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[REFLEXÃO] Aprenda a jogar com as cartas que a vida te dá
#1
[Image: Casino-1.jpg]


Hoje escrevo um breve artigo sobre a vida, sobre sorte e sobre motivação. Você com certeza já ouviu falar sobre o poker, o famoso jogo de cartas que nasceu em algum lugar dos EUA no início do século XIX. É provável que você até jogue poker, pois é um excelente exercício para sua mente e uma excelente diversão. Muitos brasileiros jogam hoje em dia, deixou de ser coisa de “filme de gringo”.


Eu pessoalmente gosto muito de poker e pelo menos uma vez por mês me reúno com meus irmãos, pai e/ou alguns amigos para jogar poker. É claro que não rolam apostas em dinheiro (isso estraga a diversão e pode estragar amizades), é apenas pelo prazer de jogar o jogo, tomar uma cerveja, comer uns petiscos, conversar, contar umas piadas e dar umas risadas. Como eu disse acima, o poker é uma diversão sadia se for levado minimamente a sério (e não se tornar vício), pois diferente de jogos como o truco, você não consegue jogar bêbado, por exemplo. É preciso raciocinar, é preciso estar com a mente afiada para manipular seus adversários, então cachaça na cabeça e sonzão alto não orelha não combinam com poker.


O artigo é sobre poker, Rover?”


Sim e não. Hoje, neste artigo, eu uso o poker como uma ferramenta. Uma ferramenta de comparação com a vida. Se você conhece o jogo de poker, será mais fácil de compreender, entretanto vou tentar escrever de maneira que qualquer pessoa entenda.


O vício de reclamar


Reclamar. A maioria das pessoas só sabe reclamar. Todo mundo é muito bom nisso, até eu sou bom nisso, veja como sempre reclamo do Brasil (e é uma bosta mesmo). A choradeira e vitimismo da maioria é constante. As pessoas até quebram o gelo e iniciam conversas com estranhos reclamando de algo “Ahh esse calor, quando será que acaba hein?”, “Que vergonha esses políticos, esse país tá perdido.”, etc. Eu até já escrevi um artigo chamado Para você que reclama demais (Update: sobre um jovem rapaz que teve câncer), onde mostro uma situação tocante, para te fazer parar pra pensar se reclama tanto com razão. Todo mundo reclama, é verdade, mas quantos fazem algo pra mudar a situação que os fazem reclamar? O problema não é exatamente reclamar, o problema é ser chorão e não fazer nada para mudar a situação, ficar se fazendo de vítima. Esse é o X da questão.



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"A vida é um jogo de poker. Não se trata das cartas que você recebe. É sobre como você escolhe jogar suas cartas."


Fazer algo para mudar a situação que incomoda, poucos fazem. Às vezes não é possível, mas na grande maioria das vezes é.


Tá Rover, ficar reclamando é ruim e não leva a lugar nenhum, mas e o poker? Onde entra nisso?”


O poker é algo muito parecido com a vida, como eu já disse. Se você é daqueles que não entendem as regras do poker, não sabe como funciona basicamente, é preciso que você saiba, para que consiga entender a comparação que faço aqui. Vou usar o exemplo da modalidade de poker (existem várias) que estou mais acostumado a jogar e é o mais popular, o Texas Hold’em. Para evitar a fadiga e para que o artigo não fique tão extenso, vou usar a aula descritiva excelente feita pelo canal Hobbz. Assista caso você não entenda como funciona o poker. Caso entenda, pode pular o vídeo se quiser.







Primeiramente, se você não entendia absolutamente merda nenhuma sobre poker e assistiu o vídeo com atenção, sinta-se feliz, pois você já aprendeu algo novo hoje (e de graça).


De nada!






Agora vamos ao assunto. Assim como no poker nós não escolhemos as cartas que vem na nossa direção, não podemos escolher nossa “mão” na vida também, ou seja, as circunstâncias. Elas simplesmente acontecem. Aquelas duas cartas são as situações que a vida nos apresenta, sem que tenhamos nenhum controle, principalmente no começo da nossa vida. Quer comparar de maneira mais direta? Veja...


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Este é um par de aces ou ás (azes no plural?). Esta combinação (ou mão) é a mais forte que pode vir pra você no jogo, para começar uma rodada antes de conhecer o flop.


