24-07-2016, 02:34 PM
(Esta publicação foi modificada pela última vez: 06-10-2016, 01:11 PM por Mandrake.)
Muitas pessoas irão “torcer o nariz” ao ler o título desta reflexão. Fazem-no porque não compreendem a amplitude e o significado que o estado de apaixonamento tem dentro de si mesmos, muito menos os seus efeitos nefastos.
As suas visões românticas e, portanto, distorcidas acerca da realidade e da vida, impedem-nos de ver a verdadeira essência do mundo que os rodeia e como tal, não conseguem ver as coisas, tal como elas são, mas somente, como gostariam que elas fossem. Preferem adaptar a realidade às suas crenças e ver o mundo com o filtro das suas convicções e crenças pessoais. Há quem passe uma vida inteira a acreditar que “um dia irá vencer” por ajuda divina; e morre muitas vezes com essa crença sem que nada demais tenha acontecido. É pouco provável que a Natureza suspenda as suas leis naturais para beneficio pontual de um determinado ser humano.
Para muitas pessoas, não se deter em romantismos e paixões, recusando-os, é assumir uma postura sórdida, desumana e até vil: tal pensamento é um perfeito disparate e nada tem de coerente, quando meditamos sobre ele. É assim, desta forma inepta e totalmente desprovida de sentido, que brotam todas as crenças, visões politicas polarizadas (romantizadas) e todos os dogmas raciais, culturais e demais obsessões doentias sobre tudo, e que tanto dano causa à mente humana.
Gostamos de acreditar que a nossa visão politica é a melhor, que a nossa religião e os nossos deuses são os verdadeiros e que a nossa raça e cultura é a melhor: é desta forma que o imbecil pensa. A paixão aliada ao desconhecimento, resulta em crenças infundada e leva à ignorância e ao desvirtuamento da realidade. Em simetria com este fato, está o perigo de nos extremarmos definitivamente em posições fixas de opinião, tal é a força da adoração que o seu objecto de culto pode exercer sobre si. Refiro-me à paixão no sentido iato e não num sentido específico.
A paixão não é inerentemente boa ou má e ainda que, eu afirme que ela distorce a leitura que fazemos sobre o mundo. Devo dizer a bem da verdade que a vida sem paixão (no sentido da determinação racional e não da adoração egocêntrica) seria um erro, já que são as paixões e os desejos que fazem as pessoas se moverem e fazem o mundo pulsar e avançar. Um cientista terá de ser um apaixonado pelas ideias que têm ou não terá impulso para as concretizar. Terá de ter a visão e apaixonar-se por essa visão, para que então, possa desenvolver a sua tese e materializar o seu pensamento. Em todo o caso, a paixão, pode ser igualmente destrutiva e penosa. Em grande parte dos casos assim o é: aí estão os inúmeros casos de quebra amorosa, passional e romântica que tantas pessoas leva ao suicídio, para confirmar a minha hipótese.
A paixão e os desejos estão interligados à condição humana. Eles fazem parte da vida e estão por todo o lado e ao “virar da esquina”. Como tal, a minha proposta vai no sentido, não de nos opormos gratuitamente a isso (de forma ingénua como muitos o fazem), mas de nos submetermos ao estudo dos seus efeitos, compreendendo e dissecando os seus mecanismos mais elaborados e subterfúgios mais recônditos.
Devemo-nos abster de ser submetidos por eles, por meio da aquisição de novos conhecimentos e aprendendo a movimentar-nos na sua corrente magnética de forma lúcida e orientada, sempre para o beneficio do ser e da comunidade. Abstenhamo-nos de a classificar em termos de convenções pré-estabelecidas de “certo” ou “errado” e sejamos capazes de entender e aplicar à singularidade da paixão e do desejo a cada momento; examinando-a friamente.
A paixão a que me irei referir, é à paixão não esclarecida, impulsiva, inconsciente, avassaladora, colérica, irrefletida, insensata, precipitada, irresponsável e corrompida.
