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O morrer psicológico
#1
O morrer psicológico
por Azrael

[Image: VUZp3uD.jpg?1]

Em discussões anteriores já aprendemos sobre nossa constituição interior e sobre os defeitos psicológicos, e também como estes atuam nos centros da máquina humana. Aprendemos também que podemos ver e sentir estes defeitos agindo através do sentido da auto-observação.

Este tópico tem o objetivo de abordar o principal tema da lida com mulheres, pois corresponde à etapa principal para todas as pessoas que realmente querem mudar interiormente, que desejam transformar a si mesmas em pessoas melhores, eliminando de seu interior os elementos psicológicos indesejáveis que são os responsáveis pelas nossas limitações, inconsciência e sofrimentos. Este tema é o morrer psicológico, também conhecido como morte psicológica ou ainda morte mística.

Vamos agora fazer uma rápida recordação de alguns pontos já debatidos e que são fundamentais para a compreensão deste tema. O que é importante sabermos claramente para esta discussão são os conceitos de ego e de Essência. 
Então vejamos:

O ego
O ego é a soma de nossos muitos defeitos psicológicos que vivem em nosso mundo interior, que foram criados e continuam a ser alimentados inconscientemente por nós mesmos. Esses defeitos se nutrem das energias dos centros da máquina humana. Cada um desses defeitos é chamado também de eu ou detalhe do ego. O ego é realmente a causa de nossos sofrimentos, inconsciência, erros, vícios, medos, fraquezas, etc.

No antigo Egito o ego era conhecido como os demônios vermelhos de Seth. No Bhagavad-Gita o ego é simbolizado como os “parentes” com os quais Arjuna, iluminado diretamente pelo Sr. Krishna, deveria travar terríveis batalhas. Na mitologia o ego é, entre outros simbolismos, representado pela Medusa, causadora de todo tipo de sofrimento aos homens e que é decapitada pela espada de Perseu.

Na Bíblia podemos reconhecer o ego na passagem na qual o divino mestre Jesus pergunta ao demônio que possuía o infeliz geraseno qual era o seu nome, sendo que este lhe responde: “Meu nome é Legião, porque somos muitos.” (Marcos - 5,1-20).
Também dentro do cristianismo podemos encontrar o ego representado nos chamados sete pecados capitais relacionados por Tomás de Aquino: luxúria, ira, inveja, cobiça, gula, preguiça e orgulho. 

Enquanto mantermos em nosso interior essa natureza inumana, seremos criaturas limitadas, inconscientes, sofredoras e vítimas das circunstâncias. Se os seres humanos não carregassem dentro de si o ego, o mundo seria um verdadeiro paraíso.


A Essência.
Nossa consciência é uma partícula divina, que podemos também chamá-la de Essência. Conforme escreveu Victor Hugo:
"Escuta tua consciência antes de agir, porque a consciência é Deus presente no homem”.

A Essência é o que de mais nobre levamos dentro e é imortal. Conforme vamos eliminando os detalhes do ego vamos fortalecendo essa consciência ou alma, já que cada eu mantêm aprisionada uma fração de nossa Essência. Considere cada eu como uma garrafa que mantêm um pouco de nossa consciência aprisionada. Quebrando a garrafa retorna a nós aquela parcela de consciência que estava aprisionada.

Assim é como vamos realmente mudando interiormente, substituindo pouco a pouco nossos muitos defeitos psicológicos por nobres e belas virtudes.


A Mãe Divina
Há também em nós uma outra partícula divina a qual chamamos de Mãe Divina. Nas antigas culturas ela sempre foi conhecida e venerada. A casta Diana grega, a Isis egípcia, a Tonantzin asteca, a Shakti hindu, a Stella Maris dos alquimistas medievais, a Maria - Nossa Senhora dos cristãos, etc, são os outros nomes atribuídos à Mãe Divina dentro dos simbolismos de cada cultura e época.
Assim como nossa mãe física, ela zela por seu filho ou filha e é individual. Cada ser humano tem a sua.

Devemos sempre pedir seu auxílio, seu conforto e sua proteção. Ela nunca abandona o filho suplicante, desde que este tenha uma conduta reta. Sua missão principal em nós é justamente a eliminação do ego, de cada defeito psicológico que conseguimos perceber através da auto-observação. Com a ajuda dela é que vamos morrendo psicologicamente, eliminando os defeitos psicológicos.


A Morte Psicológica
O trabalho da morte psicológica é antiquíssimo e sempre foi ensinado à humanidade pelos vários Mestres ou Avataras que vieram para instruí-la, mostrando-lhe os meios para acabar com seus próprios sofrimentos e limitações.
Jesus Cristo (o mais exaltado de todos), Buda, Quetzalcoatl (O Cristo asteca), Hermes Trismegisto no Egito, Krishina entre outros.

