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Nessahan Alita - Textos Complementares I
#1
Textos Complementares I

Por Nessahan Alita em 2008

Dados para citação:

ALITA, Nessahan (2008). Textos Complementares. Edição virtual independente.

Palavras-chave:

amor passional - desenvolvimento interior - magnetismo


Link dos livros para baixar: CLIQUE AQUI


Introdução

Com o intuito de auxiliar aqueles que sinceramente estudam os meus livros visando entendê-los, e não distorcê-los, elaborei explicações adicionais visando tornar seus conteúdos mais claros e compreensíveis.

Agradeço e parabenizo sinceramente a todos os leitores, comunidades e grupos que estão se esforçando para defender a correta interpretação dos meus textos. Espero ter contribuído, assim, um pouco mais para o bom andamento dos estudos.

Não direi mais nada por enquanto. 
Responda-o
#2
1 Aprofundamentos

Exceções

Mulheres sinceras, coerentes em suas atitudes, que não trapaceiam no amor e superaram ou lutam por superar seu lado obscuro (que todos temos dentro de nós), não se sentem aludidas por minhas críticas desfavoráveis.

De todas as maneiras, estas críticas não são direcionadas a pessoas e sim a comportamentos específicos no campo amoroso (trapaças, artimanhas, insinceridades, espertezas, manipulações, joguinhos etc). Seria absurdo posicionar-se contra qualquer gênero, já que todos necessitamos do pólo oposto, que é aquilo que nos falta e nos complementa. Entretanto, seria incorreto justificar o egoísmo sentimental que pode ocasionar prejuízos ao próximo.

As atraentes

Mulheres “feias” são, muitas vezes, aquelas que não buscam ser atraentes, que não se vestem e nem se portam de modo a despertar atração e serem consideradas “bonitas”. A beleza é algo subjetivo e está olhos (ou melhor, na mente) de quem a vê.

Acusações injustas

A mulher que não quer ser abordada ou cortejada não se mostra atraente. É uma contradição querer ser desejada e tentar prejudicar aqueles que a desejam com acusações e protestos. O macho comum, via de regra, não tem controle sobre o seu desejo sexual e, por isso, não deve ser provocado. Há transferência e imputação indevidas de culpa quando mulheres provocantes agem e falam como se não fossem, ao menos parcialmente, responsáveis pela ativação do desejo masculino.

Na gênese do impulso copulatório do homem, a responsabilidade feminina consiste em ser atraente e a masculina em não lutar contra a fascinação dos atributos atraentes. A transferência da culpa é uma artimanha para se isentar e uma armadilha para que o outro se acredite culpado, se sinta responsável.

Protegendo-se

O ceticismo constante com relação às boas intenções e à sinceridade é a melhor forma de proteção contra as inevitáveis artimanhas, dissimulações, frustrações e trapaças.

Abandono repentino

O desaparecimento súbito pode ter várias motivações, múltiplas causas. Em geral, parece assinalar duas situações:

1) a fujona não sente nada por nós;
2) ela sente ainda algo muito fraco por nós. Em ambos os casos a necessidade de contato não é suficiente para mobilizá-la.

São motivos para o abandono repentino: o apaixonamento por outro homem que a tenha impressionado muito, a decepção por nossa má performance sexual, a segurança exagerada (bem estar) provocada pela satisfação do desejo da continuidade, uma tentativa desesperada de “virar o barco” oriunda da insegurança exagerada ocasionada por sentimentos de rejeição contínua. 

Sentimentos mal resolvidos

O obsessiva busca pela continuidade as leva a realizar malabarismos para romper a relação sem que os nossos sentimentos estejam resolvidos, ao mesmo tempo em que os delas se preservam completamente claros e definidos. É isso o que buscam: sair da relação com os sentimentos resolvidos, nos deixando na confusão e na irritação insuportável da dúvida. Sentimentos mal resolvidos provém de dúvidas e questões não respondidas. 

Estreitamento da intimidade

Os vários níveis de aproximação podem ser marcados pela intimidade dos toques físicos, nesta ordem: toques nos braços, nas mãos, no rosto, beijos, abraços e carinho autorizado em partes normalmente “proibidas”. Ao estreitarmos a intimidade, estejamos atentos às reações favoráveis e desfavoráveis, além de possíveis atraiçoamentos.

Os “toques hipócritas” constituem uma estratégia indireta de estreitamento da intimidade física para avaliação da viabilidade de atitudes mais ousadas como, por exemplo, chamá-las para sair ou beijá-la. A correta abordagem requer a detecção de sinais subliminares favoráveis e desculpas convincentes para o contato.  

Subliminaridade silenciosa

Aprendamos a comunicar em silêncio o que queremos, a transmitir mensagens por meio das atitudes e não somente da fala. Aprendamos a ler o que nos é transmitido por meio da linguagem corporal e das situações.

Enganados pela mentira

Um engano é considerar-se unido, dono e responsável pela vida da parceira, considerá-la única, especial, diferente, insubstituível e acreditar que sem ela a vida não tem sentido.

Libertos pela verdade

Por meio da reflexão e da observação realistas, descansamos na compreensão e destruímos ilusões, equívocos e fantasias. É assim que desfrutamos da ação desinfectante da verdade.

O mal do amor

O amor passional é uma arma que faculta a submissão do homem.

Lógica do pior

É melhor antecipar-se e prever as trapaças, esperando-as de antemão por serem praticamente inevitáveis, do que esperar ingenuamente sinceridade e ter que desarticulá-las após terem se instalado. Entretanto, se algo de bom vier, sempre será um lucro.

Surpreendendo-as

Simular interesse e até um pouquinho de perseguição é um bom modo de surpreendê-las, passando ao outro extremo, com atos que comuniquem desinteresse.

Micro-telefonemas

Espertinhas muito refratárias ao diálogo são mais eficientemente tratadas com ligações telefônicas extremamente curtas, embora algumas vezes até possamos estender um pouco a conversa com assuntos impactantes (desde que seja nossa a iniciativa de desligar o telefone).

Condenação

Gostamos desesperadamente das mulheres, enquanto as mulheres não gostam tanto assim de nós, mas muito mais de si mesmas. O motivo é que elas são o elemento mais importante para a preservação da espécie, razão pela qual a natureza nos transformou em seus escravos instintivos e dispensáveis. É por isso que somos vistos como uma espécie de mal necessário e somos descartados assim que não servimos mais.

Como é muito lógico e natural, homens não gostam de homens e... mulheres também não gostam muito de homens, embora gostem muito de si mesmas! É por isso que talvez a misandria nunca seja extinta.

Contra o homem

Meu trabalho propõe a morte psicológica do homem e não das mulheres. Está, portanto, contra o gênero masculino e não contra o gênero feminino, uma vez que não alimento grandes esperanças de transformação com relação a este último. Propor ao homem que morra psicologicamente é propor-lhe que lute contra si mesmo. Se proponho ao homem que lute contra si mesmo, então estou propondo ao homem que lute contra o próprio homem (ele mesmo). Ao propor ao homem uma luta contra o homem, estou propondo uma luta contra o gênero masculino.

O gênero masculino, tal como se encontra, está cheio de defeitos e problemas, devendo desaparecer para dar lugar a um novo homem. O macho ultrapassado, sofredor e obsessivo, adepto do amor neurótico e compulsivo, precisa morrer interiormente para que nasça o macho do futuro.

Sexualidade animal

Observando os machos de várias espécies, constatei que, assim como nós, eles se desesperam pela falta de sexo e perdem o senso da realidade. Quando privados de fêmeas, cães tentam copular com pernas e árvores, tartarugas sobem em cima de melões, touros pulam cercas de arame farpado em busca de uma distante vaca no cio, cavalos e jumentos perseguem pessoas com o pênis ereto e galos tornam-se altamente agressivos. O mesmo parece não se verificar com suas fêmeas, as quais mantém-se, por longo tempo, calmas e tranquilas.

Quando finalmente excesso de abstinência se faz nelas sentir, é tão somente na forma de nervosismo e de “pavios curtos” (o animal agride outros animais ou o tratador com mais facilidade, por exemplo), mas não como tentativas de forçar a cópula com seres de outra espécie ou com objetos físicos. Esta peculiaridade masculina deveria ser levada em consideração no momento de julgar-se a infidelidade e a promiscuidade do macho humano.

Não há muita diferença, nesse quesito, entre nós e os outros animais. Recentemente, um criador de animais me informou não ser incomum que fêmeas no cio rejeitem o assédio dos machos, os agridam e irritem, para cederem somente após a extenuação. O leitor enxerga alguma semelhança com o comportamento humano?

As buscas do homem e da mulher

Há, no homem, uma busca desesperada por sensações eróticas intensas. Analogamente, há, na mulher, uma busca incontrolável por sensações emocionais exageradas. Esta busca desenfreada pode levá-los à destruição. A mente masculina é bombardeada constantemente com apelos à satisfação erótica extrema, o que pode repercutir em destrutivas perversões do instinto sexual.

Complexos

Complexos de inferioridade e de perseguição levam as mulheres a considerarem preconceituosas todas as observações críticas, desaprovações e assinalações de diferenças que façamos sobre elas. Quando apontamos diferenças ou manifestamos descontentamento, imediatamente somos rotulados como “misóginos”.

O raciocínio complexado costuma ser bem simplista e precário: “Se ele criticou é porque não gosta.” Motivada por um complexo é também a tendência feminina em querer fazer tudo o que fazemos. Esta imitação compulsiva dos nossos comportamentos deve-se ao complexo da inveja do pênis.

Nós as condicionamos

As acostumamos à ideia de que não precisam daquilo que temos a oferecer. As condicionamos a crer que dispõem de um tesouro altamente desejável que não pode ser pago a nenhum preço. Por meio de perseguições, insistências e pressionamentos, as condicionamos a recusar, até onde possam, o que possuem de melhor e a evitar a cessão desses supostos tesouros até o último instante. Conferimos ao ato da rejeição uma função incrementadora do desejo.

O valor que a mulher confere à sua preciosidade (sexo-carinho-amor) é reflexo do valor conferido pelo homem, pois não se criam valores unilateralmente. Elas se encontram na cômoda posição de quem não precisa agradar por já ter algo que o outro busca com desespero. Quem corre atrás é sempre quem acredita precisar do que o outro dispõe. 
Responda-o
#3
Indiferença pelas soberbas

Com as esnobes, não basta demonstrar indiferença, é preciso ir mais longe, demonstrando rejeição específica. O orgulho das petulantes, ao ser quebrado, as mobiliza a sair da inércia. Atitudes de rejeição são: passar ou outro lado da rua, afastar-se ante a aproximação, dar atenção somente às amigas e rivais, ignorando-a, recusar-se ao contato etc.

Traídos pelas perguntas

Encher uma mulher de perguntas é revelar nosso interesse nela e, portanto, afastá-la, satisfazendo seu desejo de continuidade. São perguntas que não se deve fazer nunca ou quase nunca: “Você gosta de mim?”, “Sentiu saudades?”, “O que você acha de mim?”, “Você me considera interessante?”, “Que tipo de homem você gosta?” e outras parecidas. Tais perguntas comunicam fraqueza masculina ao subconsciente feminino, denunciam uma preocupação em atender os caprichos da mulher e a afastam. A atração é estabelecida e mantida somente quando se comunica vasta experiência anterior e segurança no trato com as mulheres. Em outras palavras: elas devem achar que somos grandes garanhões e que estamos acostumados a ter muitas e as melhores!

