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[RELATO] Que fim levou os precusores da real?
#1
Caros colegas,

 
Há mais de uma década participei — grande parte como ouvinte, diga-se — das comunidades do Orkut onde reuniram-se outros sujeitos para dar corpo à 'filosofia da real'. Na época, eu mal sabia escrever. Contava então 15 anos. O ano era 2007 ou 2008.  Entrei numa comunidade chamada "Elas preferem os canalhas", depois participei da comunidade "O lado obscuro das mulheres", "Desenvolvimento Masculino" e outras subcomunidades que surgiam por desavenças entre os membros. Meu gosto por filosofia também me levou a ler bastante a "Olavo de carvalho do B" numa época áurea. Pois bem, tive vários perfis. Dois deles que duraram mais tempo foi o "Primata Moderno" e "Anthon de Carlo". Muito pouco produzi, mas participei por anos a fio até abandonar as comunidades por volta de 2012. 
 
No entanto, confesso que aprendi bastante. Li Esther Vilar, Martin van Creveld, Francesco Alberoni, Schopenhauer, Nietzsche e outros. Lembro-me que o próprio Nessahan chegou a postar na OLODM , numa época que o dono da comunidade era um perfil chamado "Estudante Solitário" — (ou 'Estudante Caminhante', algo assim) — este sujeito era professor de matemática no nordeste. Lembro-me que ele próprio encontrou o Nessahan Alita, tentou também traduzir suas obras para o inglês. Lá nos meados de 2012, o 'Estudante' entrou para os correios e tornou-se adepto do fisiculturismo. O Nessahan participou pouco da comunidade pois suas ideias espirituais não encontravam abrigo em alguns users. Um user chamado Demolidor, certa vez, postou que "não era um monge de ego morto" para tolerar com plenitude certos ataques afetivos. Este user Demolidor, tinha uma linguagem bem próxima do Doutrinador e do Silvio Koerich, mas eram pessoas diferentes.  O blog "Vida ruim de pobre" — cuja temática era investimentos e relatos de sua vida frugal — fora desenvolvido por um desse dois, até hoje não sei qual.
 
O 'Estudante' posteriormente perdeu a liderança para um sujeito bastante inteligente, um programador que tambem vivia numa cidade também do Nordeste. Tal sujeito teve outros perfis, um deles era Lutinhem. Moderou a OLODM por quase todo período que lá estive. Outro famoso era o Rant Casey, do Rio Grande do Sul — um sujeito com talento notável para o ensaio. Um user anterior a estes, com quem conversei bastante, era o Lobo Solitário, personagem que acabou saindo das comunidades antes de mim por desavenças com alguns radicais e criou um blog chamando "Antifeminismo". Sua única luta era contra este movimento. Havia um sujeito chamado "Caio Betterchinni" que participava com seu perfil real, mas deixou as comunidades depois que foi convocado pela polícia para prestar depoimento. A Jubarte Aranovich havia imputado diversos crimes de ódio a alguns radicais e o sujeito levou a culpa. Muitos outros users o 'C.o.b.r.a' que, se não me engano, também era o 'Vegeta' — um user enfermeiro com escrita mais agressiva. Havia outro user mais velho que era de Brasília, havia sido aluno de direito do Michel Temer e vivia bem financeiramente — havia descoberto a real após uma traição, comentava num relato muito bom como uma viagem ao Japão lhe deu melhor consciência na superação superar. Enfim, muitos outros que posso relatar mais adiante. 
 
Na comunidade "Desenvolvimento Masculino" o nível era mais elevado que na OLODM  — que passou por diversas fases. Lá encontrei grandes debates que ainda guardo emmemória. Lembro de um tópico que criei que fez algum sucesso relativo. Um era o "Divulgação errada, vocês vão se destruir" quando debatemos sobre a tendência de se divulgar a real em grupos de depressão, suicídio, e outros. Eu acreditava ser errado fomentar em pessoas cujo estado emocional estava debilitado certos conceitos que exigem certa certa maturação do espírito. Há outros poucos, mas que não vale menção aqui. 
 
Por fim, fui um user bem jovem em relação a outros sujeitos cuja idade superava a minha, em média, uns em dez anos. Contudo, encaro tudo hoje como um período de amadurecimento que coincidiu com a uma fase nostálgica da minha vida. Lembro de bastante coisa, mas fico curioso acerca destes users antigos. Há algum deles por aqui ainda? Algúem sabe o paradeiro destes sujeito? Acho interessante compreender hoje o que eles pensam daqueles tempos, donde desagou tudo aquilo.

