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[Os Doze Trabalhos] O Segundo Trabalho: A Hidra de Lerna (Mito)
#1
[Os Doze Trabalhos] O Segundo Trabalho: A Hidra de Lerna (Mito)


NOTA DO DIOMEDES: Este mito é muito volumoso e simbólico, então decidi postar o mito primeiro e deixar os apontamentos para outra postagem.

Força e Honra!

Veja essa série do início aqui: Os Doze Trabalhos de Hércules: O Início

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Após algum tempo repousando, o Arauto de Euristeu mandou convocar o Filho de Júpiter dos aposentos dos servos; a hora do Segundo Trabalho havia chegado. Assim foi a segunda ordem de Euristeu:

Em Argos, a região de Lerna já foi conhecida por um lago fértil, concedido por Netuno como graça durante uma seca; como os argólidas se recusaram a repartir a água com outros povos quando eles sofreram com estiagem, os Deuses os puniram enviando a Hidra para lá, outro monstro filho de Tífon e Équidina. Com sua maligna presença, o lago se transformou em pútrido e enevoado pântano.

O monstro era conhecido por suas cinco cabeças, que quando uma era morta, duas cresciam em seu lugar; seu veneno que matava de forma dolorosa e incurável; e o fato de que uma de suas cabeças era totalmente imortal. Por ordem de Euristeu, Hércules devia viajar até Lerna e matar o monstro, livrando Argos deste flagelo.

O semideus, ciente da enorme dificuldade da tarefa, mas totalmente indisposto a desistir, tomou suas armas, vestiu a pele do Leão de Neméia, sua couraça impenetrável e agora, inseparável, e seguiu viagem para Argos.

Assim que deixou Micenas, a luz divina encheu a estrada, e na próxima curva, Hércules viu Apolo, Deus da Inspiração, aquele que através do Oráculo de Delfos, o enviou para Micenas.

O Deus ditou apenas um enigma ao semideus: “Os homens tem um poder que nenhum Deus tem: quando eles se rebaixam, eles se erguem; quando eles se rendem, eles conquistam; quando eles entregam, eles ganham.“

No último acampamento antes de chegar ao pântano, uma carruagem se aproximando do acampamento mostrou trazer o sobrinho de Hércules, Iolau, que ouviu de seu tio a dura tarefa que lhe aguardava, e ofereceu sua ajuda. Lembrando-se do conselho de Apolo, ele aceitou a ajuda, e permitiu que Iolau guiasse sua biga durante a missão.

Na chegada ao pântano, uma densa e horrivelmente fétida névoa cobria todo o local, obrigando os dois a deixarem os cavalos na borda do pântano, e viajarem lentamente, se acostumando a respirar pela boca quase que constantemente. Mesmo a navegação por lá tinha que ser lenta, pois a rota tinha que ser alterada constantemente, devido ao lodo que insistia em tragar o semideus e seu sobrinho para o fundo.

Seguindo seus instintos, Hércules rumou para o centro do pântano, e chegou até profunda caverna. Ouvindo distante chiado, indicando que somente o monstro que procuravam poderia estar lá, acamparam na entrada, esperando que fatalmente em busca de comida o monstro saísse, a batalha se tornasse mais fácil. Porém, dias e noites se passaram e a Hidra não deixava sua cova.

Já com seus suprimentos no fim, Hércules tentou outra estratégia: tomou um pouco do piche que era abundante no pântano, embebeu a ponta de uma de suas flechas, acendeu-a e a atirou dentro da caverna, esperando assim gradualmente a iluminar o bastante para poder entrar.

O resultado foi bem diferente do esperado: uma única luz dentro da caverna foi o suficiente para que o monstro saísse de dentro, suas nove cabeças chiando irritadas, suas cabeças quase tocando o topo da névoa que encobria o Pântano de Lerna.

Hércules percebeu que o monstro temia o fogo e pediu a Iolau que acendesse tochas e as mantivesse junto da biga, para o manter protegido. Uma das cabeças tentou morder Hércules no ombro, e perdeu seus dentes contra a pele invulnerável do Leão de Neméia, e enquanto outra se voltou contra seu calcanhar, de um só pisão, o semideus esmigalhou a cabeça da Hidra. No entanto, quando o pescoço recuou, o monstro tremeu, chiou, sacudiu-se e duas novas cabeças surgiram no lugar da que foi destruída. Ambas atacaram a Hércules, que desviou de ambas, atacando uma terceira, com o mesmo resultado… mais duas surgiam.

O semideus se deteve por um momento, depois de algumas tentativas frustradas, enquanto a Hidra chiava confiante, e refletiu. O monstro se regenerava a cada golpe, estava cada vez mais forte, se aproximava cada vez mais de seu sobrinho. Como derrotá-lo?