Nas discussões

Em uma discussão, o homem tenta atingir a mulher predominantemente no intelecto, enquanto a mulher tenta atingi-lo no sentimento. Com mulheres irritantes e provocadoras, não se pode dialogar quase nada. Se devolvemos as provocações, transferindo-lhes o estado de irritação, elas surtam em fúria. Se aceitamos as provocações, sofremos com a ira e somos rebaixados aos seus olhos.

A solução que resta é isolá-las, dialogando pouco e quase não interagindo, exceto para o sexo, se for este o caso. Elas são invulneráveis a ataques lógicos. Ataques lógicos não as sensibilizam. É por isso que “discutir a relação” sempre piora tudo. A capacidade de silenciar interiormente e de não deixar-se envolver é de grande valia em tais situações. Exige resistência ante o terrível magnetismo da fala alheia.

O poder de agressão

Antes de nos envolvermos ou entrarmos em confronto ideológico com mulheres, convém considerarmos adequadamente as pessoas de ambos os sexos e os grupos que elas podem manipular contra nós. Além da capacidade de ferir certeiramente nos sentimentos, o poder feminino de agressão envolve a manipulação de pessoas de ambos os sexos contra o inimigo. Não necessariamente será usado de forma justa, honesta e em legítima defesa.

Poder feminino

O poder das mulheres é o poder de manipulação dos sentimentos e dos pensamentos de outras pessoas e grupos, de ambos os sexos, através dos quais elas comandam as sociedades em que vivem e também os homens detentores do poder. 

Inteligência egoísta

Quando digo que a não-racionalidade e a ilogicidade femininas são uma forma incompreendida de inteligência, estou dizendo que são, entre outras coisas, uma forma de esperteza e de astúcia. Trata-se de uma inteligência empregada quase exclusivamente no campo das relações afetivas e de dificílima compreensão ao leigo, o qual se vê desconcertado e confuso diante dos sofisticados malabarismos realizados para colocá-lo e mantê-lo na posição de apaixonado ou, pelo menos, na posição de quem precisa e deseja.

É uma inteligência que tem por efeito submeter o homem por suas próprias paixões. Me parece lícito usá-la em legítima defesa e ilícito utilizá-la como forma de abuso e exploração.

Concordâncias

Concordo com a doutora Donatella Marazziti: a paixão é uma forma de transtorno obsessivo-compulsivo. Concordo também com Machado de Assis, em sua obra “O Alienista”, com Olavo de Carvalho, em sua obra “O Imbecil Coletivo”, e com Nelson Rodrigues: a opinião da maioria não poucas vezes é louca e pode muito bem estar errada.

O motivo é que esta opinião é manipulada por aqueles que estão no poder de controlar os meios de comunicação e os aparelhos formadores de opinião.

Músicas

Nas músicas românticas compostas por homens geralmente percebemos sentimentos de culpa e lamentos pela perda da mulher amada. O autor das letras se sente o único responsável por seu próprio sofrimento amoroso, acha que a mulher tem toda a razão em maltratá-lo e traí-lo, implora para que ela o perdoe e volte etc.

Em músicas românticas compostas ou cantadas por mulheres, a tendência é oposta: elas afirmam sua própria razão, acusam o parceiro, dizem que não precisam dele para nada e, com frequência, ordenam-lhe para que saia de suas vidas para sempre e não volte nunca mais. Músicas femininas dificilmente enaltecem o masculino e músicas masculinas frequentemente enaltecem o feminino. Ambas as modalidades costumam atacar o masculino. Como as músicas são apreciadas por milhões de pessoas, refletem e evidenciam a mentalidade coletiva reinante em nossa época.

Sinais de apaixonamento

São sinais inconfundíveis de que se está apaixonado: pensar constantemente na amada, sonhar com ela, confundí-la frequentemente com outras mulheres semelhantes quando estão de costas, seguí-las para olhar em seu rosto com o intuito de se obter uma confirmação de identidade, uma vontade imensa de encontrá-la, um impulso violento de abraçá-la e, por fim, uma certa dor emocional específica, sentida como tristeza no coração.

Se você apresenta esses sintomas, é bem provável que tenha comido a maçã envenenada da paixão.

Sobre os opositores

Os adeptos do caos dialógico-mental, entre os quais incluo os opositores gratuitos e passionais de minhas teorias, tentam vencer discussões confundindo e não esclarecendo. Para tanto, valem-se da artimanha de não permitir que o oponente conclua cada pensamento em separado. Lançam repetidamente múltiplas questões, uma atrás da outra, e vários assuntos sucessivos, sem aterem-se e sem penetrar em nenhum. Problematizam muitas coisas ao mesmo tempo e evitam tratar cada uma delas por vez até o esclarecimento.

Recusam-se terminantemente a tratar cada problema isoladamente até a exaustão e o esclarecimento. Em outras palavras: odeiam a clareza e as conclusões bem fundamentadas. Eles são adeptos do caos e da ignorância. Também apreciam inventar as mais absurdas intenções escusas e fictícias para, em seguida, atribuí-las a nós. Fazem-no com o ingênuo intuito de nos intimidar, com suas acusações ridículas, para que desistamos de desenvolver nossos pensamentos.

Extermínio de nossos valores

Os valores masculinos estão sendo alvo de uma campanha de extermínio nos países ocidentais, pelo menos no que diz respeito ao relacionamento amoroso. As exigências masculinas de exclusividade, certeza, definição, clareza e fidelidade no casamento, e até no namoro, são vistas como atos de violência psicológica. Curiosamente, quando tais exigências partem da mulher são tomadas como direitos inalienáveis.

Reclamonas

As mulheres são capazes de se adaptar a situações opostas, encontrando em ambos os pólos de tais situações vários motivos para reclamar. É por isso que nunca estão satisfeitas e que tentar satisfazê-las é perder o tempo.

Guerra da paixão

O que determinará a vitória na guerra da paixão não é se a outra pessoa ficará conosco para sempre ou se o relacionamento terminará, mas sim a imagem que ela levará consigo a nosso respeito, mesmo após o término definitivo de tudo. É melhor terminarmos uma relação e sairmos vitoriosos (não é isso o que elas costumam fazer conosco, desaparecendo abruptamente?) do que prolongá-la e sairmos derrotados visto que, em ambos os casos, a mulher será, no final, perdida de todas as maneiras.

É claro que a iniciativa de terminar um relacionamento somente se justifica quando o fracasso for inevitável. Em casos de dúvidas persistentes e que não cedem de modo algum, podemos também adotar a tática de simplesmente desistir de todas as expectativas e esperanças, sem romper formalmente com a mulher. Então a verdade acaba se revelando. Devido à natureza feminina paradoxal, é desistindo de vencer que se vence a guerra da paixão.

Pessimismo

As pessoas não entendem o pessimismo schopenhaueriano. Supõem que seja uma espécie de eterna lamentação associada ao culto masoquista da tristeza quando, na verdade, é uma postura realista em que se desiste de procurar a felicidade na vida por compreender-se que a mesma somente pode ser encontrada na morte.

Por vida leia-se “matéria” (corpo) e por morte leia-se “espírito” (alma). Ao morrer o desejo de viver, morre também a tristeza e alcança-se a felicidade. Não é possível sermos felizes no amor porque não é possível sermos felizes de nenhuma maneira nesta vida. A felicidade está na morte dos desejos e das paixões, as quais, em conjunto, constituem aquilo que convencionamos chamar de “Eu”.

Aqueles que se dizem felizes nas paixões estão enganados ou estão mentindo. Aí estão a velhice, dor, a doença, a perda dos entes queridos e a impotência perante a morte física para desmentí-los. Nós, seres humanos, somos uns desgraçados (destituídos da Graça do Espírito).

Destruição mútua

Quando um homem se identifica com o lado obscuro das mulheres, deixando-se afetar pelo mesmo, constela dentro de si seu próprio lado obscuro. Então, ambas as faces sombrias se relacionam de um modo inevitavelmente destrutivo para ambos. Aí estão os crimes passionais para prová-lo.

Vários caminhos

Na lida com as mulheres não há apenas um caminho a ser seguido e sim vários. Os caminhos variam conforme as situações. Não forneço receitas prontas, proponho chaves teóricas provisórias que devem ser aprimoradas.

Lei de Murphy

O amor é regido por uma lei pessimista: as pessoas que se apaixonam por nós e nos perseguem são justamente aquelas que não queremos, enquanto aquelas que desejamos ardentemente costumam nos evitar. É lei de Murphy em ação. Esta lei já era conhecida pelos sábios antigos muito antes de Murphy enunciá-la.

Lei da atração

A lei de Murphy é complementada pela lei da atração. Quando desejamos ardentemente alguém, inconscientemente acreditamos que aquela pessoa nos é inacessível ou está muito além de nosso alcance. Esta crença inconsciente rege o desencadear dos acontecimentos e nos leva aos resultados indesejáveis e azarados, pois a “realidade” é construída pela mente, que seleciona partes de um todo absoluto e infinito para construir o seu mundo particular. Se modificarmos nossas crenças inconscientes, o que não é fácil, modificamos também a realidade.

Cada crença que carregamos dentro corresponde a uma forma mental, a um pólo, a uma ótica específica, a um desejo e, portanto, a um “eu” distinto. Por uma questão de lógica, quando dissolvemos um desejo, suas correspondentes crenças auto-sabotadoras inconscientes se dissolvem junto. É assim que transcendemos a Lei de Murphy. Reza a Lei da Atração que se nos convencermos profundamente de algo, aquilo se torna realidade.

Pois bem, “convencer-se profundamente de algo” é convencer o inconsciente, superando resistências e ceticismos que temos mas cuja existência nos é desconhecida. É assim que funcionam a bruxaria e os ritos mágicos do bem e do mal. As leis do magnetismo universal regem a atração entre o macho e a fêmea e todas as outras formas de atração existentes. 

Três virtudes

Para lidarmos corretamente com as mulheres necessitamos: paciência de Jó, sangue de barata e nervos de aço. E elas, de quais virtudes necessitam para lidar conosco?
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#4
2. Aceitando e contornando as barreiras

Barreiras à aproximação aliadas a comportamentos convidativos constituem a ambiguidade ou incoerência que tanto nos atormenta no comportamento feminino. É mais conveniente buscar caminhos alternativos (aberturas na blindagem) do que tentar forçar contra as resistências impostas. Nos aliemos às resistências, concordando e reforçando-as, ao mesmo tempo em que penetramos por aberturas não visíveis à primeira vista.

Obteremos assim bons resultados. A atitude de aceitar o lado desagradável das mulheres, devolvendo-lhes também todas as consequências indesejáveis deste lado, pode arrancá-las da neotenia comportamental, a qual as impele a lançar, sobre nossas costas, culpas e responsabilidades que não nos pertencem. Em outras palavras: por meio de um estado psicológico correto, as encurralamos para que cresçam ou sofram as más consequências de suas próprias espertezas, não lhes deixando outra saída além de agir como uma pessoa adulta.

Brincar com os sentimentos alheios é uma irresponsabilidade infantilóide, típica de pessoas desocupadas. Não forcemos definições: aproveitemos as aberturas dos sinais favoráveis contidos no comportamento ambíguo. Escolhamos as formas corretas de insinuação. Evitemos as insinuações qualitativamente errôneas. Insinuações qualitativamente errôneas provocam explosões.

