos e validar em sua mente a informação, a observação e assim criar a maturidade, é praticamente impossível garantir que isso funcione pois você precisa passar por todo o processo de experiência de vida para assim, alcançar a maturidade de forma equilibrada e assim, desenvolver os instintos necessários e poder tomar decisões mais racionais e menos sentimentais.

Essa pergunta era constante no início da década quando muitos realistas passaram a pregar morte do ego, controle ou morte de sentimentos, isso gerava tópicos e mais tópicos, teorias e mais teorias, mas com tempo, quem tem um pouco mais de idade e vivência pode confirmar, enquanto você não viver e colocar em prática as coisas que aprende ou observa, viver na própria pele, saber como sua cabeça funciona e sua reação perante a essas situações, ainda existe uma fina casca entre a racionalidade e os sentimentos que podem se romper a qualquer momento e se misturar, podendo gerar até mesmo confusão e pensamentos extremistas.

Foda é que tem cara que não sei se assiste filme ou joga video game demais e acha que essas coisas vão tornar ele um badass, frio, calculista, corajoso ou sei lá o que, quando na realidade se o sujeito conseguisse fazer isso seria nada além de um beta emburradinho, projeto de psicopata de filme, incapaz de aproveitar a vida, de sentir, já que essa é a graça do negócio.

Com o tempo fui entendendo o motivo de muitos desejarem isso naquela época, quando maioria dos realistas eram jovens saindo da adolescência e entrando na fase adulta cheios de expectativas, ansiedades, frustrações com mundo externo, tantos outros em suas tentativas desesperadas de se adaptar ao mundo como uma pessoa normal, tomando o baque da realidade das coisas que não é bonita, não é acolhedora acabaram por ver a morte do ego e o fim dos sentimentos como saída para acabar com essa ansiedade, não conseguiam se dar bem no jogo da vida, não conseguiam se adaptar, sequer viver como uma pessoa normal então achavam que a solução era matar o ego, sufocar suas emoções justamente para não sentir falta disso e acabar com toda aquela ansiedade e frustração.

Você pode sentir, você pode viver, pode aproveitar das coisas sem ser burro o suficiente para virar refém ou vítima delas, isso é o equilíbrio a que me refiro no primeiro parágrafo, mas você tem que jogar o jogo, tem que ver qual seu desempenho nele, com informações e observação para não ser burro e com vivência pra desenvolver instintos.

Somos humanos e isso é a vida, superação, erros, acertos, aprendizado, aproveitar a vida é sentir, não se doutrinar a pensar que as coisas que você não experimentou ou experimentou e se deu mal são ruins a ponto de não gostar mais, olha o universo que temos, de coisas, de pessoas, de situações, de personalidades, de tudo, povo sequer começou a vida, sequer tentou se superar e já fica de mimimi de ainnnn não quero mais sentir.

Vá merda, parceiro, dia que tu tiver um patrimônio foda, um emprego bom, possibilidade de fazer muitas coisas mas não conseguir aproveitar nada pois passou a vida pensando que tudo era uma merda e se afundar em depressão, provavelmente drogas, alcool, vai entender o que estou falando.
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#4
Assim como o famigerado "desapego" pregado por N.A. , o total controle sobre as próprias emoções é um ideal a ser seguido, mas na prática não é viável. Sempre haverá alguma situação que será o ponto fraco e aqui cada um possui a própria cruz, para alguns pode ser o odio, furor, para outros a tristeza, o niilismo, e por aí segue.

O importante é fugir do extremo oposto: ser guiado pelas emoções, como uma adolescente inconsequente.
Um homem com escolhas é um homem livre.
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#5
Tem uma frase muito boa do Theodore Dalympre que diz: O sentimentalismo é pai, mãe e parteira da brutalidade.

Embora o temática do texto encara o sentimentalismo na questão tópica do emocional, não dá para deixar de mencionar este fenômeno como uma virtude social deliberadamente imposta.

Analisando as coisas com calma percebe-se como é deprimente a relação do Ocidental com sua existência, ele não se imagina um ser com um propósito maior, ou ligado a uma energia cósmica ou a um ser transcendental, o homem que absorve esse padrão pós-moderno é um átomo solto no tempo/espaço que só está no planeta por causa de uma foda entre um homem e uma mulher, a qual ele vai descobrindo coisas e as vocações específicas ao longo de sua vida.

Em um mundo Ocidental vazio de virtudes a forma mais fácil é apelar ao sentimentalismo e a emocionalidade, manifestações de uma virtude vazias de forma e sentido.

Observe que a própria sociedade dos homens e mulheres sentimentais, que se jactam em lutar por uma sociedade melhor, ao contrário, está criando o oposto, uma sociedade cada vez mais violenta, com menos liberdade e disfuncional.

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#6
muitos dos sentimentos que nos temos são fruto de programação social. Dito isso, a noção de felicidade não é fixa. Por exemplo: a maioria das pessoas se contentam em ter dinheiro e bens materiais - coisas que poucos conseguem alcançar - e, os que alcançam, as vezes, não se sentem plenamente felizes.