De todo modo, caros, agradeço a leitura.
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#2
Só espero que eles não estejam casadinhos da Silva, tirando fotos felizes para sempre, fazendo coraçãozinho com a amada.
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#3
boa pergunta

qual o efeito dos ensinamentos da real em seus seguidores depois de uma ou mais décadas?
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#4
Provavelmente eles seguiram em frente com a vida. Ninguém nesse forum vai estar aqui daqui 10 anos, as pessoas seguem em frente e não revisitam as coisas de antes com a mesma frequencia. Eu mesmo, olhando para trás, nem me lembro o que eu acessava em 2010.

Quanto ao efeito da Real, acho difícil largar, principalmente para esses caras que levaram o movimento nas costas
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#5
O mundo nos últimos 20 anos perdeu muito a noção de um domo de virtudes e princípios, o humanismo desumanizou o homem e os valores "judaico cristãos", tudo isso resultante de processos de engenharia social idealizados a 60-70 anos atrás, mas que mudam comportamento da geração Z, dos millenials, etc.

O Estado virou um novo deus garantidor de grupos politicamente muito ativos, donos de monopólio da virtude que impõe o seu pensar de maneira autoritária. O que a gente chama de filosofia da Real na verdade é um grupo difuso, que se propõe ao óbvio: Uma crítica aos rumos da sociedade, objetivando um resgate de baixo para cima dos nobres valores masculinistas que nunca foram impostos por Estados, políticas públicas e outras porcarias, mas sim lastreados através dos tempos por uma teia de valores onde homens de valor consolidaram o que chamamos de Civilização Ocidental.

No meu entender a Real surge não como uma demanda filosófica, mas como uma válvula de escape para discutirmos em um patamar mais elevado coisas que não podemos mais conversar no foicebook em um ciclo completo de ajuda mútua e desenvolvimento pessoal nas mais diversas áreas

Eu vejo isso tudo como uma confraria, um mannerbund, que se une para se ajudar desde prover ajuda a um jovem tirado para miguxo pela gostosinha da escola, passando por dicas de maromba e investimentos e bibliografias, tudo de GRÁTIS, gerando com isso, uma mudança geral de consciência. Lembre-se que muita gente observa o fórum, lê relatos e alguns tópicos em evidência, mas não necessariamente cria um usuário para postar. Já parou para pensar que esses caras de certa forma absorvem o que escrevemos aqui mesmo sem participar.

Muita gente ainda em certa nostalgia do Orkut, cabe ressaltar que o Orkut tinha uma dinâmica semelhante aos fóruns de discussão, aprendi muita coisa nas 'comunidades', sem contar que na época não havia os filtros de politicamente correto que existem hoje, não existiam os algorítmicos do capiroto, aliás meu único motivo para manter o facebook foi do remanejamento das antigas comunidades que existiam no Orkut, para mim o Facebook e instagram não passam de portfólios de attwhores e ególatras.

A Real não está aqui para pautar comportamentos, mas para ajudar na mudança de mentalidade, para mim pouco importa se o veterano realista virou morador de rua, coach, funcionário público, CEO de multinacional etc. O que importa é uma mudança de entendimento em cada um. O que chamamos de internalização da Real.

Eu respeito a galera das antigas, valorizo os bons textos, os bons conceitos que eles deixaram, mas hoje somos nós que 'tocamos o barco'.

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#6
(12-02-2020, 02:17 PM)Scant Escreveu: boa pergunta

qual o efeito dos ensinamentos da real em seus seguidores depois de uma ou mais décadas?

Prezado, é difícil traçar com exatidão. Acompanhei a distância alguns grupos mas nenhum depois de uma década. Contudo, muitos seguidores vão se tornando mais conscientes e menos reativos à realidade. Os debates vão se repetindo, os assuntos; tudo torna-se previsisível. Além das desavenças, acho que ocorria um certo fastio. 

Hoje, vejo que a experiência foi importantíssima na minha vida. Você compreende a psique feminina e isso não vira mais um "problema" para você, a lida no campo sexual é um roteiro calculável. No meu caso, dos 15 aos 20 vivi uma fase de profunda misoginia. Estudei muito, li muito, refleti muito mas tinha vivido pouco. Só depois desses anos as coisas melhoraram -- profissionalmente e pessoalmente. Ajustei algumas coisas e após certas experiências as dificuldade reduziram. Namorei algumas mulheres, transei com várias outras e tive uma vida sexual que jamais imaginaria. Conheci mulheres "exceções", sim; há algumas por aí. Quebrei a cara também, acontece. Mas não casei, não tive filhos nem me endividei por mulher. E o mais importante: evitei muitas armadilhas e sofrimentos. Se sabedoria é evitar a perda e a dor, dei um passo a mais. Hoje depreendo menos energia mental neste assunto. 