Assim…
A paixão é uma clara tendência para o absurdo. É algo que se exagera por si só. É uma atração progressiva e exponencial que se instala obstinadamente no seio do espírito da pessoa, convertendo-a num seguidor sem poder próprio. A paixão passa então a ser o seu “centro de tudo”, comandando-o. Ela exerce domínio sobre a pessoa e sobre as suas vontades, assim como a dos demais (por influência fascinatória). É através deste estado alterado de consciência que se dá aquilo a que se chama: fascinação hipnótica. Esta, turva a razão e a lógica em detrimento da emoção: eis a paixão no seu estado mais integral.
As pessoas em geral, levam somente em conta como preocupantes, aqueles estados de fascinação óbvios em que não há margem para dúvidas e onde as emoções e os sentimentos se exaltam contundentemente. Todavia, a maior parte dos estados de fascinação são sutis e como tal, impercetíveis à mente humana comum. O estado de apaixonamento é uma das debilidades espirituais mais recorrentes e destrutivas no ser humano.
O estado de apaixonamento é uma deturpação no seio da cognição da pessoa e é ela a responsável pela abrupta incapacidade de interpretação da realidade, daquele pelo qual atua a ação fascinante. Podemos sentir emoções e sensações de forma positiva, quando a origens destas, são definitivas e finais. Um jogador profissional de um determinado desporto pode emocionar-se por ter conquistado um título e deve desfrutar desse momento porque esse momento é definitivo. O titulo é dele(a)! Muito diferente daquele que se deixa levar por vislumbres fugazes de atenção momentânea não definitiva, como são as promessas feitas por terceiros. (ex: promessas de amor, promessas de ajuda, promessas de contribuição).
Todo o Homem se deve deixar fascinar por subir ao cume de uma enorme montanha e contemplar o topo do mundo. Ele deve, porém, evitar a fascinação inferior, oriunda da promessa, da vaidade e da palavra enganadora dos homens. Por forma a resistir à fascinação e à paixão, deve o iniciado submeter-se às disciplinas interiores de aquietação da alma que requerem, primeiro que tudo, uma submissão ao estudo, à reflexão e ao silêncio. Torna-se essencial uma certa desvinculação de laços afetivos sobre o objeto de cobiça por meio reflexão e apaziguamento interior.
Todos nós, estamos sujeitos à manipulação, à dominação, ao engano e à mentira. Mas apenas aqueles que desarticulam o ego por meio de compreensão e nada desejam para si, nada cobiçam e nada querem, poderão sair ilesos de tais intentos e considerar-se, eles mesmos, como seres livres. Aquele que se diz “dono e senhor” de si mesmo, mas ao mesmo tempo, se deixa influenciar emocionalmente pelas circunstâncias e por terceiros, é um tolo, um fanfarrão que falha de forma cabal naquilo que é mais fundamental em todo este processo: a identificação da sua própria condição. Por outras palavras, um doente apenas se pode tratar se reconhecer que está doente e então, procurar ajuda.
Reconhecer a própria condição de idiota é o primeiro passo para deixar de o ser, mas a larga maioria rejeita isso. Sente um profundo incómodo nisso, porque o seu ego assim o adverte. Por essa razão, não evolui, é manipulado e sofre. É absolutamente necessário resistir às influências fascinadoras, sejam elas quais forem, por forma a manter a independência do pensamento. Essas influências consistem na identificação de nós mesmos para com os objetos e acontecimentos exteriores.
A paixão é uma forma de demência porque ela é ativada por agentes exteriores ao ser. Requer a presença ou a possessão do objeto de cobiça e, portanto, é um problema grave para quem dela padece. A essência dos estados apaixonatórios consiste na necessidade de estar perto, de possuir, de controlar, de se deter em contemplação. Como tal, o agente passivo (apaixonado) não é capaz de suportar a ausência daquilo que adora. O seu objeto de paixão, é sempre tido como superior, ainda que muitas das vezes assim não pareça. Os maridos controladores, as esposas ciumentas e os lideres opressores do mundo, todos são movidos por suas paixões (e inseguranças).