O que isso significa na vida? Por exemplo, um cara que nasceu em berço de ouro, ou seja, rico e perfeitamente saudável. Podemos considerar que no “poker da vida”, já veio um par de aces logo no começo para esse cara. Ou que tal uma mulher que nasceu com uma beleza muito acima da média, saudável e rica também? Mão de aces. Com certeza eles vão aceitar isso e vão entrar no jogo muito bem.



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Agora que tal essas duas cartas? Um rei e um 4 de paus. Essa é uma mão “mais ou menos”, dá pra tentar apostar e jogar, e também dá pra “passar” (fold), desistir. Eu mesmo posso me colocar como exemplo nessa mão. Meus pais trabalharam muito para criar eu e meus irmãos, colocaram comida na mesa, não deixaram nos faltar um teto e nos deram boa educação de berço. Mas foi só. Eles não tiveram condições de nos colocar em escolas ou faculdades particulares, não tivemos brinquedos caros quando éramos crianças, não ganhamos carros nem viagens quando completamos 18 anos, eles não nos ensinaram coisas realmente úteis sobre o dinheiro, etc. Ou seja, nunca estivemos na merda, mas também nunca estivemos numa boa. Meu pai nunca teve um carro zero. Nossas férias, por exemplo, se resumiam à ir até Santos, pois temos um parente que tinha apartamento por lá. Mas essas “férias” não aconteciam todos os anos, tinha anos que o negócio era ficar quietinho em casa mesmo, enquanto muitos dos vizinhos “desciam” para “Acapulco”.


Miséria passou longe de casa, não tenho do que reclamar e considero meus pais um casal de sucesso, simplesmente pelo fato de terem conseguido criar uma família decente sem deixar faltar nada. Resumindo, essa é a mão que a vida me deu, bem mais ou menos. Uns reclamariam disso, muitos reclamam, aliás. Eu não, mas enfim, vamos continuar.



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Agora vamos pensar em alguém que recebeu essa mão pra começar a “jornada”.


Fiadapu, me fudi!!!!!”


Essa é uma péssima mão, temos que admitir. Um 2 de paus e um 7 de ouros? Péssimo. O azar bateu forte? Deus te odeia? Não, são apenas circunstâncias da vida, algo aleatório. Vamos pensar num cara que nasceu de uma mãe solteira favelada e ela jogou ele no lixo. Foi resgatado e passou seus primeiros meses no hospital. A infância? Num orfanato, nenhuma família quis adotar. E quando se tornou maior de idade, simplesmente deram um pé na bunda dele. Caiu no mundão sozinho, sem família nenhuma, provavelmente sem amigo nenhum também.


Exagero? Não. No mundo todo (ou pegue apenas o exemplo do Brasil), todos os dias, milhares de pessoas vem ao mundo nessas três situações que citei como exemplo. Um número maior de “fodidos” do que daqueles que nascem em berço de ouro, é claro. E existem muitas outras situações, muitas outras.



[Image: XP82KQr.jpg]



"Gastar hoje reclamando sobre ontem não fará com que amanhã seja melhor."


Agora só porque não veio uma bela mão na sua direção, você vai passar? Fugir? Desistir da vida? Vai dar fold e chorar?


NÃO, PORRA!


E sabe porque? Porque a vida continua sendo parecida com o poker.


Para aqueles que decidiram apostar suas fichas, independente das cartas que receberam, vão ser colocadas três cartas na mesa (Não entendeu? Você não assistiu a porra do vídeo?).


Essas três cartas que caem na mesa, chamados de flop no jogo do poker, podem mudar tudo. Na vida o mesmo ocorre. As circunstâncias podem começar extremamente bem ou extremamente mal, mas nada permanece igual para sempre, muito pelo contrário, a vida sempre traz oportunidades com o tempo, sejam elas para você se dar bem, ficar na mesma ou se dar mal.


Quer um exemplo do poker? Olhe novamente as duplas de cartas acima. Agora imagine que o flop, essas três primeiras cartas, fossem essas abaixo:



[Image: qolRvVh.png]


Ih rapaz, acho deu ruim ali pros “ricaços” do par de aces...


