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[REFLEXÃO] Analfabetismo emocional em tempos de crise
#1
Completando hoje mais alguns dias de reclusão - seja ela pessoal ou profissional; seguindo um protocolo de contingência através de DECRETO Municipal e, estando sujeito a penalização de multa por estar funcionamento (...não vou entrar no mérito da questão neste momento sobre os motivos deste!), nos abstendo de trabalhar e assim como a gigantesca maioria, sentindo todos os efeitos dessa crise, há vários dias me pego pensando se de fato sabemos como lidar racionalmente com toda essa situação ou qualquer outra situação de grande impacto emocional similar.

Para minha grata surpresa, na manhã do dia de hoje, recebo de um amigo querido, um artigo feito em um site a qual também sou participante (?!) e me deparo com o seguinte material (...que mais abaixo vou transcrevê-lo!) que vai de encontro ao que supracitei e gostaria de compartilhar com todos. Aproveito neste momento para deixar uma citação minha (...em spoiler!), feita em tópico específico, como complemento de nota pessoal sobre o tema proposto a seguir.

Spoiler Revelar
(...)

“No tocante a questão desta mazela que o mundo todo está passando, se não me falhe a minha memória, até dias atrás estávamos debochando e fazendo chacota da pandemia sem qualquer preocupação com o que realmente estaria acontecendo, aliás, nós brasileiros sabemos como ninguém demonstrar nossas preocupações frente a qualquer adversidade, não é mesmo? Para uma nação que vive em torno de expectativas como novelas, futebol, sacanagem e carnaval, não poderíamos esperar algo maior do que a ignorância incrustada no nosso DNA, imagine então sobre o que chamamos de "desenvolvimento pessoal". Talvez seria prepotência da minha parte falar que nós, aqui, fazemos parte de um grupo pequeno de pessoas que realmente estão um pouco mais preocupados em alguns propósitos, pois vivemos em uma era que as pessoas apenas vivem por viver, sem qualquer objetivo.

Enfim, acredito eu no alto dos meus 40 e qualquer coisa, que é exatamente agora que mostraremos o nosso pior - o que realmente somos, porque não sabemos ser solidários e compartilhar absolutamente nada... somos egoístas ao ponto de ver quantos estarem com fome, enquanto enchemos nossos carrinhos no supermercado e, voltando para debaixo do nossos tetos, acreditamos que faremos a nossa parte só em colocar o joelho no chão para fazer uma prece hipócrita pelos necessitados - não temos a mínima noção do que faremos agora ou o que acontecerá amanhã.”

(...)

-x-

Por Maxwel Nascimento de Oliveira Trindade (Fonte original).


Em meio a pressões inesperadas, ressignificações sociais políticas, mercadológicas e conceituais são necessárias frente ao evidente analfabetismo emocional. Neste sentido, será que a Aprendizagem Significativa pode ser uma solução?

A sociedade passa hoje por um cenário completamente inesperado e inimaginável. Por meio de pressões alheias ao controle humano, ressignificações sociais, políticas, mercadológicas e conceituais são necessárias para minimizar os impactos dessas tensões. Mas será que mitigar deteriorações nos processos é o único tipo de medida a ser tomada? Por que vemos tantas pessoas preocupadas, não apenas com a saúde global, mas, principalmente, em estar sozinho consigo?

Isolamento social – por medida política ou por consequência da revolução tecnóloga – incita que reflitamos a respeito dos processos educacionais e a forma como um analfabetismo emocional está sendo propagado às crianças e aos profissionais a cada dia e a forma como isso impacta na qualidade de vida da coletividade.

Tornou-se cada vez mais comum deparar-se com explosões de raiva; impulsividade e escolhas equivocadas; emoções reprimidas; síndromes e doenças psicossomáticas e, até mesmo, a sensação de estar perdido em meio ao caos. Nos ambientes corporativos e escolares o cenário é o mesmo. Embora reconheça-se que a escola não é o único agente de instrução destas habilidades, os educadores há muito tempo preocupados com as notas baixas dos alunos em disciplinas como leitura e matemática, já relatam a existência de um outro tipo de deficiência que é ainda mais inquietante: o analfabetismo emocional. Até mesmo no silogismo de Paulo Freire, é evidente a reclamação racional da razão pelo direito às suas raízes emocionais.