3. O jogo de bloqueios e esperanças

Ao mesmo tempo em que se mostra atraente, receptiva e simpática, para despertar no homem o desejo e preservar suas esperanças, a espertinha impõe-lhe dificuldades e obstáculos à aproximação. Cria uma situação ambígua e incompreensível. Parece que quer algo mas também parece que não quer nada. No final, o próprio homem acaba acreditando que todo o interesse e iniciativa partiram somente dele e que, da parte da mulher, não houve participação alguma. Quando a manipulação é habilmente executada, sempre fica parecendo que ele quer e ela não.

Então, omitindo sua participação, a espertinha diz para todo mundo: “Ai! Esse cara chato não sai do meu pé!”. É um problema com dois pólos. De um lado estão os comportamentos atrativos que criam, permitem e preservam as nossas esperanças e, do outro, os comportamentos resistentes que bloqueiam e impedem a nossa aproximação. Como resolvêlo? Um possível caminho é sermos ainda mais absurdos e ilógicos, insistindo na direção em que a mulher menos espera que o façamos. Que direção é esta? A direção do pólo negativo.

É uma insistência surpreendente porque a maioria dos homens insiste no pólo contrário. Vejamos melhor. Ao invés de insistirmos para que a mulher ceda e pressionarmos para que diga que se sente atraída, de enchê-la de perguntas, de discutirmos etc. é mais conveniente, para arrancarmos uma definição, insistirmos na direção oposta, solicitando que confirme que os bloqueios e resistências realmente correspondem ao seu verdadeiro interesse (“Você tem certeza de que só quer ser minha amiga?”, “Você realmente tem certeza de que não quer se encontrar comigo?”).

Via de regra, o homem tenta pressionar visando obter as confirmações desejáveis que lhe interessam e não as confirmações desinteressantes, temíveis e indesejáveis. E aqui está o nosso erro: tememos que a espertinha confirme exatamente aquilo que não queremos. Se, ao invés de “apontarmos uma pistola” visando obter o que desejamos (o encontro, o sexo), insistirmos na direção contrária, buscando a confirmação daquilo que não queremos (a ausência do encontro), desconcertaremos a espertinha e a encurralaremos no jogo.

Se ela confirmar o pior, terá revelado o fato que havia tentado esconder: de que somente queria nos usar para satisfazer seu egoísmo. Se ela confirmar o melhor, terá também revelado o que havia, igualmente, tentado esconder: que na verdade sentia atração ou interesse mas não queria dar o braço a torcer. Em ambos os casos, a espertinha não terá saída e será derrotada no joguinho. Nesses jogos (verdadeiras guerras!) da paixão, a tática feminina consiste em esconder a verdade a respeito daquilo que é mais importante e central para nossas tomadas de decisões.

Tais informações estratégicas são mantidas em segredo a todo custo e não adianta tentar arrancá-las por uma via direta e explícita porque, quanto mais insistimos por esta via, tanto mais elas se fecham, bloqueiam e criam um inferno. O melhor é, portanto, “atingi-las nos flancos”, ou seja, atacar o problema por onde elas menos esperam. Esta linha tática realmente desarticula o joguinho porque opera sobre os campos psicológicos em que a mulher não está preparada e nos quais ela tenta evitar medir forças interiores conosco.

Elas estão preparadas para a insistência dos ignorantes que pressionam, visando confirmar as esperanças e desejos masculinos, mas não estão preparadas para os sábios que reafirmam e reforçam as próprias resistências femininas. A espertinha não sabe o que fazer quando seus bloqueios teimosos são aceitos, reforçados e reafirmados pelo homem.
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#5
4. O homem não é o único culpado por desejar

O homem, via de regra, não tem o poder de controlar o seu desejo. Quando provocado sexualmente, cai fulminado pela paixão sexual. Não há opção de escolha: ele deve desejar ou desejar. Não poderá deixar de desejar. Ainda que seu desejo não possa ser satisfeito e ele se resigne ao sofrimento da insatisfação, este sofrimento é resultado do inevitável desejo.

Como observou Schopenhauer, não temos o livre arbítrio de desejar ou não. O macho está condenado a desejar a fêmea que o provoca, ao menos no âmbito da existência comum. As exceções ficariam por conta daqueles que transcenderam o condicionamento instintivo animal por meio das disciplinas espirituais, daqueles que apresentam certas diferenciações biológicas específicas e também dos casos em que a mulher é exageradamente contra-atraente. Mas exceções não invalidam uma regra. Portanto, a culpa por um homem desejar uma mulher não pode ser imputada somente a ele. Há uma parcela feminina de culpa pois a mulher que não quer ser desejada não se mostra atraente.

A mulher que se mostra atraente, o faz por querer ser desejada. Mostrar-se atraente é provocar o desejo. É contraditório que uma pessoa provoque o desejo de outra e, ao ser desejada, tente prejudicar quem a deseja com protestos e acusações. Se temos que proibir os homens de desejar as mulheres, temos também, por uma questão de justiça, que proibir as mulheres de se mostrarem atraentes aos homens (é o que se faz, coerentemente, no Islã). Ou então, ao contrário, teríamos que permitir ambas as coisas.

É comum que o próprio homem acredite ser o único responsável (culpado!) por desejar uma mulher. Há casos em que a espertinha, atuando como ativadora e facilitadora dos desejos masculinos, manipula a aparência das situações para que, à primeira vista, tudo fique parecendo que não há colaboração alguma, da parte dela, na origem do interesse masculino. A dissimulada manipulação psicológica chega a um grau de sofisticação tão alto que, muitas vezes, até o próprio homem interessado crê, firmemente, que não há a menor participação da mulher no processo.

Essa sofisticação manipulatória do psiquismo é tão eficiente que, por muito tempo, confundiu e enganou muitos psicólogos e filósofos. Ainda assim, parece-me (apenas parece-me!) que se trata de uma manipulação realizada inconscientemente, ou seja, de algo sabido, não pela cabeça mas, parafraseando Schopenhauer, “pelo instinto”. Restaria ainda apontar qual seria a parcela de responsabilidade do homem na origem de seu próprio desejo. Aponto: a responsabilidade do homem consiste em ficar passivo diante de sua natureza animal, de resignar-se a ela ao invés de tentar superá-la.

Porém, não podemos nunca esquecer que o instinto de acasalamento do macho humano é tão violento que muitos preferem pagar com a vida o preço da união sexual com fêmeas que os satisfaçam plenamente (as mais atraentes de todas) a terem que viver na insatisfação contínua. Em outras palavras, a superação do instinto é algo muito difícil, dada a violência com que atua sobre o psiquismo. 

5. Comportamento violento e desilusão

Excetuando-se os casos de violência gratuita pura e simples, os casos de violência contra a mulher guardam vínculos com a postura feminina ambígua no relacionamento, a qual leva o homem a sentir-se trapaceado no amor, e também com a idealização do feminino. Sendo assim, para diminuí-la, faz-se necessário ensinar os meninos a não idolatrarem as mulheres e ensinar as meninas que deverão, quando adultas, agir forma coerente com relação ao sexo oposto.

Aqueles que vivem na mentira não acreditam que as mulheres sejam seres humanos, mas sim seres angelicais sublimes, maravilhosas, fiéis e desprovidos de defeitos. Esses infelizes imaginam-se os únicos objetos de amor e interesse sexual de suas parceiras, o que é evidentemente falso e absurdo. Quando finalmente se deparam com a realidade, muitos não a suportam e podem sofrer um surto psicótico extremamente perigoso. Por isso a idealização do feminino é um mal. Se não idolatrarmos uma mulher, não exigiremos dela a perfeição das deusas. Então não haverá o apaixonamento, o qual não passa de um sentimento neurótico, um transtorno obsessivo-compulsivo doentio. A obsessão amorosa é indissociável do comportamento violento por que ambos são as duas faces de uma mesma moeda, que são o amor e o ódio.

A dúada amor-ódio forma um par de opostos e entre seus extremos oscilam as atitudes afetuosas e as atitudes agressivas. Quanto mais apaixonado estiver um homem, tanto maior será sua decepção ao ser rejeitado, abandonado ou ao descobrir que o objeto de sua adoração nunca correspondeu às suas expectativas divinas. O amor verdadeiro é calmo, sóbrio, nada tem a ver com a loucura passional com a qual costuma ser confundido e se parece muito mais com a amizade.

Ao invés de vivermos na mentira e de nos relacionarmos com mulheres idealizadas em nossos sonhos, é muito mais saudável sermos capazes de enxergar a mulher real e de nos relacionarmos com a realidade. E a realidade é esta: o ser humano é malvado, traidor, cruel e egoísta. Se as mulheres fossem somente poços de virtudes ou anjos desprovidos de instintos, não seriam humanas.

É por isso que devemos estar preparados para tudo, sem nunca nos surpreendermos com trapaças, artimanhas, manipulações, mentiras, abandono, frustrações, traições e dissimulações. Embora sejam no fundo uma só coisa, a maldade e a destrutividade humanas se expressam de maneira diferente em homens e mulheres. Algumas formas de expressão da maldade são tipicamente femininas e outras são masculinas. Além do lado obscuro, há também um outro lado nos seres humanos de ambos os sexos: um lado luminoso, do qual provém os atos de bondade, misericórdia e altruísmo. É deste lado que provém o amor verdadeiro, o qual esporadicamente irrompe em nossa natureza.

O comportamento violento origina-se, portanto, do lado obscuro (a “sombra”, mencionada por Jung) e pode ser ativado pela desilusão brusca e repentina. Por isso é importante ensinar aos meninos o auto-controle e o comedimento no amor. Se os garotos crescessem aceitando as mulheres reais, não nutririam falsas expectativas.
Os surtos psicóticos da “batttered man syndrome” continuarão e insistirão enquanto não se considere adequadamente suas causas emocionais e enquanto se negligencie o fato evidente de que os homens são seres humanos (ou humanóides, como costumo dizer, já que somos simultaneamente humanos e animais) cujos sentimentos não deveriam ser objeto de descaso ou de brincadeiras.

Embora a sociedade nos diga, em tempo integral, que devemos ser “sensíveis” e sentimentais, o que ela realmente exige de nós é a insensibilidade em todos os campos, principalmente o amoroso. Os rumos modernos tomados pelos relacionamentos amorosos estão deixando os homens cada vez mais loucos e a única forma deles se protegerem é transcendendo o amor romântico por meio da compreensão. Quanto mais iludido e apaixonado for um homem, tanto mais frustrado ficará ao ver-se rejeitado durante a inevitável alternância comportamental do objeto de sua adoração.

A violência da reação será proporcional à intensidade do suposto amor ao qual foi induzido por comportamentos que davam livre passe à ilusão. Fascinações profundas acarretam em sofrimentos amorosos intensos e, nesse sentido, o amor é o mal. É contraditório que a sociedade ensine aos meninos a idolatria do feminino, o culto do amor romântico, e tente punir os homens que perdem o juízo ao descobrirem que suas mulheres não são as deusas que lhes ensinaram a acreditar, mas tão somente seres humanos defeituosos como eles o são. 