Enfim, a Iluminação lhe tomou, que ele não havia apelado para uma luz ainda mais poderosa que a do fogo…

Pedindo a Iolau que tomasse as tochas e as agitasse contra o monstro para distraí-lo, Hércules correu para junto da barriga da Hidra, sujando seu corpo do lodo do pântano, manchando suas roupas, atolando suas sandálias… e se ajoelhou diante do monstro, tocando com as mãos, como se suplicasse por sua vida.

A criatura viu seu gesto e parou confusa. Sem interromper seu movimento, Hércules agarrou o corpo da Hidra, e com sua força divina, a ergueu acima de seus braços e ficou de pé, fazendo com que suas cabeças se elevassem acima da névoa maligna do pântano, e encarassem o dia claro e o ar puro.

O monstro chiou de terror, seu corpo tremendo e se agitando como se ele respirasse veneno e não ar. Sem poder reagir diante da luz do Sol, as cabeças penderam sem força uma a uma até todas voltarem para o ar fétido do pântano, mas agora engasgadas, lentas e com seus olhos cegados pela luz do dia.

Hércules tomou sua espada, e degolou a cabeça mais próxima, gritando para seu sobrinho lhe jogar imediatamente uma tocha. Queimando imediatamente a ferida, o pescoço caía ao chão inerte e a cabeça, sem vida. Conclamando seu sobrinho para cauterizar cada pescoço cortado do monstro, os dois se lançaram a tarefa, Hércules atacando uma a uma as cabeças, e Iolau queimando a que acabava de ser derrotada.

Assim fizeram até que o corpo do monstro, enfim, caiu de lado, morto e vencido. Hércules e Iolau bradavam sua vitória, quando ouviram um chiado que se sobrepunha a seus gritos: uma das cabeças, mesmo cortada do corpo da Hidra, chiava, babava seu mortal veneno, e encarava os heróis, se agitando como quem queria se aproximar deles. Era a mítica cabeça imortal da Hidra.

Se lembrando que o veneno da Hidra era fatal e incurável, e não querendo que a cabeça ameaçasse a mais ninguém, Hércules amarrou a cabeça e guiado por Iolau, a arrastou para fora do pântano. Em local fora da névoa fétida, eles cavaram um buraco, e o semideus aprisionou a cabeça dentro dele, cobrindo-a com a pedra mais pesada que conseguia carregar. Então, eles seguiram para Micenas, Iolau se despedindo no caminho, mas ouvindo de seu tio que deveria jurar pelo Estige (o juramento mais sagrado da Grécia Mitológica) que jamais contaria a ninguém onde a cabeça estaria.

(No futuro, sempre que Hércules precisou de poder mortífero de ataque, ele retornava para aquele buraco, embebia as flechas com o veneno da cabeça da Hidra, e a aprisionava novamente)

Chegando a Micenas, Hércules convocou o Arauto de Euristeu e mostrando algumas escamas tiradas do monstro, anunciou que o monstro estava morto. Como o Arauto já tinha ficado ciente que um outro viajante tinha se despedido de Hércules perto de Micenas, questionou ao Filho de Júpiter quem era ele. O semideus respondeu que era seu sobrinho Iolau, que o havia secundado na tarefa.

O Arauto foi até Euristeu e relatou ao Rei a vitória de Hércules. O Devoto de Juno se contorceu de raiva ao ouvir da vitória, mas ao saber da presença de Iolau, deu um sorriso, e chamou o Arauto mais perto…

Enquanto Hércules se lavava e repousava da longa viagem, o Arauto o convocava. Ele anuncia solene ao semideus que, como ele tinha recebido ajuda, um ato que na visão do Rei jamais deveria ter sido aceito por alguém que era filho de deuses, que o Trabalho tinha sido considerado nulo e inválido… e que não contaria no total de tarefas necessárias para sua liberdade. Assim disse, e sem mais nada dizer, o Arauto partiu.

Hércules nada disse… terminou seu banho, e enquanto se secava, ouviu os servos agitados, comentando que o céu estava mais brilhante. Saindo para a varanda, viu eles agitados, apontando para uma constelação nova para o céu… uma enorme criatura, A Constelação de Hidra, estava no céu por ordem de Júpiter, honrando no céu o feito de seu filho que o mundo se negou a reconhecer.

Hércules olhou para o céu, sorriu… e foi repousar, aguardando a hora de partir para o Terceiro Trabalho.

Esse tópico é um oferecimento do Guardião e as Relíquias Perdidas.

A explicação desse mito e continuação dessa série você encontra neste link: [Os Doze Trabalhos] Compreendendo o Segundo Trabalho.
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