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[RELATO] Será mesmo que a vida para os homens começa aos 30? Parte I 0-15 anos Foco principal
#1
Inspirado no Projeto Segunda das Relíquias Perdidas e no post do @Guardião , vou compartilhar com os senhores uma reflexão de minha própria evolução.


Vou relatar aqui o que eu já vivi e compartilhar com os senhores a experiencia de um simples mortal até onde conseguir chegar hoje.

A idade 0 não será o meu primeiro ano de vida, será o marco zero do que eu consigo lembrar. A ideia desse relato é refletir sobre as decisões que tomei na vida e perceber o quanto elas foram impactantes quando olho para trás. Sejam elas escolhas boas ou ruins, me fizeram chegar onde estou hoje.


Família


De família humilde, o mais velho de seis irmãos criei desde cedo uma certa revolta com algumas coisas que eu questionava, mas não entendia quando criança. Uma delas era o fato de não ter pai. Fui criado por minha avó materna e por minha mãe, desde que eu consigo lembrar a história que eu escutava de minha mãe era que ela havia me levado quando criança para o meu suposto pai conhecer e ela sempre dizia “ele nem olhou na sua cara”.


Aí nascia uma revolta sem nem mesmo saber o motivo. Mais tarde pude compreender que a minha mãe assim como o meu pai era muito mais responsável por eu estar no mundo. Embora pobres eu meus irmãos tivemos uma boa infância, mesmo com todas as restrições que tínhamos. Minha mãe foi muito humilhada por os meus tios, e de certa forma de minha avó, acredito que boa parte por ter sido mãe solteira.


Tenho lembranças de que muitas vezes em que eu a vi chorando e perguntava o que está acontecendo? E ela dizia que não era nada. Para mim não fazia sentido alguém está chorando por “nada” desde que eu consigo lembrar isso me revoltava. Porque as coisas são assim? Não tínhamos casa (ainda não temos) morávamos de aluguel enquanto ia tudo bem e minha mãe dava conta de pagar.


Lembro que mudávamos muitas vezes e quando eu estava me acostumando com a casa “nova” mudávamos, e entre uma e outra mudança voltamos para a casa de minha avó onde morávamos de favor. Tive um padastro, pai dos meus irmãos mais novos, foi o mais próximo que eu tive de um pai. Eles ficaram juntos até um tempo, depois dele ter agredido minha mãe.


Educação


Infelizmente, como todos nós sabemos o nosso sistema educacional é precário. Eu e meus irmãos sempre estudamos em escola pública, em uma escola com poucas condições e estrutura e sem muitas expectativas. Minha avó é analfabeta, minha mãe estudou até a quarta série (3º ano hoje).


Aqui começa a resposta para os meus questionamentos, criei maturidade muito cedo, com ajuda de vários livros que eu li. Aqui a ficha começou a cair, quanto mais eu lia mais expandia minha mente e lá no fim do túnel surgia uma pequena luz de esperança de que com muito esforço e dedicação eu conseguiria mudar de vida (ainda estou nessa fase).


Finanças


Como eu disse, sou de família humilde. Vivíamos basicamente com um salário mínimo, salário da aposentadoria da minha avó quando morávamos com ela, quando minha mãe morava com meu padastro era com o que ele conseguia com trabalho braçal. Educação financeira zero. Nossas crenças em relação a dinheiro são as das mais comuns, que pobre nasce pobre, que o dinheiro é sujo, que não precisávamos de dinheiro e sim de vida e saúde.


Vivíamos com mentalidade de escassez extrema, desde criança sempre ouvi minha avó dizer que nunca sobra nada. Que vivia devendo, e até hoje com 80 anos repete a mesma história. Cresci com essas mesmas crenças que me custaram muito caro anos depois, até eu entender que isso era prejudicial e que eu poderia muda-las.