[Image: Fk9vvZ2.jpg]


Depois do flop, ou seja nova circunstância do jogo, a coisa mudou totalmente de figura. O cara que foi abandonado pela mãe e tinha uma mão péssima, apenas com o flop, agora tem uma trinca nas mãos (three of a kind). O cara que tinha uma mão mais ou menos (usei meu próprio exemplo) tem a chance de conseguir um flush, se mais uma das duas cartas que vierem pra mesa forem uma carta com naipe de paus. Perceba, ele tem duas cartas com naipes de paus e tem duas cartas com naipes de paus na mesa, falta apenas uma para o Flush. Caso não saia mais nenhuma carta com naipe de paus, mas saia um 6 e um 8... é mais difícil acontecer, seria um Straight, tudo pode acontecer.


E o cara/mulher que tinham recebido um par de aces? Nessa situação, eles tem apenas um par na mão, tudo bem que é o par mais poderoso dos pares, e esse par será usado com o par de setes na mesa, ou seja, os ricaços tem dois paresMas não são o suficiente para bater uma trinca. Nosso amigo fudido está ganhando o jogo nesse momento e o nosso amigo mais ou menos ainda tem chance de se dar muito bem.


Na vida, algo semelhante poderia ocorrer também, assim como nessa mão de poker. Os dois ricos vivem sem se preocupar com nada, só festejando, não estudam, começaram a se envolver com drogas. Já o cara mais ou menos, começou a tentar melhorar de vida e está caminhando devagar, mas se tiver paciência, pode chegar lá, tem boas perspectivas. Ahhh... e o cara que começou fudido na vida? Meteu a cara nos livros e foi pra uma boa universidade, está fazendo um curso que promete uma carreira muita boa. Pra quem foi jogado no lixo e agora está encaminhado numa boa universidade, já é um grande salto.


A quarta carta que cai na mesa de poker se chama Turn. Vem mais uma carta ai. Vamos continuar nossa mão imaginária.



[Image: ga1DMip.png]


Saiu um 3 de espadas. Nosso amigo fudido, continua com sua trinca, continua bem no jogo. Nosso amigo mais ou menos não conseguiu o seu Flush ainda (não saiu um naipe de paus), mas as chances de Straight continuam com a necessidade de um 6 de qualquer naipe ou um Flush com um naipe de paus.


Já os nossos amigos ricos do par de aces e setes... bom, as chances deles diminuem a cada carta que cai na mesa. Se não sair outro ás ou sete na próxima e última carta na mesa (o chamado River), eles vão dançar.


Na vida? Nosso amigo fudido e o da classe média continuam estudando, trabalhando, se desenvolvendo e melhorando a cada rodada. Já os que começaram no berço de ouro começaram a ficar viciados na farinha que cheiram nas festinhas de bacanas. A coisa está começando a sair de controle. Vamos à carta final.


[Image: zOciMS9.png]


O River foi um valete de espadas. Fim de jogo para os ricos, o cara de classe média quase conseguiu. E o vencedor dessa mão, foi o órfão, com ridículos 2 de paus e 7 de ouros.


Sim, isso acontece tanto no poker como na vida real. Quantos exemplos de filhos de empresários ricos que jogam impérios no chão? Que tal um bem local para os meus conterrâneos paulistanos, o do Luis Eulálio de Bueno Vidigal Filho? Que conseguiu acabar em poucos anos com o que um dia foi a maior fundição da América Latina, a Cobrasma. Ou que tal um cara que tinha todas as chances de se dar mal na vida e... leia a história desse cara.


O que poderíamos considerar desse resultado (do exemplo que dei) na vida real? Ficou bem claro que o coitado venceu. Se tornou doutor e virou professor numa universidade dos EUA onde vive uma vida excelente e é respeitado na sua profissão (sim, copiei o exemplo do link acima).


Os outros três jogadores, o cara de classe média e os ricos morreram? Não necessariamente. Ficaram pobres, viraram mendigos? Não necessariamente, mas eles perderam essa. A vida, vai continuar mandando cartas para todos. Pois é um jogo que começa quando você nasce e só termina quando morre.


Só existem duas diferenças entre o poker e a vida. No poker, se você não for o Big blind ou Small blind (se não entendeu, novamente, assista o vídeo) e tiver uma mão ruim, você simplesmente pode desistir sem consequências.


Na vida você sempre tem que jogar. Todos jogam, não tem como fugir de uma mão ruim. A mão que vier para você... veio. Você será obrigado a jogar com elas. Se você vai apostar alto ou baixo nelas, são outros quinhentos, mas você é OBRIGADO a enfrentar a mão.