Os homens não exigiriam das mulheres atributos divinos, entre os quais a fidelidade monogâmica, se não lhes fosse ensinado que elas são deusas. O culto do amor romântico é um mal, uma verdadeira lavagem cerebral, que visa o controle social do macho, esse ser tão detestado e temido, mas que às vezes surte o efeito oposto.

Quando os homens forem ensinados a enxergar as mulheres como elas são, sem mistificações de espécie alguma, sem idealizações, sem utopias, sem romantismos, sem sonhos, sem loucuras, deixarão de exigir o que não existe e de pressionar pelo impossível. Não exigirão perfeição e não tentarão obrigá-las a serem anjos ou deusas. A loucura de um homem é diretamente proporcional ao seu romantismo: quanto mais romântico, mais insano. Seria benéfico à saúde pública educar os homens de modo a não nutrirem expectativas irrealistas com relação às mulheres. Ainda que um homem pareça frio no cotidiano, seu comportamento violento será essencialmente passional.

O comportamento passional é bipolar e une emoções contrárias. O amor frustrado transforma-se em ódio. O desejo insatisfeito provoca sofrimento. A insatisfação e a frustração podem desencadear comportamentos violentos. Quanto mais apaixonado se está, tanto mais se sofre. Ensinar às pessoas que elas devam se deixar tomar pelas paixões amorosas é formar seres descontrolados e violentos. O descontrole emocional na relação amorosa decorre do apaixonamento.

O comportamento feminino ambíguo e indefinido origina sofrimentos e descontroles emocionais no homem, contribuindo, também ele, para a violência. Portanto, uma parte da culpa cabe ao homem e outra parte cabe à mulher. Homens devem aprender a controlar sua ira e mulheres devem aprender a controlar seus impulsos de provocação e de agressão emocional. Seriam soluções possíveis para minimizar os surtos da “battered man syndrome”:

1) um comportamento absolutamente coerente, lógico, claro, indissimulado e previsível8 por parte da mulher;

2) uma educação que desapaixonasse o homem e não alimentasse ilusões a respeito do feminino.

Se todos os homens se desapaixonassem, as mulheres não teriam violência contra a qual protestar. A violência masculina diminuiria sensivelmente se:

1) os homens lutassem contra os seus impulsos passionais;
2) os meninos fossem ensinados a não idealizar o amor romântico e nem a mulher;
3) os maus se convertessem em homens bons;
4) as mulheres deixassem de sentir atração pelos cafajestes e de premiá-los;
5) as mulheres não permitissem que os homens nutrissem expectativas ilusórias, dizendo a verdade tão logo os conhecessem; 
6) as mulheres agissem de forma coerente e definida em relação aos homens.

Cada gênero deveria fazer a sua parte. Os surtos de violência dos apaixonados está vinculado à dependência afetiva por uma única mulher. Provém de uma transferência da imago parental materna para a parceira. Há dois tipos de violência masculina: a dos cafajestes e a dos apaixonados. As mulheres reforçam a primeira quando premiam os maus e a segunda quando iludem os bons ou quando simplesmente aceitam comodamente que se iludam.

A segunda é, obviamente, mais perigosa do que a primeira por não se tratar de mau-caratismo mas sim de loucura. Estou tratando aqui principalmente dos surtos psicóticos de violência e não da violência originada do mau-caratismo puro e simples, frio e calculista. Exclua-se do centro desta análise, portanto, os atos violentos dos cafajestes e dos sem-vergonhas. Ocupei-me neste texto com o surto dos apaixonados.
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#6
6. Comportamento ambíguo

Sinais contraditórios, aberturas associadas a bloqueios, caracterizam a ambiguidade comportamental. Aproveitemos as aberturas sem ousar em exagero. Arrisquemo-nos sintetizando prudência e ousadia. A ambiguidade comportamental permite a manipulação das situações, de modo a gerar uma aparência de que somente nós estamos interessados (unilateralidade aparente do interesse), mas não elas. Atuemos implicitamente, aceitando as ambiguidades tal como são (“com certa dose de hipocrisia, como se não pensássemos nisso...” diria Eliphas Lévi).

Devolvamos a negação das intenções e o comportamento ambíguo. Avancemos sem assumir nossas intenções (não é isso que elas fazem conosco?), enquanto realizamos uma leitura geral das reações, preservando a severidade masculina. Em doses homeopáticas, expectativas nos são criadas, alimentadas e frustradas. Esperanças são cultivadas ao mesmo tempo em que bloqueios e impedimentos são estabelecidos.

A ambiguidade combina atrativos e bloqueios. Atrativos = simpatia, sorrisos, olhares convidativos, vestimentas provocantes, conivência com nossas exteriorizações de interesse, ausência de atitudes que nos indiquem claramente o desinteresse e, de forma geral, toda comunicação favorável transmitida por meio da linguagem corporal. Bloqueios = resistências, desculpas e justificativas para adiamentos e recusas. Desarticulação da ambiguidade = reforçar e solicitar explicitação dos bloqueios enquanto se aceita e se aproveita os atrativos até onde se possa.

O comportamento ambíguo se deve ao exagerado desejo de continuidade associado ao desinteresse, em variados graus, por nossa pessoa. O distanciamento fugidio será maior ou menor consoante as certezas que comunicarmos a respeito de nossos desejos, podendo mesmo, nos casos em que transmitimos certeza absoluta de apaixonamento, chegar ao extremo do distanciamento completo e até definitivo.

O motivo são as crenças inconscientes de que sempre as estaremos esperando e perseguindo como uns tolos. Razões adicionais para o comportamento dúbio podem ser ainda: o interesse em testar o próprio poder de sedução, o interesse em nosso destaque ou riqueza (se houver), a aversão mesclada à cobiça. As segundas intenções (“mulher interesseira”) costumam estar presentes e se originam da mescla entre cobiça e aversão, a qual as leva a tentarem se desvencilhar do indesejável retendo o desejável.

O desejo da continuidade mobiliza a indução da perseguição, a qual tem como resultados e metas: informar-lhes o quanto são desejáveis, confundir-nos (paralisando nossa ação enquanto nosso desejo é preservado), induzir-nos ao apaixonamento e, por fim, aprisionar-nos emocionalmente para que assumamos compromissos. Atuemos no ritmo delas, aceitando e estimulando o lado positivo e desejável dos comportamentos incoerentes.

Sejamos pacientes. Se aproveitarmos o pouco que nos for oferecido de bom, podemos aos poucos reverter a dubiedade e inverter nossa posição na relação, gerando interesse gradativamente maior. Para tanto, temos que aproveitar as aberturas existentes (pontos em que elas não estão blindadas), para insinuar o impressionismo e até impactar. Aproveitemos os aspectos favoráveis e convidativos, insinuando o impressionismo até onde alcancemos, e ignoremos os desfavoráveis.

7. Decadência familiar

Critérios seletivos

Nos dias atuais, os critérios para escolha de esposos costumam ser utilidade, conveniência, pragmatismo, salário, docilidade, gosto por crianças, companheirismo. Enquadram-se neste critério os “bons rapazes”, sinceros, trabalhadores e honestos. Os critérios para escolha de amantes são a atração sexual e o impacto emocional.

Enquadram-se neste critério os portadores de mau-caratismo, incluindo os traços da “tríade sinistra” de Johnasson e Schmitt. Portanto, os maridos geralmente não são escolhidos pelo grau de excitação e paixão que provocam em suas esposas, ao contrários dos amantes. É por isso que ficam com a parte pior e mais desinteressante: obrigações, trabalhos, despesas, preocupações e compromissos, entre os quais o de fidelidade, além da insatisfação sexual.

É também pela mesma razão que suas esposas não sentem grande atração sexual e nem tampouco paixão por eles, já que não os escolheram para o sexo mas apenas para ajudá-las nas dificuldades, enquanto os amantes, por outro lado, fazem com que suas pernas amoleçam. É nisso que foi transformado o casamento! Exceções não invalidam esta generalizada tendência.

O casamento, nos moldes em que se dá atualmente, perdeu o sentido e não traz vantagem alguma para o homem. É por isso que sou defensor do matrimônio perfeito e condeno as ridículas caricaturas de matrimônio em que se transformaram as uniões modernas. Nas uniões atuais o adultério é uma regra e não uma exceção.

A família do futuro

De acordo com os valores atualmente impostos pelos meios de comunicação em massa e pelos governos dos países ocidentais, o marido ideal deve ser um corno conformado e feliz (o tão apregoado “esposo compreensivo”), a esposa ideal deve ser uma adúltera (chamam isso de “liberdade sexual da mulher”) e os filhos devem ser induzidos à inversão de suas identidades naturais de gênero desde a infância. Aqueles que se rebelam contra esses valores são qualificados como preconceituosos e opressores, quando não como criminosos. Daí para a criação de leis repressoras que obriguem a adoção desses comportamentos à força há somente um passo.

Descaramento de algumas

Há mulheres tão descaradas que se casam voluntariamente com um homem e continuam apaixonadas por outro, chegando até mesmo a ter a cara-de-pau de exigir fidelidade e monogamia do infeliz marido, o qual viverá o inferno de não sentir-se amado durante toda uma vida. 
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#7
8. Gerando atração

Para surtir resultados positivos, provocando admiração, impacto e, consequentemente, atração, nosso destaque deve preferencialmente se dar nos círculos em que a presença feminina é marcante. A atração surge de nosso destaque positivo em relação aos outros homens, perante os quais “aparecemos mais” e reúne múltiplos fatores combinados. Elas sempre nos comparam.

Provoca-se sentimentos intensos pelos seguintes caminhos: uma fala decidida, com objetivo certeiro e temas que não sejam repetitivos; alternância comportamental; sexo selvagem de boa qualidade e com grande intensidade; desmascaramentos destemidos e justos; destaque na hierarquia dos machos; olhar penetrante; afrontamento de convicções; severidade; segurança; masculinidade; frieza; calma; objetividade; desenvoltura; domínio de si e das situações; liderança; comando protetor; habilidade desarticulatória; iniciativa; atividade; penetrabilidade da inteligência; virilidade. Não se provoca medo no inimigo quando se o teme. Não se provoca ira no escarnecedor quando se está enfurecido.

Similarmente, não se provoca o apaixonamento de uma mulher quando se está apaixonado. Nas relações sociais, os sentimentos se complementam por oposição: aquilo que sinto pelo outro é, de alguma forma, oposto ao que o outro sentirá por mim. É uma questão de lógica. Os cafajestes provocam nas mulheres intensos sentimentos de entrega e dedicação. As paixões humanas seguem os princípios do magnetismo universal.

Infelizmente, os fanfarrões, contadores de vantagens, mentirosos e narcisistas provocam mais impacto emocional, e consequentemente maior impressionamento, do que os sinceros, transparentes, humildes e honestos. Temos que superar, em poder de impressionamento, os portadores da “tríade sinistra” de Schmitt, mas sem nos convertermos de fato no que eles são. Movida pela competitividade e pela curiosidade, defeitos que costumam tragá-las vivas, uma mulher se interessará especificamente por um homem se perceber que muitas outras mulheres se sentem atraídas por ele.