Cada um ensinou a mesma doutrina, porém adaptada ao seu tempo, com seus próprios termos e símbolos. Infelizmente quando o Mestre parte, os homens, manipulados por seus próprios egos, começam a distorcer a doutrina e pouco a pouco o principal se perde ou é oculto da humanidade.


Prática
Primeiramente é fundamental estar em auto-observação, prestando atenção em nossas emoções, sentimentos, pensamentos, etc. 
Quando percebermos a atuação de um defeito psicológico em algum dos centros da máquina humana, pedimos mentalmente a nossa Mãe Divina para que ela elimine esse defeito, que o desintegre. 
O detalhe é então imediatamente eliminado e resgatamos a parcela de consciência que ele aprisionava.
É realmente muito simples.

Cada pessoa faz a petição como achar melhor, de coração, porém de forma enérgica, como quando um filho pede algo urgente a sua mãe. A mãe então atende prontamente. Cada um tem suas próprias palavras, mas um exemplo é:

“Mãe minha, elimine esse defeito, desintegre-o!”.

Se um mesmo tipo de defeito insiste em atuar seguidamente tornamos a pedir por sua eliminação. Isso pode ocorrer quando um defeito é muito forte, quando foi muito “alimentado” através do tempo.
Contudo, utilizando a técnica da morte psicológica toda vez que o defeito atuar, este irá perdendo sua força até finalmente morrer.

Para uma melhor compreensão, façamos uma comparação entre o ego e uma árvore.
Uma árvore se desenvolve e se mantém viva e forte retirando do solo os nutrientes necessários para sua sobrevivência, e para isso depende totalmente de suas raízes, já que estas são a parte da árvore que efetivamente retira do solo os nutrientes.

Agora consideremos o ego como uma árvore que depende totalmente dos pequenos detalhes ou eus (que podemos comparar às raízes da árvore), já que são estes que retiram a energia suficiente dos centros da máquina humana e assim mantém o ego vivo. Se cortarmos as raízes do ego (que são os defeitos psicológicos) através da morte psicológica, consequentemente o ego irá gradualmente perdendo sua força, se desnutrindo e morrendo, tal qual ocorreria com uma árvore se cortássemos suas raízes.

O contrário também pode ocorrer, ou seja, se permitimos que os detalhes atuem todo o tempo nos centros da máquina humana, o ego irá se tornando cada vez mais forte e desenvolvido. Isso é o que infelizmente tem ocorrido até o momento conosco.

Devemos procurar conhecer também novas facetas dos defeitos psicológicos, e entender porque muitas vezes temos certas atitudes e comportamentos que na verdade somente nos prejudicam. De qualquer forma o meio para eliminação de qualquer defeito psicológico é e será sempre a morte psicológica, por isso não deixe de colocar em prática o que expus até agora neste tópico.


Como trabalhar com a morte dos egos:
A morte dos defeitos, entre os quais a luxúria que nos torna escravos da mulher, é o processo de assimilação dos complexos autônomos tão buscado pelos psicólogos.

É obtida por meio da observação, da supressão de alimentação e da compreensão dos defeitos que carregamos. Por defeitos devemos entender: 
desejos, vícios, compulsões e maus-hábitos que somente causam estrago em nossa vida.

Se os senhores observarem a si mesmos, verão que possuem muitos desejos que os controlam e que não os deixam mesmo que os senhores queiram. Esses desejos se rebelam a toda tentativa de controle e possuem pensamentos e atitudes que lhes correspondem.

A somatória sentimento-pensamento-movimento-instinto-sexo em comportamentos compulsivos são os nossos defeitos.


[Nahassen]

A morte dos egos na lida com as mulheres:
Todo o desespero que nos leva a fazer todas as bobagens que fazemos pelas mulheres é devido à luxúria.

O desejo é dor porque nos torna escravos. Sabendo disso, o que fazem as espertinhas? Acendem o nosso desejo e jamais o satisfazem completamente pois sabem que, se o fizerem, não estaremos mais acorrentados.


[Nahassen]

Sobre a batalha interna na luta contra os egos:
"Quanto mais você se preocupa com a morte do ego mais você se afasta dela"

E quanto mais se despreocupa e deixa-se levar também. Tudo depende do teor da preocupação. Se por preocupação entendemos o cuidado em fazer algo corretamente, esta preocupação acelera a morte. Se por preocupação entendermos o desespero, a morte fica estancada.

Por outro lado, o ato de simplesmente entregar-se ao desenfreio fortifica igualmente o ego, assim como o ato de entregar-se à satisfação dos desejos.