A outra diferença é que o poker é um Zero Sum Game, ou seja, um jogo de soma zero. O que isso significa? Significa que pra alguém ganhar, será necessário alguém perder. Não existe todos ganharem, todos perderem ou empate.


A vida, por mais que você possa vir a discordar de mim nos comentários (se você discordar é porque você provavelmente tem “cartas ruins” no momento), não é um jogo de soma zero. Na vida é possível que muitos ganhem juntos, que muitos percam juntos ou que tudo fique na mesma. Assim como também acontece de alguém ter que perder para que outro ganhe.


Então qual a lição que fica desse artigo (além da pequena aula de poker)? A lição é que não importam as cartas que a vida te ofereceu, está oferecendo no momento e vai oferecer no futuro. Tente sempre fazer o melhor jogo possível com elas agora, porque mais cedo ou mais tarde mãos melhores virão. Digo isso porque eu não recebi cartas excelentes para começar o “jogo” e nos últimos anos as mãos vem cada vez melhores. No poker, assim como na vida, a “sorte” também acompanha aqueles que são competentes, que são preparados, são motivados, tem disciplina e sabem jogar.


Não fique chorando se a vida te mandou uma mão ruim, apenas continue jogando.


Artigo publicado no PFL em 20/09/2015


UPDATE: Continuo jogando poker (em ambos os sentidos) e recentemente a vida tem me mandado boas mãos. Como eu disse no fim do artigo, mesmo que as mãos iniciais não sejam as melhores no começo do seu jogo (vida), dependendo de como você jogar com essas cartas, provavelmente melhores virão no futuro.
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#2
De fato.. O mínimo que se deve fazer é se esforçar, buscar meios, se preparar, e não ser burro entendendo o texto de forma errada e apenas esperar a vida enviar boas cartas.. Do que adianta a vida enviar boas cartas se o sujeito não se mexeu ou não enxergou a oportunidade?

Mas ainda que perca oportunidade, servirá de aprendizado para não perder novamente, se houver, mas não serve para reclamar, pois isso é perda de tempo e energia.
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#3
excelente o texto.
recentemente o destino me mandou uma carta e apostei tudo nela.
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#4
Rover, puta que pariu, que foda esse texto. Cuida do meu like Joinha

Sempre tive em mente que a vida não é um caminho linear, sempre tem vários altos e baixos. 

Sua reflexão veio em um bom momento, pois ontem mesmo estava refletindo muito a respeito do meu trabalho. Confesso que depois de várias sequências de "cartas ruins" estava ficando bastante desmotivado e cada vez mais estressado.

Demorou um pouco pra entender, confesso, mas percebi que reclamar e ficar de vitimismo não adianta nada mesmo, muito pelo contrário, só piora a situação, como se você fosse o "premiado". 

Tesla disse uma vez e repito aqui: A vida não te deve nada. Ou você entra na dança ou você vai ficar para trás.

Moderação, existe uma sessão de Recomendados ? Pois esse texto aqui é um forte candidato também.
Louvado seja o SENHOR, minha rocha; ele treina minhas mãos para a guerra e dá a meus dedos habilidade para a batalha. Ele é meu aliado infalível e minha fortaleza, minha torre segura e meu libertador. Ele é meu escudo, em quem me refugio; faz as nações se sujeitarem a mim. Salmos 144:1-2

強さと名誉と尊厳
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#5
Excelente. Tome like.
Basta que o almejado ideal aconteça todos os dias para que a sonhada perfeição desapareça. 
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#6
Sou supeito a falar, jogo poker há mais de 4 anos.

Eu tenho umas ponderações a fazer...

No jogo de poker você irá receber dependendo do volume de mãos que joga várias cartas boas e ruins e portanto jogar mãos fracas como 72o e K4s são -EV na maioria das vezes.

No poker você tem o poder de escolha, porque sabe que em algum momento vem boas mãos...

Na vida um cara que sai com 72o está fadado ao fracasso (ele não pode esperar uma nova vida). Um par de AA x 72o tem 88.20% de chance de vencer. Ou seja a cada 10 indivíduos em situação parecida com o 72o apenas 1 vai se dar bem. Isso é sorte! Por tanto exceção...

Outra coisa, apenas 2,12% das vezes que você jogar o 72o você irá trincar o 2 ou o 7 até o River. Ou seja o indivíduo já está fadado ao fracasso e ainda tem que ter sorte pra trincar a mão ou seja encontrar uma boa oportunidade. Pra quem não sabe o 72o é a pior mão pré-flop que você possa receber.