Quanto mais bonitas e desejáveis forem essas rivais, tanto mais intenso será o interesse. Gerar atração nas mulheres é atuar da maneira correta (que normalmente é o contrário daquelas que nos ensinaram) e não tentar forçar arbitrariamente suas vontades, ato este que nos retira toda a razão e lhes confere motivos de sobra para nos acusar e para nos manipular por meio de nossos próprios sentimentos de culpa. Um exemplo de tentativa arbitrária de ativar o desejo feminino por caminhos equivocados é o impulso incontrolável, muito comum nos desconhecedores, de demonstrar interesse, perseguir e assediar.

Se ela não se mostra atraída, é porque as informações que você transmite (in)voluntariamente não apresentam nada de interessante. Modifique, então, sua forma de ser e de agir. Não insista no mesmo caminho equivocado contra todas as evidências.

9. Significados do ato sexual

Enquanto o órgão sexual feminino é associado à vida e ao nascimento, o órgão sexual masculino é associado à invasão, à dor, à penetração e à agressão. O ato sexual masculino, ao contrário do feminino, não é um ato de amor e nem de carinho mas sim um ato de agressão e de fúria, em um certo sentido. É por este motivo, entre vários outros, que a mulher reluta, seleciona tão cuidadosamente os parceiros e exige que os homens escondam sua verdadeira intenção, que é a de penetrá-la, até o momento em que ela decida se aceitará ou não ser “agredida” deste modo.

Caso conclua que não poderá controlar a agressividade do ato, rejeitará o pretendente, considerando-o demasiadamente impulsivo, e o relegará ao nível dos desejosos insatisfeitos que devem esperá-la pelo resto da vida. Não irá cortar o vínculo definitivamente, por meio do esclarecimento, mas irá mantê-lo preso sem permitir que satisfaça o seu desejo de possuí-la.

O mais curioso é que, apesar de ser, em um certo sentido, uma agressão, o ato sexual selvagem pode, em alguns casos, fazer a mulher se sentir “mais fêmea”, prendê-la e torná-la dependente. A contradição se explica porque a fúria agressiva, apesar de temida, impacta e transmite virilidade. Ao mesmo tempo, pode se transformar em um infortúnio se o macho animal escapar ao controle. É um problema complexo e de difícil solução. 

Do caráter agressivo decorrem as medidas sociais preventivas contra o phalus erectus, incluindo punições por certas condutas exibicionistas ou assediadoras, bem como as regras que restringem e condicionam a expressão da sexualidade masculina. Os exibicionistas causam asco.

10. Divergências com a sedutologia

Minha divergência com os sedutólogos (pelo menos com boa parte deles) são duas: discordo de seus incentivos à promiscuidade e de suas justificativas às trapaças femininas. Suas posições acríticas com relação ao feminino me parecem um tipo de “conformismo matrixiano” muito bem disfarçado. Os sedutólogos não são solidários ao sofrimento amoroso dos “machos-beta” e se submetem à lógica, tipicamente norteamericana, de vencedores e fracassados.

Pelo que os observei, costumam disfarçar seu conformismo fingindo superioridade para dar a entender que não possuem problemas com mulheres. É claro que se trata de uma grande mentira pois todo homem heterossexual tem problemas amorosos com mulheres, inclusive o tão idealizado “macho-alfa”. Supor que um homem esteja definitivamente isento de problemas amorosos por enquadrar-se no perfil alfa é supor que tal perfil seja milagroso, que não possa ser relativizado e nem que possa ser desgastado pelo tempo.

É, portanto, supor um absurdo. Nos textos de sedutologia que tenho lido, costuma-se atribuir aos homens toda a culpa (100%) por seu sofrimento amoroso e pelas artimanhas femininas, isentando-se totalmente as mulheres, as quais não teriam o menor dever de serem honestas e sinceras. Minha posição é a de que a culpa e a responsabilidade devem oscilar mais ou menos em torno de 50% para cada sexo (ou 100% para ambas as partes e não somente para uma das partes). Não são falsas as características atribuídas pela sedutologia aos machos alfa e beta, no que concerne ao sucesso na conquista e na convivência com as mulheres (são, na verdade, praticamente as mesmas que aponto).

Entretanto, isso não significa que tenhamos que isentar estas últimas da crítica, elogiando todas as suas trapaças, e nem que tenhamos que condenar aqueles que se rebelam contra o despotismo passional exercido sobre o coração. Estamos, portanto, de acordo com relação às características comportamentais masculinas que atraem e que repelem o sexo oposto. Estamos, ainda, em desacordo com relação às formas de emprego deste conhecimento, bem como às formas de se valorizar as artimanhas femininas e as reações masculinas de indignação que suscitam.

A sedutologia não parece se esforçar para livrar-se da misandria. 
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#8
11. Um círculo vicioso

Enquanto não tenha experiência, o homem inocente sempre cairá nos mesmos joguinhos trapaceantes, até o momento em que aprenda a esperá-los conscientemente para desarticulá-los antes que se iniciem. Para não ser frustrado por uma promessa, basta não acreditar nela. Entretanto, como observou Eliphas Lévi, as pessoas possuem dificuldade para não acreditar no que desejam.

Quanto maior o desejo, maior a credulidade. A empolgação com promessas ou ofertas (formalizadas ou não) que nunca serão cumpridas e as desilusões que a seguem formam um círculo vicioso ao qual o homem bom e inexperiente normalmente fica preso. Aos momentos de alegria originados pela esperança se seguem momentos de frustração. Um tempo após frustração originada pela trapaça, vem o esquecimento e então o inexperiente está pronto para ser iludido novamente. Assim o sofrimento amoroso é prolongado indefinidamente.

Exemplos concretos do círculo vicioso das frustrações não faltam: as promessas de encontro, de sexo espetacular e outras maravilhas quase nunca são cumpridas. A solução para este problema é acostumar-se a nunca acreditar nas promessas que possam nos empolgar. Também pode ser de alguma valia antecipar-se e, no momento em que a promessa for feita, destruir a artimanha revelando nosso ceticismo pessimista (realista). Aquele que nunca acredita não pode ser enganado. 

12. O adiamento infinito

Quando uma espertinha se mostra interessada, permite que você alimente esperanças e, ao mesmo tempo, te enrola indefinidamente, adiando encontros, inventando desculpas esfarrapadas e protelando o melhor até o infinito, isso indica que ela carrega a certeza de seu interesse. Ela sabe que você está acorrentado e não irá deixá-la, por isso protela e protela, atiça o seu desejo e não o satisfaz. Para sair desta situação horrível, temos que acertá-la corretamente nos sentimentos. Como? Atingindo-a naquilo que ela mais teme.

O que ela mais teme? Que você passe ao extremo oposto ao qual está, isto é, que passe a sentir aversão e repulsa ao invés de atração. Este temor é o ponto fraco e nevrálgico sobre o qual operar. Como atingí-la neste ponto fraco? Mostrando como a atitude dela é repulsiva. Como mostrar isso? Desmascarando sua artimanha no momento em que acontece. Se você, ao invés de enchê-la de perguntas ou ficar pressionando, simplesmente informar que sabe exatamente quais são as intenções dela e que tem certeza de que a espertinha não irá encontrar-se com você nunca, afastando-se em seguida (ou desligando o telefone, se for o caso), sem dizer mais nada e muito menos terminar a relação, é quase certo que a terá acertado bem onde ela não queria. Estando a trapaça em pleno curso, pode-se dizer algo mais ou menos assim:

“Sei que você está apenas me enrolando e que já decidiu que não vai sair comigo nunca!” Se for o caso daquelas que marcam repetidos encontros por telefone somente para desistirem na última hora, basta perguntar mais ou menos o seguinte, muito antes que ela tome a iniciativa de desmarcar: “Você vai desmarcar o encontro quando estiver se aproximando o momento?”

É claro que não há uma fórmula única para se enunciar essas idéias. Estas frases são apenas sugestões de modelos que precisam ser modificados e adaptados à situação real em que os fatos estiverem se dando. O que estou dizendo é que devemos tomar a dianteira e desmascará-la amigavelmente antes que ela desmarque ou adie.

Temos que levá-la a perceber que “adivinhamos” sua intenção dissimulada, ou seja, levá-la sentirse flagrada em plena artimanha. Devo lembrar que isso é uma reflexão teórica com aplicabilidade prática e não uma receita de bolo. Não pressione, não brigue, não discuta. “Acerte-a” e se afaste, mantendo-se, porém, acessível. Se ela não te procurar após um tempo, faça uma última tentativa.

Se ainda assim a trapaça continuar, não haverá mais esperança: ela decidamente te abomina e não há mais nada que possa ser feito. Porém você não terá mais dúvidas, tudo estará resolvido. Este procedimento não garante a conquista da mulher desejada mas tem eficiência quase total para desarticular a artimanha em questão, dissipar dúvidas, descobrir as verdadeiras intenções que se escondem por trás de comportamentos contraditórios e fazer com que as coisas fiquem resolvidas daí em diante, evitando que percamos nosso precioso tempo correndo atrás de uma espertinha que nunca irá nos dar nada.

O adiamento infinito é uma artimanha feminina para preservar o interesse do homem, a despeito do quanto ele possa sofrer. É um procedimento sádico que pode ser desarticulado quando repentinamente nos polarizamos no extremo mais improvável e inesperado. O que importa é desarticular com maestria e devolver a contradição. Lidar com trapaças amorosas é como lidar com trapaças comerciais: tomamos as medidas de precaução muito antes que aconteçam. De todas as maneiras, é melhor prevenir do que remediar.

O mais conveniente é nos anteciparmos à trapaça logo no primeiro contato (“Você é daquelas que gostam de enrolar para sempre?”), desarticulando-a antes que se inicie. Seja mais rápido e aborte a artimanha enquanto ainda estiver se gestando.

13. Agressão afetiva

Além do poder de agredir fisicamente, pessoas de ambos os sexos podem agredir o outro psicologicamente. Entre as formas de agressão psicológica, temos a agressão por meio da paixão amorosa. Seu poder não pode ser negligenciado e é capaz de elevar o estresse a níveis altíssimos e até letais. Torna-se, então, importante conhecer os meios de nos defendermos emocionalmente e de desarticularmos tais agressões. Tenho escrito sobre as agressões afetivas perpetradas pelas mulheres contra os homens e a respeito dos possíveis meios que permitiriam desarticular tais agressões.

O motivo é que sou homem e a experiência é minha primeira fonte de inspiração. Minha hipótese é a de que as mulheres possuem uma habilidade maior para instrumentalizar o amor como arma, enquanto as agressões masculinas costumam ser de outro teor, mas nem por isso menos preocupantes. Que me provem que estou errado e modificarei minha hipótese, bem como as idéias dela decorrentes. Muito do que escrevi pode ser aplicado de forma invertida, em proveito das mulheres, mas não tudo. Uma mulher poderá ler meus textos e aprender muito sobre a arte de combater na guerra da paixão, mas deve tomar o cuidado de não atribuir ao suposto “sexo forte” somente as táticas femininas de ataque porque os homens muitas vezes utilizam táticas diferentes. 

Em outras palavras: as táticas dos cafajestes, a respeito das quais quase nada escrevi, nem sempre são as mesmas utilizadas pelas espertinhas. Todas as minhas reflexões devem ser situadas somente dentro do limite afetivo, amoroso e passional nos relacionamentos entre homens e mulheres. Não tenho posicionamento político algum e não acredito na política como meio de libertação do homem. Posso, com acerto, ser considerado um “alienado” político, já que sou alheio a tais questões. Sou completamente desiludido com políticas e a proposta que faço ao leitor é de ocupar-se somente com sua libertação interior.