Refletindo sobre essa primeira fase de minha vida, vejo que cada evento isolado não fazia sentido na época e que hoje com um pouco mais de maturidade eu consigo interpretá-los de uma maneira que eu só poderia aprender com eles. Dada as circunstancia do ambiente em que eu vivia e com os recursos que eu tinha disponível.

Então caro leitor, se você estiver vivendo agora essa fase em sua vida, tenha em mente que por mais difíceis que sejam as circunstâncias em que você se encontra, você ainda tem muito o que viver e que por mais doloroso que seja essa fase, cabe única e exclusivamente a você continuar o desistir.
E que as suas escolhas agora refletiram em seu futuro e quando você tiver vivido o bastante para enxergar o quadro todo, verá que as coisas “mais difíceis” são as que mais impactaram a sua vida positivamente. Contraditório, não? Pois é.

Aproveite essa fase com cautela. Mesmo com todas as dificuldades que passei nessa fase eu vivi da melhor forma que eu pude, sentado aqui escrevendo revivo muitas memórias boas. E vejo que mesmo sem um direcionamento, sem uma boa educação, bons mentores. Eu enfrentei aquelas adversidades com muita coragem e determinação, e que todas as dificuldades que vivemos fazem parte dessa experiencia que chamamos de vida.


No próximo post vou escrever a segunda fase dos 15-20 anos com um pouco mais de maturidade tomei algumas decisões que hoje vejo que foram as melhores decisões que poderia tomar na época. Grande abraço até a próxima.

Mazzaropi


Há uma diferença entre conhecer o caminho e percorrer o caminho.
Morpheus
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#2
Acompanhando...

                Passei, vi e, ao contrário deles, venci.
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#3
Citação:De família humilde, o mais velho de SEIS irmãos

Nem deveria ter escrito essa parede de texto, só dizer que quem te botou no mundo pra sofrer foi a tua mãezinha querida.

Galera da real tem que parar de romantizar os pais e aceitar que foram eles foderam as nossas vidas na maioria das vezes, tentar ser alguém sendo pobre sem perspectiva é muita desvantagem num país de merda como o nosso. Conseguir sobreviver aqui já é um dádiva.
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#4
Acompanhando ........
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#5
Pra mim fica cada vez mais clara a responsabilidade que os pais têm sobre o destino dos filhos. No caso do tópico, a família desestruturada causou danos emocionais ao autor do tópico. Foi mencionado também que a mentalidade pobre dos familiares o influenciou negativamente.

Apesar de tudo, a situação vivida pelo autor do tópico é bastante comum no nosso país, infelizmente.
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#6
(02-05-2020, 07:24 PM)Jagunço Escreveu: Pra mim fica cada vez mais claro a responsabilidade que os pais têm sobre o destino dos filhos. No caso do tópico, a família desestruturada causou danos emocionais ao autor do tópico. Foi mencionado também que a mentalidade pobre dos familiares o influenciou negativamente.

Apesar de tudo, a situação vivida pelo autor do tópico é bastante comum no nosso país, infelizmente.

Exatamente, o problema de países pobres como o Brasil e Índia é a falta de controle de natalidade. Pobres tem que ser esterelizados a força, infelizmente. Imaginem a China hj sem a politica do filho unico?

Vivi maior parte da minha num bairro ruim, as pessoas são completamente animalizadas e não tem o minimo de noção ou senso critico. Camisinha e anticoncepcional tem de graça no posto, botar DIU tb é de graça. Mas a merda do estado proibe aborto e torna dificil vc fazer uma vasectomia. Isso me revolta profundamente.

Pobre NÃO tem que ter filho, isso só faz multiplicar a miséria. Alguns doentes aqui do fórum acham que é só questão de força de vontade pra sair da merda, só podem ser moleques de prédio de classe média que desperdiçaram as oportunidades da vida.

Pra quem nasceu pobre, pardo/negro, não teve figura paterna, estudou em escola pública, dependeu de SUS, etc é muito foda se inserir no mundo sem ser em subemprego ou na informalidade. Pior agora botaram na cabeça dos pobres que todo mundo tem que ter ensino superior, ai tá lá o gado se endividando pra fazer uniesquina à noite depois de uma dura jornada de trabalho pra conseguir um papel que nunca vão usar na vida.