Além disso é fundamental que jogue poker valendo dinheiro nem que seja uma mesa com limite de 2 reais, ninguém quer perder 2 conto. O principal benefício do jogo é aprender a ter mais controle emocional então sem jogar com dinheiro perde-se essa oportunidade.



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#7
Puta artigo! Parabéns!
Me lembrou que eu tenho que usar mais minha continha no PokerStars.

Só discordo de não envolver dinheiro. Poker não é poker se não rolar as apostinhas saudáveis. Gargalhada

Já refleti sobre isso, de como na nossa vida nós não devemos ficar dependentes das cartas que nos são dadas. Lembro que vi uma mesa certa vez, de um profissional que tinha uma consistência muito grande de vitórias, não importava as mãos. E não era que ele sempre tirava mãos boas, ele simplesmente compensava as cartas ruins com as outras habilidades, como ser muito bom nos blefes, por exemplo. Ou saber a hora exata de parar e esperar a próxima oportunidade.

No final, as cartas são apenas 50% da vida, tanto para o bem como para o mal. Os outros 50% são a bagagem que nós temos que será responsável pelo o que iremos fazer com as cartas.

"Quando se ama não se raciocina. Quando se raciocina parece que não se ama. Quando se raciocina depois de haver amado, compreende-se porque se amava. Quando se ama depois de haver raciocinado, se ama melhor. Eis aqui o sendeiro do progresso das almas." E. Levi.
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#8
Pela minha interpretação o Rover relacionou as cartas com a nossa condição de quando nascemos portanto um 72o tem que rezar pra vencer um par de Ás.

Mas se ele quis comparar as mãos com as oportunidades que temos, com certeza ele tem razão, uma hora algo de bom acontece e temos que estar preparados para extrair o máximo disso. A variância existe tanto pro rico quanto pro pobre, todos terão oportunidades de subir na vida, claro, em suas devidas proporções, um pobre conseguirá chegar num nível médio sem dúvidas e talvez rico até o final da vida. Ficar rico no auge da vida já é distorção, mas  é possível. Usei a parte financeira nesse caso como exemplo.
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#9
Update 2: Parece que muitos se ateram mais ao fato de eu não costumar jogar poker valendo dinheiro do que a mensagem real do artigo (decepcionante, mas enfim). Jesus estaria fodido se alguns de vocês fossem os discípulos dele, discípulos dos quais sempre ouviam seus ensinamentos através de parábolas.


Mas para esclarecer o assunto. Meu pai trabalhou em chão de fábrica quase 40 anos da vida dele. Viu de tudo. Viu colegas se afundarem por causa de mulher, por causa de bebida, drogas, viu cidadão arranjar briga e ser assassinado, chegou até a testemunhar um suicídio onde trabalhou. Entre outras desgraças, ele tinha esse colega de serviço que se tornou muito amigo dele. Esse cara, hoje já falecido, se perdeu com jogatina. Perdeu família, perdeu casa, perdeu tudo. Terminou numa merda de dar dó. E isso afetou meu pai. Na verdade eu olho pelo lado de que ele aprendeu uma lição sem ter que arcar com consequências nefastas.


Meu pai sempre gostou muito de jogar dominó, truco e outros jogos de baralho, damas e até tentamos explicar o xadrez pra ele, mas esse o véio não captou. Então veio o poker, ele se interessou mas de começo não queria jogar porque eu e meus irmãos sempre apostávamos dinheiro baixo como citaram. Então para que nosso velho concordasse, tiramos o dinheiro da jogada, apenas usávamos (e ainda usamos) as fichas. Ele aprendeu a jogar até razoavelmente bem. E sempre apostamos que quem ganhasse a mesa, ganharia um churrasco em casa e os outros pagariam pela carne e outras coisas. No fim, nossa diversão em família terminaria em diversão em família. Achamos uma maneira de todo mundo se beneficiar de alguma forma.

Nas outras vezes, menos frequentes, que jogo poker na casa de amigos, sempre rola os 2, 5, 10 reais. Mas também não passa disso. Poker é uma boa higiene mental e boa diversão quando se está jogando com os amigos ou familiares. Uma boa desculpa pra sentar numa mesa, contar umas piadas, rir, falar umas bostas e tomar umas cervejas, como eu disse no artigo.