Acredito que a única liberdade verdadeira é a liberdade da alma e esta não se consegue com lutas sociais, reformas políticas ou medidas econômicas. Os “ismos” nunca libertaram e, com certeza, não libertarão o homem do sofrimento. Considero que devemos nos libertar interiormente de todos esses vínculos. Entretanto, se alguém quiser militar em favor de alguma causa, bem...isso não é problema meu. Na medida do possível, devemos nos libertar interiormente, não somente da opressão afetiva causada pelo sexo oposto, mas também da opressão emocional que todas as coisas da vida exercem sobre nosso coração.

As emoções negativas ocasionam grande dano à nossa saúde física e mental, prejudicando a qualidade de nossa vida. Por estar na essência da agressão afetiva que abordo, entendo que a paixão romântica é um mal sob um disfarce idílico e maravilhoso. Meu parecer é o de que a mesma é um transtorno obsessivo-compulsivo cultuado incessantemente em nossa sociedade, para prejuízo de todos.

Há uma distância imensa entre o amor verdadeiro e o amor romântico. O primeiro é uma postura resultante da vontade e o segundo uma possessão emotiva e exaltada resultante do desejo. Entenda-me bem: não é que devamos ser frios, o que devemos é dar guarida a emoções sublimes dentro de nós.
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#9
14. Sobre ser estratégico

As pessoas constantemente indagam sobre a maleabilidade de minhas idéias. O motivo é que busco ser estratégico. Aprecio a filosofia do Jeet Kune Do e considero a rigidez comportamental auto-sabotatória. Entretanto, parece-me que a maioria das pessoas ficam desorientadas com a flexibilidade por não conseguirem vislumbrar o fio lógico que a mantém coesa em suas partes. Pergunte a qualquer general ou especialista em estratégia e ele lhe dirá que nunca se pode agir de forma condicionada em uma guerra.

A teimosia em agir sempre de uma mesma maneira, a despeito de fatos que demonstram ser esta maneira contraproducente, assinala falta de inteligência e incompreensão. Insistir em atos que resultam em fracasso é pura teimosia, e há um animal muito conhecido que serve de símbolo para a teimosia... Em se tratando de questões amorosas, a teimosia e o condicionamento devem ocupar posição central em nossas preocupações preventivas.

Se teimarmos em agir sempre e exclusivamente de uma só maneira, não seremos capazes de surpreender, seremos previsíveis, o impacto emocional de nossos atos se esgotará, cairemos sempre nas mesmas armadilhas e nunca aprenderemos a lição. Uma virtude deslocada de sua posição se transforma em um defeito. Se formos duros quando devemos ser amáveis, perderemos a guerra psicológica. Se formos amáveis quando devemos ser duros, igualmente a perderemos.

O mesmo vale para qualquer outra característica comportamental: temos que saber dosar conforme o momento, sempre prontos para passar à atitude oposta. Ser estratégico é ser capaz de encontrar o caminho mais eficiente para se atingir determinado fim. Quem adota atitudes fixas não é estratégico. Quem não é estratégico não sabe dosar e nem alternar sua ação, se transformando em joguete na mão de espertinhas experientes em brincar com os sentimentos alheios. Obviamente, o perfil masculino que postulei em meus livros como ideal possui certos traços fundamentais, mas há situações em que devemos nos desviar deles em maior ou menor grau, conforme a necessidade e o momento que se apresentem. 

15. Alguns tipos de mulheres que não merecem confiança

Vale a pena catalogar alguns tipos de espertinhas que gostam de trapacear no amor. Temos que nos precaver contra elas, mantendo-nos sempre prontos para desarticular suas artimanhas. Vejamos alguns tipos:

1. A mulher que te fornece o número do telefone mas não atende quando você liga ou manda dizer que não está;

2. A mulher que pede o número do seu telefone mas não te liga;

3. Aquela que gosta de flertar com outros caras mas não te informa logo no começo do relacionamento, deixando você acreditar que ela tem vocação monogâmica e somente tem olhos para você;

4. Aquela que gosta de “dar trela” para assediadores;

5. Aquela que quer receber mas não quer dar amor;

6. A que desaparece subitamente da sua vida, exatamente quando você mais está gostando dela;

7. A que gasta todo o seu dinheiro;

8. A que quer te transformar em escravo;

9. A que abusa da boa fé dos homens sinceros;

10. A que reage ao carinho com desprezo; 

11. A que adota comportamentos ambíguos, incoerentes e indefinidos;

12. A que qualifica como “inseguros” ou “ciumentos” os homens que exigem transparência e coerência de atitudes;

13. A que exige compromisso e confiança do parceiro mas se comporta de maneira duvidosa;

14. A que finge estar interessada em você com o intuito te repelir quando você tenta aproximação;

15. A que se mostra atraente e receptiva para fazer falsas acusações de assédio sexual;

16. A que aprecia ver machos se digladiando por ela;

17. A que contraria por pura pirraça todas as vontades do parceiro;

18. A mulher que provoca sua irritação para te ver furioso, chama a polícia e tenta fazer você agredí-la antes que a polícia chegue.

Há muito outros tipos dos quais não me lembro agora, mas estes que apontei servem para você começar uma reflexão. É melhor prevenir do que remediar: antes que caiamos nas armadilhas dessas espertinhas, devemos nos antecipar e tomar medidas profiláticas para proteção. Uma medida preventiva que costuma funcionar é intimá-las logo de cara, espetando à queima roupa perguntas sobre sua honestidade sentimental e obtendo deste modo garantias de sinceridade. Isso inibe um pouco (mas não totalmente) as trapaças, já que elas percebem que não estão lidando com um idiota.

Uma segunda medida é observá-las e adaptar-nos aos seus comportamentos, evitando acreditar no que elas dizem. Uma terceira (e praticamente infalível) medida preventiva é evitá-las definitivamente, preferindo somente as mulheres sinceras, coerentes, transparentes e que agem de forma definida no amor. Mas não está fácil encontrar mulheres assim nos dias de hoje...
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#10
16. Auto-poder masculino

Uma coisa é dominar a si mesmo. Outra coisa é dominar o outro. Quem domina a si mesmo é altamente adaptável, acabando por conduzir o outro sem forçar sua vontade ou seu livre arbítrio, através de seus próprios desejos e paixões. Por aceitar e adaptar-se, é capaz de seguir, sem identificação, o curso das paixões alheias. Há homens que se deixam tomar pelo desejo de que as mulheres façam aquilo que eles querem.

Estão possessos por uma paixão: a vontade está aprisionada neste desejo. Se não eliminarem esta fraqueza, poderão ser conduzidos e manipulados por aí: as mulheres fingirão atendê-los e os arrastarão para onde quiserem. É importante, por tal razão, renunciar ao desejo de forçá-las a se enquadrarem nos moldes idealizados que criamos. Temos que destruir tais moldes para nos adaptarmos ao que elas realmente são, ao que de fato nos apresentam e nos oferecem. Isto não é submissão mas sim adaptação. O auto-poder masculino deve ser assim entendido: o poder do homem exercido sobre ele mesmo. O homem deve ser senhor dos seus próprios sentimentos.

A frustração das expectativas masculinas por parte das mulheres é possível, em parte, porque os homens se deixam dominar pelo desejo de que elas façam aquilo que eles querem. É esta a principal expectativa que sofre frustração. Para desarticular o processo, basta não ter expectativa alguma. Como? Por meio da morte dos defeitos. 

Aceitar tudo, adaptar-se e tirar proveito do que for possível e enquanto for possível, eis a minha sugestão. Não perder tempo esmurrando a faca, se digladiando estupidamente contra o inevitável. O leitor me perguntará se há um limite. Eu direi: o limite são os danos causados em nossa vida. A mulher tem todo o direito de fazer o que quiser com a sua própria vida, mas não com a nossa.

O limite é o abuso sobre nossa pessoa. Entendeu? O motivo pelo qual algumas mulheres detestam o que escrevo é porque sugiro ao homem a rebeldia psicológica na relação com o sexo oposto. Sugiro que o homem deixe de ser submisso afetivamente e que busque a independência emocional. Muitas mulheres não aceitam isso porque desejam manter os homens sob seus pés. 

17. Porque elas são tão fascinantes

O que torna as mulheres tão atraentes aos olhos dos homens é a feminilidade. E o que é a feminilidade? No meu modo de pensar, é a fragilidade, a delicadeza e a meiguice. São estas características que tornam a mulher mais feminina e quanto mais feminina for uma mulher, mais atraente será. A mulher que quer ser atraente aos olhos masculinos mostra-se feminina em todos os aspectos, até onde seja capaz. Inversamente, a mulher que não quer ativar o desejo sexual dos homens mostra-se semelhante a eles.

É claro que então os homens irão repelí-la, já que ela lhes proporciona a mesma sensação de estranhamento proporcionada por outros homens. Do ponto de vista da afinidade sexual, macho é fortemente atraído pelo que lhe é oposto enquanto gênero e repele aquilo que lhe é semelhante. As mulheres estão imbuídas do feminino universal. Quando entram em nosso campo de percepção, suas características desagradáveis e defeitos ficam excluídos de nossa consciência, ofuscados pelos traços femininos arquetípicos. Em outras palavras: enxergamos somente a adorável feminilidade e ficamos cegos para todo o restante. Por ser tão maravilhoso e paradisíaco, o feminino mascara o lado desinteressante, do qual elas também são portadoras.

Entretanto, este idílio é uma fantasia e dista muito da mulher real. Esta raramente é percebida. Quando a fantasia é desfeita subitamente, contra a nossa vontade, pode transformar-se na fantasia oposta: a de que a mulher é um ser terrível com imensos poderes. Ambas as fantasias são equivocadas, pois o poder delas é conferido por nosso próprio psiquismo.

É dentro de nós, portanto, que está o problema. O feminino é uma força da natureza e não uma exclusividade das mulheres, como todo mundo pensa. Tudo na natureza se desenvolve de acordo com as polaridades. Muito antes das mulheres existirem sobre a Terra, o feminino já existia. O feminino é eterno e universal. 

18. Sobre os níveis de aproximação

Tentarei suprir agora um importante aspecto que acredito ter negligenciado nos livros. Os princípios estratégicos desenvolvidos nos meus textos algumas vezes se mostraram contraditórios e, pelo que andei observando, deixaram alguns leitores confusos. Isso porque os textos careceram de maiores esclarecimentos a respeito dos níveis de aproximação nos quais cada uma das “táticas de guerra” são funcionais.

Tentarei aprofundar este ponto e resolver este problema. Antes de mais nada, convém lembrar que, por ser o comportamento feminino não-lógico, a contradição é inerente à guerra da paixão e que as táticas, por tal motivo, devem ser igualmente contraditórias, opostas e antagônicas entre si mesmas. Uma tática que é altamente eficaz em um nível, poderá ser inútil ou prejudicial em outro. Vejamos mais de perto.

No terreno da lida amorosa com as mulheres, pude constatar a existência dos seguintes níveis, em ordem crescente de estreitamento da intimidade:

1. Primeiro nível: ela não percebe a sua existência;
2. Segundo nível: o contato é estabelecido;
3. Terceiro nível: sua intenção é explicitada;
4. Quarto nível: o contato físico íntimo é conseguido.