Nas organizações, gradativamente, vê-se o enfoque dado às habilidades emocionais e às Soft Skills como fortes indicadores do sucesso profissional e êxito em cargos de liderança, aumentando, assim, a procura por estas competências por aqueles que anseiam aventurar-se pelo mundo dos negócios.

A Inteligência Emocional, com três modelos principais e incontáveis variações, é trabalhada por diversos autores renomados como Daniel Goleman, Salovey e John Mayer, e comumente é subdividida em cinco pilares principais:
  • Autoconsciência ou autoconhecimento, que envolve conhecer as próprias emoções e identificar um sentimento enquanto ele ocorre. É considerado a fundação da Inteligência Emocional;
  • Autocontrole, que é relativo a lidar com as emoções. Confortar-se, livrar-se da ansiedade, tristeza ou irritabilidade, que incapacitam, são exemplos de potencialidades ligadas ao autocontrole, fazendo deste pilar crucial para o brilhantismo emocional;
  • Automotivação, que refere-se a pôr as emoções a serviço de uma meta. Sendo essencial para centrar a atenção, para a automotivação e o controle, e para a criatividade;
  • Empatia, que evidencia-se no reconhecimento das emoções nos outros. “Escutar” as emoções, e os razões pelas quais a empatia gera altruísmo;
  • Destreza social, é a arte de relacionar-se, sendo, a aptidão de lidar com as emoções dos outros.
Mas nem tudo está perdido. padrões emocionais podem ser mudados!

Mas de que forma os padrões emocionais e comportamentais aprendidos podem ser reeducados?

Vale citar exemplos como a utilização de programas de SEL (Social and emotional learnings) ou “Aprendizado Social e Emocional” nos Estados Unidos em que aptidões emocionais devem ser desenvolvidas com o grau de importância muito similar às competências em matemática e linguística. Outro exemplo é a aula de Ciência do Eu no Centro de Aprendizado Nueva Lengua, que oferece um estilo de treinamento modelar em inteligência emocional em uma escola situada na mansão da família Crocker, a dinastia responsável pela fundação de um dos maiores bancos de São Francisco.

Reconhecendo o desenvolvimento humano sob os aspectos físico-motor, intelectual e afeto-emocional, a mudança de comportamento, valendo-se da lógica construtivista de Piaget, dá-se através da aprendizagem consistindo na adaptação do plano mental propiciando a alteração de estruturas cerebrais e o fortalecimento de ligações sinápticas, tendo como ponto de partida a interação do indivíduo com o ambiente físico e social. O sistema pessoal de cada indivíduo, responsável por enorme parcela de crédito no comportamento, constituído por valores, crenças, objetivos pessoais, competências e autoconceito, é modificado por experiências do presente (passado e hoje) e determina as percepções e expectativas da situação, que é composta por normas, papéis, recompensas e diversos fatores. Estes devem ser considerados em companhia do entendimento de que a arquitetura do cérebro é um dos fatores que está por trás do reaprendizado emocional e que o cérebro emocional é altamente harmonizado com simbolismos e com o que Freud chamou de “processo primário” as mensagens da metáfora, história, mito e as artes, admitindo a importância da Aprendizagem Significativa neste processo de ensino.

Esta teoria de aprendizagem atribuída a Ausubel, propõe um processo em que uma nova informação se relaciona de maneira não-aleatória e substantiva (não literal) a estrutura cognitiva do aprendiz ampliando e reconfigurando ideias já existentes na estrutura mental e com isso sendo capaz de acessar e associar novos conteúdos.