Vc sair de uma merda dessa e virar pelo menos classe média é MUITO mais difícil do que ser de classe média e virar classe média alta(só ir no caminho dos concursos ou Medicina com papai e mamãe bancando sempre).

Por isso já fiz minha vasectomia e não regreto nada.
Responda-o
#7
(02-05-2020, 07:49 PM)OlavoBaralho Escreveu:
(02-05-2020, 07:24 PM)Jagunço Escreveu: Pra mim fica cada vez mais claro a responsabilidade que os pais têm sobre o destino dos filhos. No caso do tópico, a família desestruturada causou danos emocionais ao autor do tópico. Foi mencionado também que a mentalidade pobre dos familiares o influenciou negativamente.

Apesar de tudo, a situação vivida pelo autor do tópico é bastante comum no nosso país, infelizmente.

Exatamente, o problema de países pobres como o Brasil e Índia é a falta de controle de natalidade. Pobres tem que ser esterelizados a força, infelizmente. Imaginem a China hj sem a politica do filho unico?

Vivi maior parte da minha num bairro ruim, as pessoas são completamente animalizadas e não tem o minimo de noção ou senso critico. Camisinha e anticoncepcional tem de graça no posto, botar DIU tb é de graça. Mas a merda do estado proibe aborto e torna dificil vc fazer uma vasectomia. Isso me revolta profundamente.

Pobre NÃO tem que ter filho, isso só faz multiplicar a miséria. Alguns doentes aqui do fórum acham que é só questão de força de vontade pra sair da merda, só podem ser moleques de prédio de classe média que desperdiçaram as oportunidades da vida.

Pra quem nasceu pobre, pardo/negro, não teve figura paterna, estudou em escola pública, dependeu de SUS, etc é muito foda se inserir no mundo sem ser em subemprego ou na informalidade. Pior agora botaram na cabeça dos pobres que todo mundo tem que ter ensino superior, ai tá lá o gado se endividando pra fazer uniesquina à noite depois de uma dura jornada de trabalho pra conseguir um papel que nunca vão usar na vida.

Vc sair de uma merda dessa e virar pelo menos classe média é MUITO mais difícil do que ser de classe média e virar classe média alta(só ir no caminho dos concursos ou Medicina com papai e mamãe bancando sempre).

Por isso já fiz minha vasectomia e não regreto nada.

Em apenas um comentário, o sujeito teve a capacidade de dizer que pessoas pobres devem ser esterilizadas a força e, como se não bastasse, se mostrou totalmente favorável ao aborto.

Dois absurdos sem tamanho, completamente desumanos e que não compactuam com a índole e moral desse local.
Esse sujeito não pode e não merece passar sequer mais um minuto aqui.


Nunca pedi ban ou usei a ferramenta do strike, mas isso é inadmissível.
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#8
(02-05-2020, 09:33 PM)hjr_10 Escreveu:
(02-05-2020, 07:49 PM)OlavoBaralho Escreveu: Exatamente, o problema de países pobres como o Brasil e Índia é a falta de controle de natalidade. Pobres tem que ser esterelizados a força, infelizmente. Imaginem a China hj sem a politica do filho unico?

Vivi maior parte da minha num bairro ruim, as pessoas são completamente animalizadas e não tem o minimo de noção ou senso critico. Camisinha e anticoncepcional tem de graça no posto, botar DIU tb é de graça. Mas a merda do estado proibe aborto e torna dificil vc fazer uma vasectomia. Isso me revolta profundamente.

Pobre NÃO tem que ter filho, isso só faz multiplicar a miséria. Alguns doentes aqui do fórum acham que é só questão de força de vontade pra sair da merda, só podem ser moleques de prédio de classe média que desperdiçaram as oportunidades da vida.