A gente aprende o que é felicidade. Nossas experiências nos guiam neste processo. Quantas coisas ou pessoas que nos tivemos em nossas vidas e passamos a valorizar a partir do seu iminente fim? A leitura, a reflexão e a observação são ferramentas para que nós não nos percamos o "controle".

É importante ressaltar que a 'frieza emocional', pregada por muitos, inclusive por eu mesmo, é uma característica que nos vemos em terceiros (personagens de ficções, pessoas bem sucedidas e etc). Mas será que na cabeça dessa pessoa que, aparentemente, é fria e contida as coisas são assim? é como o penoso disse, isso as vezes acaba sendo idealizado por pessoas que quebraram a cara com a vida, viram que as coisas não são como nos filmes. O filme se transforma num drama beta.

As pessoas sempre disseram que eu sou calmo e tranquilo, eu nunca compreendi isso. Na minha cabeça, as coisas são caóticas e desordenadas. Então eu percebi que muito das características são dinâmicas, como eu havia dito anteriormente. Mas a grande questão é : será que ser frio por si só resolve nossas vidas? outra pergunta: a paz interior vem de dentro pra fora , ou de fora pra dentro? ou seria algo concomitante?

Diante desses questionamentos, eu me pergunto se a insatisfação não inerente da vida humana. Se não é um fardo que os homens carregam em sua existência, e graças a esse fardo mental, a gente conseguiu chegar onde chegamos enquanto espécie. As mulheres não pensam nessas coisas, nunca vi. Para elas, na maioria das vezes, o que importa é o aqui e o agora. Talvez a gente tenha essas lutas internas porque são essas lutas internas que fazem nos desenvolver como indivíduos e como seres sociais.

Hoje em dia as pessoas se contentam em beber, sair para baladas, pegar mulheres (ou homens, no caso das mulheres e dos gays) e mostrar pra todo mundo que é feliz e que a vida é perfeita nas redes sociais. Mas esses caras são, na maioria das vezes, infantilizados e superficiais. Então, talvez, essa necessidade de cessar o conflito que habita nossas mentes seja um desejo de ser como essas pessoas.

"Existem duas maneiras de ser feliz nesta vida, uma é fazer-se de idiota e a outra sê-lo." Sigmund Freud
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#7
(10-02-2021, 12:01 PM)Fernando_R1 Escreveu: Tem uma frase muito boa do Theodore Dalympre que diz: O sentimentalismo é pai, mãe e parteira da brutalidade.

Embora o temática do texto encara o sentimentalismo na questão tópica do emocional, não dá para deixar de mencionar este fenômeno como uma virtude social deliberadamente imposta.

Analisando as coisas com calma percebe-se como é deprimente a relação do Ocidental com sua existência, ele não se imagina um ser com um propósito maior, ou ligado a uma energia cósmica ou a um ser transcendental, o homem que absorve esse padrão pós-moderno é um átomo solto no tempo/espaço que só está no planeta por causa de uma foda entre um homem e uma mulher, a qual ele vai descobrindo coisas e as vocações específicas ao longo de sua vida.

Em um mundo Ocidental vazio de virtudes a forma mais fácil é apelar ao sentimentalismo e a emocionalidade, manifestações de uma virtude vazias de forma e sentido.

Observe que a própria sociedade dos homens e mulheres sentimentais, que se jactam em lutar por uma sociedade melhor, ao contrário, está criando o oposto, uma sociedade cada vez mais violenta, com menos liberdade e disfuncional.

Lapidar.
"Paulistarum Terra Matter..."
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#8
O sentimentalismo dentro da tradição conservadora, notadamente da igreja, dos costumes, teve sua expressão mais nefasta no Romantismo.
E como a igreja era (e em parte ainda é) o cimento, a cola, a argamassa que une o tecido social nos países ocidentais.. o restante ser corrompido pela aparência no lugar do conteúdo, foi questão de tempo.

"Só os canalhas precisam de uma ideologia que os absolva e justifique." (Rodrigues, Nelsson)
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#9
Difícil fazer essa análise psicológica do ser humano ao longo das diversas eras em que a humanidade passou

Mas ao meu ver, somos seres compostos de três fatores principais; sentimentos, pensamentos e ações, como um círculo

Se queres mudar um dos fatores, tens que trabalhar nos outros dois, logicamente então, para mudar seus sentimentos tens que trabalhar seus pensamentos e ações.

A melhor forma de trabalhar seus pensamentos é deixar de se identificar com os mesmos, apenas observá-los como nuvens passantes no céu.
 
Esse é o elo mais poderoso dessa tríplice, pois nós, como seres de percepção temporal, estamos quase que todo o tempo perdidos em pensamentos a respeito dos tempos passados ou teorizando sobre o que virá futuramente, e, ao eliminar esse 'vício' de identificar com pensamentos, estaremos no nosso estado de consciência 'normal', onde simplesmente contemplamos a existência em sua plenitude; como os animais o fazem, estes não trabalham com possibilidades, mas sim, com o que é factível e perceptível através de seus sentidos.

Dominando seus pensamentos, suas ações não serão mais baseadas em idealizações da realidade, e seus sentimentos serão só isso: sentimentos...
 Rm 8:28
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