Avaliação do Tópico:
  • 0 Voto(s) - 0 em Média
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
Reconstruir desapaixonadamente
#1
RECONSTRUIR DESAPAIXONADAMENTE
As experiências pelas quais passamos são as origens de grande parte dos conhecimentos que temos hoje. No entanto, é interessante que notemos o fato de uma única situação gerar aprendizados diferentes ou de até mesmo nem gerá-los, dependendo da interpretação de quem os avalia.

[Image: reconstruir-1-300x296.jpg]

O aprendizado a partir de experiências exige visões de vários ângulos. Na maioria das vezes, nós as avaliamos ampliando os seus detalhes e nos esquecemos do quadro completo; e essa visão microscópica acaba por nos reservar a apenas uma parcela da grande quantidade de conhecimento disponível. Uma das grandes falsas verdades difundidas por aí é de que devemos avaliar o nosso passado centrados apenas em nós mesmos. Isto está errado.

Veja que o objetivo dessa análise do passado é de fato, o nosso desenvolvimento. E talvez seja por esse fim que muitas pessoas julgam que devemos avaliar apenas a nós mesmos. Entretanto, na maioria das circunstâncias em avaliação você não estava sozinho, mas sim participando de um processo de interação. É como se você avaliasse uma negociação com base apenas no que você fez, e não no que sua contra-parte fez ou no que aconteceu no decorrer do processo.

Quando você interage com outra pessoa, como em uma entrevista de emprego, o que por fim se desenrola é um conjunto de decisões de cada parte, não apenas de uma. Geralmente, muitos tem a tendência de julgarem seus comportamentos após participarem de alguma espécie de tomada de decisão. Estes saem de lá se perguntando a si mesmos "Como eu me sai?" ao invés de "Onde nós terminamos e como foi que nós chegamos aí?".

Observe como a segunda pergunta nos permite focar mais em nossa interação, e não restritamente no que fizemos, como faz a primeira pergunta. Isso é importante porque muitas das coisas que fizemos ao longo de uma interação podem aparentar ter um significado ruim se as analisarmos isoladamente, ainda que tenham sido decisivos para uma benéfica continuidade da interação naquele momento. Avaliando a interação você consegue observar como o processo se desenrola e poderá, com mais exatidão, observar quais foram os seus comportamentos negativos, quais foram os positivos, e quais precisam ser aprimorados. A autocrítica precisa ser domesticada para que ela consiga nos proporcionar a evolução.

Muitos se utilizam da autocrítica como ferramenta de juízo sobre si mesmos. Embora isso esteja correto, muitos fazem isso de forma errada. Antes de avaliar algum episódio, você deve reconstruir desapaixonadamente - e não julgar - o acontecimento. Situe-se como um expectador, avalie a conduta da outra pessoa e a situação. O início foi amigável, hostil ou algo no meio disso? Como vocês estruturaram a tarefa que tinham de cumprir? Haviam pontos de transição em que o processo poderia ter tomado um rumo diferente? Foram quebras ou avanços? O que os provocou e como vocês lidaram com isso? O que levou ao estabelecimento do acordo? Foi o que vocês previam? Se não, você poderia ter planejado isso?

Somente depois de avaliar os fatos você deve passar a avaliar o seu desempenho. O que você fez que funcionou bem? Se você conseguiu lidar com uma conversa desrespeitosa ou conseguiu encontrar uma solução inteligente, tenha essas técnicas em mente para acontecimentos futuros. Avalie também o que possibilitou que você agisse de forma eficiente: uma boa preparação, inteligência emocional ou uma combinação dos dois? Enfim, construir essa base o ajudará a encarar outros desafios.

Uma outra pergunta que deve ser feita a si mesmo: O que eu faria de diferente? Encontrar respostas para essa pergunta é uma tarefa importante, independente se você está em uma enrascada ou se está conseguindo alguns resultados com a interação. Você poderá descobrir como poderia solucionar essa enrascada antes dela ser formada ou o que aconteceria se você tivesse exigido um pouco mais, caso já tivesse obtido alguns resultados. Quando alguma situação semelhante se repetir no futuro, talvez você já possua soluções criativas e consiga melhores ganhos com isso.

Não se esqueça de avaliar de modo semelhante a pessoa que você acabou de encontrar. O que ela fez bem e o que ela poderia ter feito melhor? Leve em conta a percepção dela sobre você, pois isso pode a ter influenciado nas atitudes e comportamentos. No fim das contas, se você notar que não teve um bom resultado, terá aprendido muito sobre si mesmo e sobre a interação da qual fez parte.

Eu recomendo a você que faça revisões sobre as suas atitudes em um período considerável, como um ano, por exemplo. Se você fazer anotações sobre suas avaliações do passado, poderá ter grandes surpresas. O fato de você sempre chegar a um acordo pode significar, por exemplo, que você é pouco exigente. Nessas anotações, procure por padrões, verifique os seus pontos fracos e o quanto você evolui no período. E lembre-se que o objetivo disso tudo é o desenvolvimento, e não lamentações.
Em tudo dai graças.

Responda-o
#2
Os nossos sentidos de certa forma nos "cegam" e nos levam a idéia errada de que a realidade e apenas como percebemos. Por isso algumas vezes saímos de uma entrevista de emprego achando que arrebentamos, mas no final das contas não somos convocados para vaga.

Um pouco de autocrítica sempre ajuda. Na medida do possivel procuro ver as coisas "por fora" como um espectador. Tento enxergar comportamentos errados em mim, que eu vejo nos outros.
Pedi, e vos será concedido; buscai, e encontrareis; batei, e a porta será aberta para vós.
Responda-o
#3
(26-01-2017, 08:26 PM)Monarca Escreveu: RECONSTRUIR DESAPAIXONADAMENTE
As experiências pelas quais passamos são as origens de grande parte dos conhecimentos que temos hoje. No entanto, é interessante que notemos o fato de uma única situação gerar aprendizados diferentes ou de até mesmo nem gerá-los, dependendo da interpretação de quem os avalia. 

Interessante.
Responda-o


Pular fórum:


Usuários visualizando este tópico: 1 Visitante(s)