Pra quem nasceu pobre, pardo/negro, não teve figura paterna, estudou em escola pública, dependeu de SUS, etc é muito foda se inserir no mundo sem ser em subemprego ou na informalidade. Pior agora botaram na cabeça dos pobres que todo mundo tem que ter ensino superior, ai tá lá o gado se endividando pra fazer uniesquina à noite depois de uma dura jornada de trabalho pra conseguir um papel que nunca vão usar na vida.

Vc sair de uma merda dessa e virar pelo menos classe média é MUITO mais difícil do que ser de classe média e virar classe média alta(só ir no caminho dos concursos ou Medicina com papai e mamãe bancando sempre).

Por isso já fiz minha vasectomia e não regreto nada.

Em apenas um comentário, o sujeito teve a capacidade de dizer que pessoas pobres devem ser esterilizadas a força e, como se não bastasse, se mostrou totalmente favorável ao aborto.

Dois absurdos sem tamanho, completamente desumanos e que não compactuam com a índole e moral desse local.
Esse sujeito não pode e não merece passar sequer mais um minuto aqui.


Nunca pedi ban ou usei a ferramenta do strike, mas isso é inadmissível.

Chola mais
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#9
@OlavoBaralho
>regreto
Volta pro chan, cara  Yaoming


Sinceramente, apesar do jeito retardado de escrever herdado dos chans da vida, tenho que concordar com ele sobre a politica de natalidade, aborto não, permitir a aborto é simplesmente dar passe livre pra vagabundo vagabundear mais ainda a custa do dinheiro público de saúde. Porem uma politica natalidade é algo que eu vejo sim como necessário, não castrar quem tem baixa renda, mas no mínimo facilitar a vasctomia para quem queira fazer, e definir um controle rígido de natalidade, onde você seja obrigado a pagar mulas altíssimas, ou até mesmo ir pra cadeia se desobeder a isso.

Minha ex mesmo era de uma família assim, país ignorantes, que, apesar de honestos e trabalhadores, passam dificuldade porque além dela, colocaram mais quatro filhos no mundo, ai eu te pergunto, pra que isso? Pra que ter filho se não tem condição de criar? E a maioria tem por acidente, porque realmente não sabem e não procuram aprender o básico para se proteger. Eu não sei como resolver esse problema social com algo que não seja uma penalidade financeira ou até mesmo física, passível de prisão, para ambos os país, mas ai, quem ficaria com a criança? 

Não é um problema simples assim de se resolver, eu ainda acredito que, e por mais clichê que essa frase possa parecer, a solução está na educação, educação familiar, educação financeira, talvez só isso fosse o suficiente para fazer as pessoas pensarem duas vezes antes de fazer besteira, talvez com a tecnologia, esse cenário mude, veremos daqui uns 10 anos, agora, se não mudar, ai sim estará provado que não é falta de informação, e sim falta de vergonha na cara, mas a geração anterior a nossa, era, muito mais ignorante e tinha escasses muito maior de informação do que as de hoje, pobre não tinha nem educação convencional direito, quem dirá o básico de educação financeira e sexual para saber se prevenir.

De qualquer forma, uma coisa que eu acho que ai sim faria uma diferença absurda, mas que eu tenho quase certeza que nunca será aplicado na prática, é tornar o divórcio penoso para os país. Para mim, se no divórcio, nem a mulher, e nem o cara ganhassem nada, e todo o patrimonio de ambos, tivesse que OBRIGATÓRIAMENTE ser transferido para os filhos, com eles se tornando apenas tutores, e tendo que pagar uma multa GIGANTESCA para poder se divorciar, além de, é claro uma multa igualmente enorme para um caso de traição, só que nesse caso, fazendo a multa do divórcio cair apenas do lado que traiu. Isso sim, teriam um enorme impacto na forma como as coisas funcionam, e as famílias iriam pensar duas vezes antes de se tornarem disfuncionais.

Permitir vasectomia a partir dos 18 anos, sem burocracia, e de graça pelo SUS, ajudaria bastante também.
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