No primeiro nível, você não existe para ela. É apenas mais um em meio à multidão de idiotas e capachos do mundo. Neste nível, para sair desta insignificância humilhante, é que adotamos os procedimentos de fingir que não notamos sua presença, somos atenciosos com suas rivais, nos aproximamos sem dirigir-lhe o olhar (para que ela forçosamente saiba que estamos ali), evitamos ficar fitando decotes e pernas, simulamos indiferença, a fitamos repentinamente dentro dos olhos com uma certa “cara de mau” e não desviamos o olhar, adotamos ações de isolamento específico e coisas assim.

Neste nível, são fatais as seguintes burradas: macaquices para chamar a atenção, dar sorrisinhos simpáticos, apressar-se em ser prestativo, deitar na lama para que ela passe por cima, fazer cara de bonzinho, plantar bananeira, ficar se exibindo em cima de pedestais e coisas parecidas. Se fizer as coisas certas e evitar as coisas erradas, você provavelmente passará, aos poucos, para o outro nível porque sua existência será finalmente notada.

A “técnica do homem durão” (homem que não dá bola) pertence a este nível. No segundo nível, você faz algo ou aproveita alguma oportunidade para travar um contato. Este é o nível em que você já tem condições de falar com ela. Você somente entrará neste nível se insinuar-se (CORRETAMENTE!) para o contato. Se ficar amuado, permanecerá no primeiro nível por séculos, até que aprenda a entrar na fase seguinte. Não adianta achar que ela irá empurrá-lo para dentro deste nível. Isto nunca acontecerá e, se acontecer, tenha certeza de que há algo errado. Aqui principiam algumas infernizações, mas, como ainda não há convivência, são muito incipientes.

Nossa intenção de contato pode ser desdenhada ou rejeitada, a mulher poderá fazer caras e bocas, ser seca, fria, inamistosa ou algo assim. Em suma: pode criar uma barreira. Por isso, o melhor é ter sempre um bom motivo para justificar a aproximação, dando a entender que não estamos sendo motivados por um interesse específico em sua pessoa. O interesse específico pela mulher não necessita transparecer (já que elas sempre pressupõem isso) e deve até mesmo ser escondido. Ela deve acreditar justamente no contrário: que não há interesse específico por ela, que o contato está sendo buscado por força maior, por outras razões.

Se a barreira ainda persistir, não haverá outro remédio senão travar o contato atingindo-a nos sentimentos com atitudes calculadas que a desagradem (como, por exemplo, afrontar suas convicções e seus gostos). Uma vez completamente inseridos neste nível, o auto-domínio que se exterioriza como domínio da relação é cada vez mais exigido de nós, principalmente se nos houvermos introduzido por meio do desagrado.

São burradas fatais que costumamos cometer aqui: agir de forma a denunciar que estamos loucos de paixão e desejo, nos fascinarmos, deixarmos nos arrastar para conflitos e brigas, falar mansamente, nos efeminarmos nos modos na vã esperança de entrar em simpatia, fingir bondade, sermos pegajosos, telefonar sem parar, perseguir, assediar, prolongar as conversas até que a mulher se canse e termine o diálogo e, em geral, tudo o que demonstre que lhe damos muita importância positiva ou negativa.

Avançamos ao longo desta fase deixando transparecer que estamos disponíveis mas não interessados especificamente, aproveitando as aberturas, comportando-nos de forma altamente masculina, comandando as conversas, orientando, ajudando e protegendo, sempre sem darmos muita bola e escondendo o nosso interesse. Uma boa forma de avançar é fazer convites pouco comprometedores. Se você escancarar o desejo, irá satisfazer o instinto de continuidade da espertinha e ela fugirá de você, feliz da vida.

Então deve escondê-lo enquanto o contato se estreita, a atração surge e a intimidade se estabelece gradativamente. De forma muito sutil, o empenho de provocar o encantamento romântico pode ser principiado aqui e aprofundar-se na etapa seguinte. O terceiro nível é aquele em que já não precisamos mais fingir que não temos pênis para aquela que desejamos18, ou seja, aquele em que deixamos claro que somos machos querendo acasalamento e que não nos contentamos em ser simples “amigos” da espertinha. É aqui que começamos a enfrentar a infernização do comportamento ambíguo.

A maior parte das infernizações e artimanhas manipulatórias que descrevi nos livros pertencem a esta fase e à seguinte, já que nas anteriores não havia contato suficiente para que fossem funcionais. É aqui que adotamos o “ultimatum” e o “encurralamento”, se tivermos coragem de enfrentar o pior, ou então simplesmente aceitamos a indefinição para tirar proveito do que for possível, enquanto tentamos ativar a sua atração.

Antecipar frustrações, forçar amigavelmente definições em direções imprevistas e desmascarar intenções femininas dissimuladas também podem ser úteis nesta etapa. São erros masculinos comuns: pressionar de forma previsível (em direção ao que desejamos), criar expectativas, alimentar esperanças, tentar forçar a mulher a se enquadrar em moldes idealizados, querer que ela seja como gostaríamos, entrar em um teimoso “cabo de guerra”, querer ganhar os joguinhos, querer que ela se humilhe, que manifeste carinho, que demonstre que somos importantes etc.

Nesta fase o homem tende a perder a maleabilidade comportamental e a capacidade de alternância, fixando-se em linhas de ação que o tornam previsível e incapaz de surpreender. O quarto nível é aquele em que finalmente atingimos a meta: ela está em nossos braços e conquistamos uma relação estável com uma mulher que realmente nos agrada! Isso é o que realmente interessa! Para não retroceder aos níveis anteriores, é preciso combinar o seguinte: sexo intenso, auto-domínio, desapego e liderança protetora. Nesta fase o instinto feminino para dominar o macho se mostra com toda a sua força. Ela o testará, em intervalos, por todo o tempo em que a relação durar. Aqui costumam ocorrer provocações irritantes, ataques histéricos, provocações de ciúmes, vários tipos de trapaças e mentiras.

São erros normalmente cometidos pelos homens nesta etapa: levar o comportamento feminino a sério, enfurecer-se, gritar, vingar-se, deixar-se levar pela ira ao invés de desarticular habilmente tais infernos, acreditar que a sua parceira é a melhor da Terra, girar em círculos viciosos, caindo sempre nas mesmas armadilhas, identificar-se com as situações ao invés de manter-se acima delas etc. Em alguns casos, podemos percorrer todos os quatro níveis com extrema rapidez. Em outros, levamos muito tempo. Podemos ainda permanecer estagnados em qualquer nível por tempo indefinido ou até mesmo retroceder do último para o primeiro, fato que se verifica quando os casais se separam e se esquecem mutuamente e para sempre. 
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#11
19. Do encantamento

Este é um aspecto “tático” que negligenciei. Pertence principalmente ao terceiro nível, mas também deve ser esporadicamente adotado no quarto. Sucede que nem tudo é guerra no relacionamento. Devemos saber combinar opostos. Aos atos desarticulatórios defensivos temos que acrescentar o ato de encantamento romântico, em doses adequadas e nos momentos certos.

Sim, há momentos em que é preciso dizer-lhes, sem exagero, o quanto gostamos delas. Quais são os momentos corretos para se dizer isso? Ainda que sejam raros, são aqueles em que elas agem como mulheres de verdade e não como molecas. Há também momentos em que temos que estreitar a simpatia com atitudes de demonstrem uma moderada afetividade e até simular que estamos apaixonados (como elas fazem conosco). A voz é a melhor ferramenta para o encantamento. Segundo Eliphas Lévi, não há instrumento mais encantador que a voz humana. Certos tons românticos de voz combinados com palavras corretas podem ter um efeito muito interessante quando utilizados no momento adequado.

O magnetismo da luz astral flui principalmente pelos olhos, pela boca (e isso inclui a voz), pelas mãos e pelos órgãos sexuais. É por isso que o encantamento no segundo e no terceiro níveis depende da forma de olhar e de falar. E é também por isso que o encantamento no quarto nível depende do estreitamento da intimidade física. Se você se polarizar na frieza e nunca utilizar estas ferramentas, não conseguirá nada.

20. Da revolta contra a realidade

Aquele que desperta da ilusão e “sai da matrix”, como dizem meus leitores, deve tomar cuidado para não se deixar tomar por sentimentos negativos, como a raiva, tristeza e outros. Quando percebemos que as mulheres não são os anjos que acreditávamos e que também possuem o lado sinistro da natureza humana apontados por Maquiavel e por Freud, podemos cair em estados internos indesejáveis.

Tais estados são prejudiciais e aumentam os nossos problemas emocionais e amorosos ao invés de diminuí-los. Ao perceber que a mulher trapaceia, joga, não abre mão do domínio, manipula e quer ser dona do seu coração, ex-matrixiano recém-liberto deve cuidarse para não se deixar tragar pela revolta. A rebeldia e a indignação são justas e até necessárias, mas a revolta (raiva) é prejudicial, anti-estratégica e contra-producente.

Na guerra da paixão, a capacidade de aceitar a realidade crua, tal como se apresenta, é requisito indispensável para se poder operar sobre a mesma de forma realista, tirando proveito ou modificando-a na medida do possível. O revoltado não aceita a realidade, se debate contra o inevitável e esmurra facas, demonstrando incompreensão. Qualquer estrategista sabe muito bem que, para se vencer uma guerra, são necessários a frieza e o realismo. Os impulsivos fazem burradas, metem os pés pelas mãos, caem como patos em armadilhas e são facilmente vitimados por artimanhas. 

Entendo que, na guerra da paixão, a meta do homem sensato não é conquistar a mulher amada/desejada a todo custo e nem tampouco forçá-la a se enquadrar em moldes idealizados ou a se adequar, contra a sua própria vontade, aos nossos desejos, mas sim conseguir estados interiores resolvidos. É isso o que interessa: resolver os nossos sentimentos e conquistar a paz interior. 


21. Amor passional e luxúria

Dizem que a paixão é algo lindo e que faz muito bem. Incentiva-se em todos os lugares a luxúria. Por toda parte se diz, como observou Alberoni: “Seduza a todo(a)s.” Esta é uma doença de nossa civilização: o culto à luxúria e ao sentimentalismo. Chega-se ao ponto de acreditar que o sentimentalismo é a mais sublime espiritualidade, não atentando-se ao fato de que há sentimentos horríveis e destrutivos que se articulam em sucessão bipolar com o passionalismo “benevolente”.

A paixão romântica é sentida no coração. A impulso luxurioso é sentido no órgão sexual. Não obstante, ambos possuem uma origem mental, estão na cabeça. Fundamentam-se em formas mentais, pensamentos, lembranças, imaginações mecânicas morbosas e românticas. É por isso que a reflexão filosófica liberta o homem e ensina-o a viver: a luxúria e o passionalismo romântico estão na mente e é dali que devem ser primeiramente extirpados. São visões equivocadas, entendimentos distorcidos, percepções subjetivas e errôneas. Aquele que tenta vencer suas fraquezas sem limpar a mente, ficará cada vez pior, cairá cada vez mais fundo.

O caminho é compreender a realidade e isso se consegue primeiramente por meio da educação mental para o pensar correto, silencioso e concentrado. Somente este pensar possibilita a auto-análise, auto-reflexão e a auto-observação ensinadas por Eric From. A mente silenciosa não dá guarida ao despotismo de formas mentais bestiais. Quanto mais se pensa, tanto mais se piora a situação. Por outro lado, o pensamento concentrado conduz, com o passar do tempo, ao não pensar e à compreensão pura.