Podendo ser aplicada não apenas à alfabetização emocional, a aprendizagem significativa, difere de sua complementar - aprendizagem mecânica - amplamente usada, em que os conceitos ficam soltos ou ligados ao arranjo mental de forma fraca. Assim, com a aprendizagem significativa, novas ideias, conceitos, máximas, hipóteses e proposições podem ser aprendidos significativamente (e retidos) uma vez que outras ideias, proposições e conceitos, especificamente relevantes e inclusivos, estejam adequadamente claros e disponíveis na estrutura cognitiva do indivíduo e funcionam como ponto de ancoragem – que é a associação de reações internas com algum gatilho externo para que possa acessar, prontamente, esta reação/informação de novo.

Por sorte, em meio à Revolução 4.0, com a incorporação de tecnologias como gamificação e inteligência artificial no tecido social, matemática e linguagens podem ser facilmente ensinadas por plataformas/ softwares como feito pela Jovens Gênios ou o Duolingo por variações de modelos de aprendizagem significativa.

Enquanto isso, cabe a sociedade o estímulo de ações que valorizem à Aprendizagem Significativa, abrindo espaço para o desenvolvimento de competências emocionais possibilitando mais que a perpetuação de um pensamento funcional positivista prejudicial ao indivíduo e a coletividade, mas principalmente a criação de um propósito em meio a todo esse turbilhão de emoções.

-x-

Forte abraço!
"Fiat justitia, et pereat mundus..."
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#2
O analfabetismo emocional atingiu a Venezuela tb, menos o Oscar Perez e alguns patriotas.

Infelizmente os cidadãos não conseguiram se organizar contra as tropas do Estado em transição Comunista. Pode-se aprender muito com os erros de Perez. A tropas Estaduais ou provincianas não aderiram a defesa da pátria e acabou sendo encurralado, se ele tivesse sido mais agressivo belicamente poderia ter avançado e cooptado a moral dos autômatos covardes militares que nada fizeram pela defesa daquele país, o respeito e a liderança militar é imposto por atos de bravura e coragem, a honra ilumina os demais quando a causa é justa.



[Image: oscar-perez-kfvf-u40200540856qzc-575x323el-correo.jpg]





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Só Jesus salva, vá e não peques mais...
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#3
A não identificação com a mente, ou seja, com as nossas manias e desejos, é o primeiro passo no "alfabetismo" emocional. Controle emocional e empatia começam a florescer a a partir do momento que você não é mais arrastado pelos seus pensamentos compulsivos (ou emoções), quando se coloca como observador e não como ator.

Essa falta de interação com o "meio" acontece porque os seres humanos são ensinados a se fixarem completamente nas suas ideias e pensamentos, ou seja, em um mundo imaginário que só existe NA NOSSA MENTE. Só o nosso mundo importa, só os nossos drams, medos, vontades, etc. Isso cira uma barreira entre ser humano e realidade que acaba transformando todos em criaturas sem vontade própria que não conseguem controlar vontades e emoções. O medo (e seus derivados como ansiedade, depressão, compulsão, etc) é uma consequência certa num cenário destes, pois toda hora sentimos que a nossa "identidade" (que só existe na nossa mente) está ameaçada, por isso todo tipo de atrocidade é feito. Nós acreditamos que o nosso pensamento sobre as coisas correspondem ao Ser verdadeiro. Por isso há essa falta de empatia e essa tendência a comportamentos destrutivos, pois simplesmente somo arrastados pelos estados emocionais - originários dos pensamentos - que são instáveis e mudam constantemente. Mas se sabe a muitos milênios que os nossos pensamentos não correspondem a realidade, são apenas reflexos influenciados por símbolos e formas de observar o mundo que aprendemos desde antes de nascer.

Conforme escrito acima texto a autoconsciência é a chave de desencadeia todos os outros ponto, perceber que há um observador além da nossa mente que não se fixa as ideias e impressões que temos. Significa entender que nossos pensamentos não correspondem a realidade das coisas, são ilusões.
"Compreendi o tormento cruciante do sobrevivente da guerra, a sensação de traição e covardia experimentada por aqueles que ainda se agarram à vida quando seus camaradas já dela se soltaram."  (Xeones para o rei Xerxes)

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