Jogo nenhum de poker vai te preparar pra ter sangue frio nos negócios, posso garantir pra vocês. Eu sei bem, porque já fiz muitos negócios e voltarei em breve a fazer. E nunca usem o tal de Dan Bilzerian como exemplo aqui, afinal a fortuna daquele fanfarrão veio do papai dele dando golpes em Wall Street e não em mesas de poker como ele afirma.
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#10
Você não entendeu o que eu quis dizer mas enfim... Quanto ao teor motivacional do tópico, MUITO BOM, se as oportunidades forem iguais as cartas, devemos saber aproveitá-las ao máximo e contando com uma pitada de sorte. Mas se a carta representa você, sinto muito, um 72 está fadado ao fracasso, só a sorte salva.

Poker sem dinheiro não é poker, matematicamente falando. Quanto a quem paga o churrasco, bom isso tem dinheiro envolvido de uma forma ou de outra, então tá valendo.

Nem citei o Dan Bilzerian, e sei que o papai deu tudo porém quando citei ele em outro tópico foi pelo estilo de vida high profile, como ele tem isso já não é problema meu, se cada um é uma mão ele é um par de Ás com certeza.

Poker tem a ver mais com especulação do que com empreender em algum setor. Jogando com dinheiro você fica mais propenso a correr alguns riscos calculados, isso com certeza pode ser aplicado não só em algum negócio como em muitas situações reais onde você pode ter alguma lucratividade.

Se você criou o tópico tem que aceitar receber respostas de diferentes tipos.
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#11
Excelente texto Sr.Rover, só ainda peco nessa parte...


Citação:
Não fique chorando se a vida te mandou uma mão ruim, apenas continue jogando.


Não é questão de chorar é mais um sentimento de espírito quebrado, não sei se me entendem? Podem até ridicularizar, mas as vezes agente cansa das constantes mãos ruins.Desculpe por poluir o artigo.
A Real salva vidas!
“Train yourself to let go of everything you fear to lose.” (Yoda)
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#12
Quantas vezes você irá perder até aprender a ganhar? Muitas

Quantas vezes você irá perder jogando corretamente? Muitas

Se o sujeito se acostumar com tais condições será mais astuto e perspicaz naquilo que faz e objetiva. Isso poderia ser chamado de hipoalgia aos desafios, um condicionamento, a resiliência disciplinar que muitos precisam desenvolver.
Só Jesus salva, vá e não peques mais...
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#13
Temos o controlável e o incontrolável. Sabedoria é ser motivado e obstinado a agir perante o controlável, e ser paciente e emocionalmente inteligente para aceitar o incontrolável.

A beleza disso é saber que, ao mesmo tempo em que somos 100% responsáveis pelo resultado, temos 0% de controle sobre as variáveis. Dualidade difícil de engolir, mas necessária.
The more fucks you give, the less fucks you get. But the less fucks you give, the more fucks you get. So fuck it.
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#14
Muito boa essa reflexão.
Sempre refleti sobre esse negócio de oportunidades que surgem na vida. Depois de terminar minha vida colegial parei para pensar como muitos caras vindo de famílias ricas estão jogando seus futuros no lixo por causa de futilidades. A coisa que eu mais devo ao desenvolvimento pessoal e a Real é a de ter me acordado para a vida e feito eu ver que oportunidades não aparecem sempre e quando aparecem devemos aproveitá-las.
O homem que tenta ser bom o tempo todo está fadado à ruína entre os inúmeros outros que não são bons.
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#15
Bela colocação,eu jogo poker recreativo a 3 anos e sei a importancia das oportunidades na vida,não tenho medo ir a "ALL IN" quando vejo a oportunidade.!ABRAÇO CONFRADE.!
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#16
Excelente artigo! Mudou muito a minha visão sobre as oportunidades que a vida nos entrega
Citação:"Uma vez aprisionados num processo permanente de pagamento de contas as pessoas se tornam como pequenos hamsters correndo em suas gaiolas. Suas pequenas pernas peludas correm furiosamente, a roda gira furiosamente, mas dia vai, dia vem, elas ainda estão na mesma gaiola: grande emprego..."


Pai Rico, Pai Pobre

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#17
up nesse tópico..
Tudo oque te resta é o desenvolvimento pessoal.

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#18
up para o contador.
Basta que o almejado ideal aconteça todos os dias para que a sonhada perfeição desapareça. 
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