O apaixonado pensa na amada constantemente. O luxurioso pensa na mulher desejada sem parar. Suas mentes estão, em certo sentido, obsessionadas. Portanto, se você quer superar suas fraquezas afetivas e sexuais, deve começar por amansar e educar sua mente. Tanto a paixão romântica como o impulso luxurioso podem invadir a mente. Obsessionado, o indivíduo não tem mais controle sobre si mesmo e não é dono de seus próprios atos. A insatisfação do impulso obsessor provoca sofrimento e esta dor impele a pessoa à satisfação. Para superar este sofrimento, o obsessionado deverá separar-se do impulso invasor, observando-o “de fora”, como algo estranho, considerando-o uma pessoa estranha (um outro “eu” dentro dele mesmo).

Deve penetrar, com a observação, em primeiro lugar a sua mente (seus pensamentos, imaginações, fantasias, memórias, raciocínios e lembranças). É principalmente ali, na mente, que estão os elementos psíquicos obsessores e indesejáveis. O problema está, portanto e antes de mais nada, na cabeça (centro intelectual). Quando o resolvemos ali, facilmente poderemos resolvê-lo no coração (centro emocional) e nos demais centros (sexual, instintivo e motor). 

Um grave erro cometido por obsessionados é tentar deter os impulsos sem deter os pensamentos correspondentes. Tal tentativa faz com que os impulsos o assaltem com ainda mais força. A concentração do pensamento e o controle da mente são úteis ainda na superação da ejaculação precoce, resultado da hiperexcitação mental por fantasias eróticas insatisfeitas que invadem a cabeça durante o ato sexual, e na eliminação de quaisquer outros defeitos de teor psicológico. É um cuidado específico que se necessita ter durante a morte do Ego.

22. Reforçando os pilares da teoria

A pesquisa de Skyler S. Place

Recentemente tomei conhecimento de uma pesquisa, realizada por Skyler Place (Universidade de Indiana), em que foi demonstrado que as mulheres, durante a “paquera”, se comportam de forma a dificultar ou impedir que os homens tenham certezas no que se refere a um possível interesse da parte delas.

Fiquei muito satisfeito ao saber que mais uma pesquisa experimental comprova o que já venho dizendo há muito tempo. Place demonstrou, por meio de testes, a dificuldade em se ler o comportamento feminino durante a abordagem pelo homem, de modo a concluir com certeza se a mulher está ou não gostando daquele que a aborda. Mulheres que foram solicitadas a observar e emitir um parecer sobre os mesmos comportamentos de suas iguais também apresentaram dificuldades. Em suma: Place demonstrou que é difícil para os homens saberem se as mulheres estão ou não interessadas neles.

O inverso não se constatou. A dificuldade ou impossibilidade de se ler os comportamentos masculinos pelas mulheres é bem menor. Se o comportamento feminino se manifesta de modo a impedir que o homem tire conclusões e se mostra difícil de ser interpretado, isso significa que o mesmo é ambíguo. Place demonstrou, portanto, a veracidade de um dos pilares centrais de minha teoria: a ambigüidade comportamental feminina.

Dela deriva a paradoxalidade desconcertante que desorienta os julgamentos racionais do homem por meio da ilogicidade. É difícil para nós concluirmos se elas querem ou não algo conosco porque seus comportamentos costumam ser indefinidos. Como tenho dito, a indefinição é a arma fundamental do sexo feminino na guerra da paixão. Place a entende como um mecanismo evolutivo de adaptação para a seleção dos melhores machos da espécie, em total acordo com minha teoria neste sentido.

Porém, por ser cientista, ele não amplia e nem aprofunda as implicações filosóficas e morais de sua constatação. Tampouco fornece aos homens caminhos para lidar com tais dificuldades e chega mesmo a justificar o uso de tal “arma” pelas mulheres. Na verdade, a ambigüidade comportamental feminina não se limita ao nível do cortejamento pelo homem. Está presente também no namoro, no casamento, nas relações estáveis, instáveis e onde quer que o desejo sexual do macho e aceitação da fêmea estejam em jogo.

Elas costumam se comportar de modo a nos confundir, agindo como se gostassem e ao mesmo tempo não gostassem de nós, como se nos quisessem e ao mesmo tempo não nos quisessem. Simultaneamente, atraem e repelem, mostram-se abertas e opõem resistência. Enviam sinais opostos e contraditórios, o que dificulta a leitura dos mesmos. Nunca facilitam, somente estimulam e dificultam, mantendo-se, assim, no controle da situação.

Exemplos? Existem aos montes: quando ela sorri maravilhosamente e te lança olhares diferentes, mas diz que você “entendeu tudo errado” quando é abordada; quando diz que te ama entre lágrimas, mas faz exatamente aquilo que você mais detesta; quando diz que é fiel, mas age de forma suspeita; etc. Ante o comportamento feminino ambíguo, vejo duas alternativas:

1) aceitá-lo e tirar proveito de tudo o que for;

2) forçar a definição em uma direção inesperada, ou seja, aceitar e incentivar o pólo desagradável do comportamento indefinido, que é justamente o que a espertinha não espera. A segunda opção é apenas para aqueles que estão dispostos a se arriscarem a perder a mulher. 

As pesquisas de Johnasson e Schmitt

Já mencionei a pesquisa de ambos em meu livro “Reflexões Masculinas”. Peter Johnasson e David Schmitt apresentaram, no Japão, um estudo demonstrando que as mulheres preferem os homens portadores da tríade sinistra (mentirosos, impulsivos e trapaceiros). Este estudo reforçou outro pilar de minha teoria: a atração pelos maus. Vale a pena conhecê-lo e eu o aconselho.

A pesquisa de Dario Maestripieri

Esta pesquisa, que também reforçou outro pilar de minhas teorias e foi realizada pelas Universidades de Chicago e de Santa Bárbara, demonstrou que as mulheres diferenciam rápida e certeiramente, a partir de traços faciais, os homens que gostam de crianças daqueles que não gostam e também diferenciam os que apresentam altos níveis de testosterona dos que não apresentam. De acordo com Maestripieri, um dos autores do estudo, os mais masculinos são preferidos para relações de curto prazo, enquanto aqueles que gostam de crianças são escolhidos para compromissos duradouros. Há várias implicações e possíveis desdobramentos interessantes deste estudo. Se os exemplares mais masculinos servem para relações de curto prazo, então servem para o sexo sem compromisso, já que o homem não aceitará uma relação assexuada. E, se os menos masculinos que gostam de crianças são preferidos para compromissos duradouros, isso significa que os mesmos servem para serem esposos e companheiros. Em suma: elas querem os segundos para a convivência do casamento e os primeiros para o sexo.

Os mais masculinos ficam com a melhor parte: o sexo intenso e a liberdade. Os menos masculinos ficam com o pior: preocupações com crianças, dores de cabeça e compromissos de fidelidade não retribuída (e então eu me lembro mais uma vez de Schopenhauer!). A meu ver, tudo isso se relaciona também com a pouca atração sexual que os maridos costumam exercer sobre suas esposas. Resta então a pergunta: de quem são os filhos criados pelos bonzinhos que gostam de crianças?
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#12
Contra-indicações

Meus trabalhos não devem ser lidos por aqueles que não tenham um perfil filosófico ou que não estejam acostumados a raciocinar com cuidado e livremente. São totalmente contraindicados para quem não possui profunda capacidade de interpretação e não gosta de estudar. Também não os indico para pessoas que estejam com o entendimento doente. Tais pessoas inevitavelmente os distorcerão e os acomodarão em suas visões defeituosas de mundo, estragando suas mensagens. Não posso evitar que elas os abordem, mas posso fazer minha parte, contra-indicando suas leituras.

Pessoas tendenciosas, dogmáticas, extremistas, violentas, fanáticas, intolerantes, adeptas de visões unilaterais e polarizadas, que vivem para o gozo dos sentimentos inferiores e transformaram a parcialidade teimosa em religião, não servem para aprender e nem para refletir sobre questões dolorosas e polêmicas porque não possuem nervos para suportar a realidade sem explodir. Jamais escrevi para esse tipo de gente e a quero bem longe de meus textos. Os distorcedores não possuem os pré-requisitos mentais necessários à compreensão dos conteúdos perigosos, espinhosos e polêmicos que nos interessam, pois são incapazes de duvidar dos paradigmas hegemônicos desta época decadente em que reinam, mais do que nunca, a loucura e a demência.

Para compreendê-los, é necessário que se desenvolvam algumas habilidades cognitivas específicas, entre as quais o poder de questionar as próprias convicções e as convicções de sua época, de raciocinar ao inverso, de pensar dialeticamente, de modificar idéias freqüentemente, de ir muito além das aparências e obviedades, além de construir o conhecimento de forma contínua. O empenho sincero em entender algo e em não fechar irresponsavelmente conclusões descuidadas, baseadas em dados insuficientes, não depende da graduação escolar de alguém mas sim de sua honestidade intelectual.

Há pessoas simples que são muito criteriosas na hora de julgar e há velhacos intelectuais espertalhões que manipulam informações para defender mentiras. O que importa é sermos sinceros, rigorosos e cuidadosos enquanto tecemos nossas análises. Portanto, se você não está disposto a dedicar grande parte do seu tempo ao aperfeiçoamento de suas faculdades cognitivas, afaste-se do estudo de assuntos problemáticos e não ouse tentar acompanhar nossas reflexões porque você estará nos atrapalhando.

Denuncio publicamente, como FALSAS e IMPOSTORAS, todas e quaisquer pessoas, comunidades ou grupos, virtuais ou não, que, utilizando-se do meu nome, vendam livros, dêem consultas, visem lucros e tolerem: linguagem violenta, palavras de baixo calão, posturas extremistas, fanatismos, posturas e linguagens infantilóides, dogmatismos e outros vícios mentais semelhantes. Todas essas pessoas e comunidades são falsas e NÃO ME REPRESENTAM, pois as mentalidades fixas e unilaterais são incompatíveis com o meu pensamento e eu NÃO TENHO REPRESENTANTES PÚBLICOS EM LUGAR ALGUM ATUALMENTE, NÃO VISO AUFERIR LUCROS, NÃO VENDO LIVROS E NÃO DOU CONSULTAS.

Aproveito a oportunidade para agradecer às comunidades virtuais de leitores verdadeiros que estudam os meus livros e tentam sinceramente entendê-los. Tenho visto que vocês defendem a interpretação correta contra os distorcedores e farsantes. Eu os agradeço e parabenizo! Não mencionarei os nomes dessas comunidades e boas pessoas porque são muitas e tenho medo de esquecer algumas... 

Gostou? Então acesse todos os livros do Nessahan Alita disponíveis em PDF para download e para leitura AQUI.
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#13
Show de tópico.
Voltando aos escritos originais dos fóruns orkuteanos de 2006, 2007.
Essa história da preferência delas pelos cafas, trapaceiros, tem um nome fora da real: hibristofilia, e é descrita - convenientemente pra elas - como um fenômeno patológico.
E não um desvio de caráter.. ah se fosse o contrário..

"Só os canalhas precisam de uma ideologia que os absolva e justifique." (Rodrigues, Nelsson)
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