Dos seus objetos de culto, exigem a adoração constante e devoção, e essa é a sua fraqueza e o meio pelo qual, os manipuladores podem atuar. Sexo, riqueza, poder, status, vaidade, são algumas das paixões (desejos) pelos quais podemos ser submetidos por alguém a estados de devoção. Um exemplo disso é o homem que não consegue resistir ao pedido de ajuda de uma bela mulher, de voz doce, meiga e algo libidinosa, da mesma forma que a mulher não consegue resistir ao fascínio da proposta de um homem seguro, bem-sucedido e elegante, para um jantar a dois num dos melhores restaurantes da cidade e indo buscá-la a casa no seu aparatoso, Ferrari.
Faça a seguinte pergunta a si mesmo(a): “Quais são os desejos mais intensos e vigorosos que possuo?”
A resposta sincera a esta questão irá revelar o meio pelo qual a sua vontade pode ser conquistada e manipulada, transformando-o num servo. Lembre-se; “não existem vagabundos encantados, apenas príncipes.”
As suas visões românticas e, portanto, distorcidas acerca da realidade e da vida, impedem-nos de ver a verdadeira essência do mundo que os rodeia e como tal, não conseguem ver as coisas, tal como elas são, mas somente, como gostariam que elas fossem. Preferem adaptar a realidade às suas crenças e ver o mundo com o filtro das suas convicções e crenças pessoais. Há quem passe uma vida inteira a acreditar que “um dia irá vencer” por ajuda divina; e morre muitas vezes com essa crença sem que nada demais tenha acontecido. É pouco provável que a Natureza suspenda as suas leis naturais para beneficio pontual de um determinado ser humano.
Para muitas pessoas, não se deter em romantismos e paixões, recusando-os, é assumir uma postura sórdida, desumana e até vil: tal pensamento é um perfeito disparate e nada tem de coerente, quando meditamos sobre ele. É assim, desta forma inepta e totalmente desprovida de sentido, que brotam todas as crenças, visões politicas polarizadas (romantizadas) e todos os dogmas raciais, culturais e demais obsessões doentias sobre tudo, e que tanto dano causa à mente humana.
Gostamos de acreditar que a nossa visão politica é a melhor, que a nossa religião e os nossos deuses são os verdadeiros e que a nossa raça e cultura é a melhor: é desta forma que o imbecil pensa. A paixão aliada ao desconhecimento, resulta em crenças infundada e leva à ignorância e ao desvirtuamento da realidade. Em simetria com este fato, está o perigo de nos extremarmos definitivamente em posições fixas de opinião, tal é a força da adoração que o seu objecto de culto pode exercer sobre si. Refiro-me à paixão no sentido iato e não num sentido específico.
A paixão não é inerentemente boa ou má e ainda que, eu afirme que ela distorce a leitura que fazemos sobre o mundo. Devo dizer a bem da verdade que a vida sem paixão (no sentido da determinação racional e não da adoração egocêntrica) seria um erro, já que são as paixões e os desejos que fazem as pessoas se moverem e fazem o mundo pulsar e avançar. Um cientista terá de ser um apaixonado pelas ideias que têm ou não terá impulso para as concretizar. Terá de ter a visão e apaixonar-se por essa visão, para que então, possa desenvolver a sua tese e materializar o seu pensamento. Em todo o caso, a paixão, pode ser igualmente destrutiva e penosa. Em grande parte dos casos assim o é: aí estão os inúmeros casos de quebra amorosa, passional e romântica que tantas pessoas leva ao suicídio, para confirmar a minha hipótese.