Você fortifica o ego quando tenta resistir-lhe e quando tenta satisfazê-lo.

Você o enfraquece somente quando deixa de nutri-lo no dia a dia, a cada momento, por meio de pensamentos, sentimentos e atitudes aparentemente inocentes.

Os nutrimos principalmente por meio de imagens mentais, pensamentos, lembranças e imaginações. Secundariamente, o nutrimos por meio de atitudes, falas, movimentos, olhares, etc e também por sentimentos.

Assim, no dia a dia nosso empenho deve ser o de não pensarmos em nada enquanto nos auto-observamos procurando as formas sutis pelas quais forticamos os defeitos que carregamos.

 
[Nahassen]

É possível perder uma batalha no astral contra a luxuria e ficar escravo dela ou de um demônio similar pelo resto da vida? Vi alguma coisa de Castañeda dizendo isso e acho que já fui derrotado.

Sim isso é possível. Entretanto, essa pessoa não terá esse "grilo" que te incomoda pois ela terá perdido toda e qualquer recordação de vontade de superar a luxúria. Será um evolutivo que louva a luxúria e o desejo incondicionalmente.

Ainda sobre esse grilo que te incomoda: se você tem essa preocupação é porque ainda tem algo dentro que pode te salvar. Se um dia você perder isso, não haverá nenhuma vontade de atingir a castidade, nem a mais remota intenção ou impulso de superação. Você esquecerá tudo isso, nem se lembrará e somente vai querer satisfazer o instinto. Terá se transformado em um animal.


[Nahassen]

A chave para a eliminação do ego é compreendê-lo. Para compreendê-lo, você deve analisá-lo. Para analisá-lo, você deve se observar no dia a dia e, em recolhimento, concentrar-se para estudá-lo.

Diante de um desejo compulsivo e avassalador, experimente se confessar diante de seu Ser Interno, relatando-lhe sem reservas o que você sente de mais horrível e vergonhoso. Entregue-se totalmente a Ele, sem reserva alguma, exponha tudo aquilo que você esconde das pessoas e esteja relacionado com o defeito em questão, todos os detalhes.

Veja o seu defeito como algo estranho, alheio, um objeto que precisa ser estudado para ser compreendido.

Aceite a realidade, não tente forjar nada, não tente resistir aos fatos, apenas reconheça tudo o que puder a respeito deste desejo: todos os seus aspectos, os pensamentos, as falas, as atitudes, os motivos e tudo o mais que puder. Revele a si mesmo toda a informação possível a respeito do defeito. Aceite a realidade do que seu ego é, renda-se a ela, busque-a mas, ao mesmo tempo, julgue-a impiedosamente, sem evasiva alguma, sem negá-la. O que importa é descobrir e reconhecer a verdade a respeito do que somos, do nosso ego, sem medo, sem dó, sem autopiedade. Não tente esconder nada do seu Ser. Reconheça todos os danos e prejuízos que tal desejo te provocou. Você deverá sentir um alívio. Isso se chama “análise do Eu”. É uma introspecção e deve ser dirigida somente para
o próprio Ser Interno, jamais a um terapeuta, padre, pastor, amigo ou algo do estilo.
Após ter ido o mais longe que conseguir nesta análise, que pode durar minutos ou horas, suplique em oração pela dissolução daquela força maligna que o devora vivo por dentro. Peça com muita fé para que a raiz daquele mal seja
arrancada do seu coração.

Nos dias seguintes, continue fazendo o mesmo, penetrando cada vez mais profundamente, descobrindo mais e mais coisas, obtendo mais e mais informações e aprendendo mais e mais a respeito desse defeito, até que ele esteja morto e te deixe em paz.


[Postado por Nahassen]

Algumas observações adicionais sobre a morte dos egos:

Tenho reparado que muito se tem escrito sobre a luxúria e que ela é a principal responsável pela nossa derrota na lida com o lado obscuro das mulheres. É bem verdade que o ego da luxúria é um dos grandes e talvez o maior ego a ser destruído, mas não é o único. Nesse sentido, abro um espaço aqui, para discutir
com os membros que estão se empenhando no trabalho interior, sobre cada um dos diferentes egos que atuam contra nós e favorecem o lado obscuro.


Postagem:
Recentemente, conversava com minha mãe sobre a morte do ego. 

Ao longo da conversa, pude perceber sensações virem a tona. conversávamos sobre os condicionamentos, e conforme ia me aprofundando, ia colhendo experiências internas que significavam estes condicionamentos, muito ligados a figura materna e por consequência o sentimento por mulheres.

Determinado momento, senti uma mudança interna. como se tivesse algo sido arrancado de minha cabeça, e passei o dia inteiro meio sonolento. ao cair da noite, pude constatar a morte do meu ego. algo que vinha lutando para realizar acabou acontecendo, e é uma profunda paz interior o resultado desta experiência.