No entanto, duvido muito da tese do outro confrade sobre o casamento. Eu chutaria que muitos outos colegas antigos estejam casados sim. Creio que de alguma maneira souberam criar uma condição de sabedoria para a vida afetiva. Mas cada existência demanda um fluxo de encontros cujo resultado é impossívél prever. Ainda sim, eu aposto; e não os julgaria. 


Em síntese: você se desenvolve e acaba melhor consciente das suas necessidades afetivas, isto te coloca em outra situação em relação às demanas pessoais neste campo.
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#7
Alguns lamentam ter conhecido a Real tarde demais, eu lamento ter conhecido muito cedo, deveria ter quebrado a cara mais vezes antes de cair nesta casa, certamente conseguiria absorver as coisas melhor.
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#8
Antropologia Realista é sempre bom de ler.
Eu leio os Backups Antigos das Comunidades e Blogs que você citou, pois conheci a Real mesmo em 2015 através do Fórum do Búfalo e o Blog do Silvio Koerich.

Bem-vindo Confrade!
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#9
Interessante, alguns trechos do seu relato poderiam ser inseridos no tópico A História da Real.

Foram feitos backups dessas comunidades do orkut, lembro de ter lido esse relato do realista que fez uma viagem para o Japão que o ajudou a se recuperar da decepção amorosa.

Foi citado o C.O.B.R.A, outro dia apareceu um usuário aqui falando que ele casou com uma mãe solteira gorda. Acredito que seja verdade, porque anteriormente o @Loki chegou a comentar de um oldschool que tinha assumido uma mãe solteira, mas não revelaria quem era. Que coisa, um cara que parecia ser tão combativo acabou cometendo uma heresia realista...
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#10
Fevereiro de 2020 e tópico repetido...
Pelo menos o Jagunço já linkou o thread original antes do fim da página inicial.

De resto, o que fica é o aprendizado, o LEGADO, então deixem os cabras que saíram dos fóruns da real em paz e sigam em frente.

"Só os canalhas precisam de uma ideologia que os absolva e justifique." (Rodrigues, Nelsson)
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#11
Simplesmente devem ter largado as comunidades e seguido suas vidas, às vezes até sem querer, de maneira sutil. Assim como quem já foi do PUA e após um tempo percebeu que sua realidade não condizia mais com o ambiente em que se encontrava, na real acontece da mesma forma. O sujeito vai lendo, amadurecendo e quando nota já não é a mesma personalidade comparada a que entrou ali, então ele sai.

É importante alertarmos outros homens das artimanhas femininas, mas não vejam a Real como algo sagrado. Amanhã o servidor pode dar um curto e tudo isso aqui cair no esquecimento, por isso a importância de fazer as coisas na prática. De que adianta ler N.A se tu não chega em mulher nenhuma, foge de sexo como se fosse algo ruim? Aí fica aí dizendo que é realista como se fosse um cargo militar... covardes teorizadores. Nunca serão!
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#12
Eu estou aqui Yaoming.

A maioria deve ter casado, se suicidado e presos.
Provavelmente uns tentando emagrecer e outros passando o tempo na balada.
Alguns devem ter conseguido um emprego melhor e devem esnobar os outros.
Outros youtubers e políticos...
"Há um amplo fosso de aleatoriedade e incerteza entre a criação de um grande romance – ou joia, ou cookies com pedaços de chocolate – e a presença de grandes pilhas desse romance – ou joia, ou sacos de biscoitos – nas vitrines de milhares de lojas. É por isso que as pessoas bem-sucedidas em todas as áreas quase sempre fazem parte de um certo conjunto – o conjunto das pessoas que não desistem." O andar do bêbado.
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#13
Eu não fui um percursor da Real, eu era um anti-realista (por causa da fase da revolta) nessa época do Orkut.

A galera mais velha tá cuidando da própria vida, a galera mais nova ainda precisa passar da fase da revolta, ler e parar de confundir real com lugar de fofoquinha contra mulher.
The absence of virtue is claimed by despair






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#14
(14-02-2020, 09:44 PM)Jagunço Escreveu: Interessante, alguns trechos do seu relato poderiam ser inseridos no tópico A História da Real.