No momento, sinto que dissolvi meus sentimentos por mulheres. agora, fazem parte do passado. com elas, só sinto emoção. e tenho o controle sobre estas emoções. é algo maravilhoso poder constatar que realmente é possível tal evolução espiritual, e surpreso fico a cada dia ao verificar em outros homens os comportamentos que possuía e agora compreendo de outro ponto de vista.

Este texto faz parte do projeto: Segunda das Relíquias Perdidas.
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#2
Muitos negligência o lado espiritual, por isso acabam caindo nas armadilhas femininas que são diversas, mesmo com todo conhecimento da real.

Excelente texto.
"Antes de mas nada, saiba que você morrera e sera esquecido. Portanto, Busque  a felicidade dentro de sua alma e não fora. Entregue-se ao seu espirito. Somente ele estará com você depois da morte." (Nessahan Alita)

Spoiler Revelar
"Desenvolver apenas algumas camadas, negligenciando outras, mais cedo ou mais tarde, a vida cobrara o preço da negligencia." (Mandrake)

"Como eu sempre digo, o homem que não conhece a Real sempre acaba se dando mal." (Conde de Monte Cristo)
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#3
Discordo de praticamente todos os aspectos sobre isso, o ego é apenas um instrumento nosso em meio a isso tudo.
A consciencia não é uma verdade absoluta que nós temos imortal e constante dentro de nós.
Querer colocar o ego como um vilão apenas por referencia-lo em coisas desconexas em diversas religiões não torna esse pensamento uma verdade.

Antes de mais nada, respeito totalmente e apoio 100% quem segue uma religião. No entanto, não vejo com bons olhos pessoas que seguem uma religião cegamente e acabam por se afogar na sua própria contradição: como por exemplo religiões que falam sobre perdão e acusam o primeiro diferente que passa em sua frente.
Jesus é o melhor exemplo e uso ele apenas como meu norte e não a bíblia em si.

Deixando o meu lado pra lá vamos ao que interessa:

O ego é nada mais que um instrumento que nós temos, a psique humana. Querer matar o seu ego é a mesma coisa que querer destruir a si mesmo ou a sua sanidade mental. Nós devemos subjuga-lo ao nosso poder, controla-lo. 
A consciencia é nada mais do que uma forma de raciocinio mais elevada que algumas pessoas possuem. A autoconsciencia é uma forma de raciocinio ainda mais elevada. Muitas das vezes as pessoas que seguem nesse caminho de elevar sua consciencia, sua autoconsciencia, se tornam "despertos". A abertura do terceiro olho e coisas do genero. 

Eu colocaria a consciencia como um outro ser dentro de quem somos, e quando a nossa consciencia desperta tudo muda.

Agora, dentro de nós: 

Temos as camadas mais superficiais e que nos conectam com a "realidade" ao nosso redor e que são:
Nossos instintos/desejos/necessidades. Isso é uma programação quase que universal como comer, dormir, reproduzir e etc. Nós precisamos delas, é uma parte do processo e uma forma de se comunicar com nosso próprio corpo ou do nosso corpo se comunicar com a gente. É uma via de mão dupla que nós temos.

E conforme nos aprofundamos (não fisicamente, mas espiritualmente ou interiormente) começamos a ter outras formas que nos conectam com a "realidade" e com as coisas que ainda não somos capazes de ver. Ai entrariam o nosso raciocinio, ideias, vontades. 

O ego seria o ser que existe nessas camadas mais superficiais e a consciencia o ser que existe nessas camadas mais profundas. Normalmente olhamos para a consciencia como se fossemos o ego, e apenas utilizamos alguns de seus recursos, como se a consciencia fosse algo a parte a ser utilizado. As vezes vemos o ego como se fossemos a consciencia, e apenas utilizamos alguns de seus recursos, como se o ego fosse algo a parte a ser utilizado.

Mas ai que ta: O ego nos conecta com as pessoas, diz quem somos nesse mundo, nos dá algo para estar presente na realidade. A consciencia nos permite trazer as informações ainda maiores para essa realidade. Mas isso não é quem somos. Pessoas que possuem uma consciencia desperta são as pessoas que subjugam o ego e não o menospreza, pessoas que pensam estar conscientes tendem a querer matar o ego porque não entenderam o que realmente significa "matar o ego".

Não devemos ser nem o ser consciente, nem o ser do ego. Devemos ser algo além, devemos ser ambos e nenhum.
Mas é um assunto demasiadamente complexo e cansativo, quando eu postar o meu tópico sobre tentarei ser o mais claro possível.
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Memento Mori 

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