Foram feitos backups dessas comunidades do orkut, lembro de ter lido esse relato do realista que fez uma viagem para o Japão que o ajudou a se recuperar da decepção amorosa.

Foi citado o C.O.B.R.A, outro dia apareceu um usuário aqui falando que ele casou com uma mãe solteira gorda. Acredito que seja verdade, porque anteriormente o @Loki chegou a comentar de um oldschool que tinha assumido uma mãe solteira, mas não revelaria quem era. Que coisa, um cara que parecia ser tão combativo acabou cometendo uma heresia realista...

Obrigado pelo relato, caro. Que curioso esse relato acerca do C.O.B.R.A. Lembro-me que muito cogitavam o casamento, sim. O Silvio Koerich tinha uma filha, mas era separado da ex-mulher. Num tópico lembro dele, ainda com a menina criança, reclamar do excesso de 'doutrinação' nos cadernos escolares dela. Foi algo d ehumor, sem pretensão belicosa. Hoje a menina deve estar adolescente, eu adoriaria ler os relatos da criação neste mundo. Porque obviamente ele a ama, mas teve de lidar com um período complexo pedagogicamente.

Se for de seu interesse posso tentar criar um panorama maior de alguns outros usuários. Para quem viveu tudo isso, é interessante ter como parâmetro as ações existenciais desta primeria geração.
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#15
(14-02-2020, 10:54 PM)Baralho Escreveu: Fevereiro de 2020 e tópico repetido...
Pelo menos o Jagunço já linkou o thread original antes do fim da página inicial.

De resto, o que fica é o aprendizado, o LEGADO, então deixem os cabras que saíram dos fóruns da real em paz e sigam em frente.

Caro, tanto a ti quanto ao outro confrade 

Estou nisso há tanto tempo, achas há motivo para uma reação dessas? Meu interesse pode ser diverso: 

1. muitos colegas possuiam problemas psicológicos e familiares, saber como este pensamento se alinhou à vida deles é algo relativo à curiosidade intelectual. 
2. compreender as fases de introjeção da "real" na vida de uma pessoa. Muitos abandonaram isso, como o próprio Nessahan. Posso querer entender como as idéiais se repousaram no espírito em fases distintas da vida. 
3. ou então até mesmo memória afetiva, nostalgia de velhos colegas; pegue leve, não desejo incomodar ninguém.

Muito do que discutíamos naquelas décadas tornou-se maisntream hoje. Algumas coisas pro bem ou pro mal. É importante, sim, debater isto num espectro maior. Lembro-me de um usuário no final da década de 2000 dizer que o Bolsonaro era o único presidente possível. Outros users, do Rio de Janeiro, diziam temê-lo por causa da associação à milícias, e não o achavam um conservador ideal. Veja bem a contemporaneidade disto. Não há o porquê de se criticar a curiosidade.
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#16
(15-02-2020, 08:43 AM)Bean Escreveu: Eu estou aqui Yaoming.

A maioria deve ter casado, se suicidado e presos.
Provavelmente uns tentando emagrecer e outros passando o tempo na balada.
Alguns devem ter conseguido um emprego melhor e devem esnobar os outros.
Outros youtubers e políticos...

Legal, caro. Qual era o seu nick?

O Rodrigo Constantino está em discussão diária na Jovempam e parece não ter evoluído tanto das porradas que levava... Mas de suicídio não me lembro de nenhum caso. Este seu breve relato me fez pensar sobre como isto pode ser análogo a um grupo de faculdade. Colegas dedicavam ajuda mútua por meio de relatos num breve espaço de tempo. No entanto, logo que passasse o 'período de formação', construíam trajetórias distintas. O que faz cair um pouco o título de fraternidade, irmandade. Pode haver hoje users oriundos dos mesmos fóruns em que um desdenha ou humilha o outro por algum preconceito natural da nossa época e sociedade. Isto me lembra bastante as críticas de Hanna Arendt --  pasmem, uma progressista -- aos desejos inconscientes dos marxistas. Isto é, a irrealização de identificação entre os trabalhadores é demasiadamente racional para que se supere as outras formas culturais de diferenciação. Traduzindo: somos colegas, mas não muito. Gargalhada
Interessante. Obrigado pela leitura.
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#17
@Primata dá uma olhada no tópico que linkei, talvez você possa contribuir lá.
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