A paixão e os desejos estão interligados à condição humana. Eles fazem parte da vida e estão por todo o lado e ao “virar da esquina”. Como tal, a minha proposta vai no sentido, não de nos opormos gratuitamente a isso (de forma ingénua como muitos o fazem), mas de nos submetermos ao estudo dos seus efeitos, compreendendo e dissecando os seus mecanismos mais elaborados e subterfúgios mais recônditos.
Devemo-nos abster de ser submetidos por eles, por meio da aquisição de novos conhecimentos e aprendendo a movimentar-nos na sua corrente magnética de forma lúcida e orientada, sempre para o beneficio do ser e da comunidade. Abstenhamo-nos de a classificar em termos de convenções pré-estabelecidas de “certo” ou “errado” e sejamos capazes de entender e aplicar à singularidade da paixão e do desejo a cada momento; examinando-a friamente.
A paixão a que me irei referir, é à paixão não esclarecida, impulsiva, inconsciente, avassaladora, colérica, irrefletida, insensata, precipitada, irresponsável e corrompida.
Assim…
A paixão é uma clara tendência para o absurdo. É algo que se exagera por si só. É uma atração progressiva e exponencial que se instala obstinadamente no seio do espírito da pessoa, convertendo-a num seguidor sem poder próprio. A paixão passa então a ser o seu “centro de tudo”, comandando-o. Ela exerce domínio sobre a pessoa e sobre as suas vontades, assim como a dos demais (por influência fascinatória). É através deste estado alterado de consciência que se dá aquilo a que se chama: fascinação hipnótica. Esta, turva a razão e a lógica em detrimento da emoção: eis a paixão no seu estado mais integral.
As pessoas em geral, levam somente em conta como preocupantes, aqueles estados de fascinação óbvios em que não há margem para dúvidas e onde as emoções e os sentimentos se exaltam contundentemente. Todavia, a maior parte dos estados de fascinação são sutis e como tal, impercetíveis à mente humana comum. O estado de apaixonamento é uma das debilidades espirituais mais recorrentes e destrutivas no ser humano.
O estado de apaixonamento é uma deturpação no seio da cognição da pessoa e é ela a responsável pela abrupta incapacidade de interpretação da realidade, daquele pelo qual atua a ação fascinante. Podemos sentir emoções e sensações de forma positiva, quando a origens destas, são definitivas e finais. Um jogador profissional de um determinado desporto pode emocionar-se por ter conquistado um título e deve desfrutar desse momento porque esse momento é definitivo. O titulo é dele(a)! Muito diferente daquele que se deixa levar por vislumbres fugazes de atenção momentânea não definitiva, como são as promessas feitas por terceiros. (ex: promessas de amor, promessas de ajuda, promessas de contribuição).
Todo o Homem se deve deixar fascinar por subir ao cume de uma enorme montanha e contemplar o topo do mundo. Ele deve, porém, evitar a fascinação inferior, oriunda da promessa, da vaidade e da palavra enganadora dos homens. Por forma a resistir à fascinação e à paixão, deve o iniciado submeter-se às disciplinas interiores de aquietação da alma que requerem, primeiro que tudo, uma submissão ao estudo, à reflexão e ao silêncio. Torna-se essencial uma certa desvinculação de laços afetivos sobre o objeto de cobiça por meio reflexão e apaziguamento interior.
Todos nós, estamos sujeitos à manipulação, à dominação, ao engano e à mentira. Mas apenas aqueles que desarticulam o ego por meio de compreensão e nada desejam para si, nada cobiçam e nada querem, poderão sair ilesos de tais intentos e considerar-se, eles mesmos, como seres livres. Aquele que se diz “dono e senhor” de si mesmo, mas ao mesmo tempo, se deixa influenciar emocionalmente pelas circunstâncias e por terceiros, é um tolo, um fanfarrão que falha de forma cabal naquilo que é mais fundamental em todo este processo: a identificação da sua própria condição. Por outras palavras, um doente apenas se pode tratar se reconhecer que está doente e então, procurar ajuda.
Reconhecer a própria condição de idiota é o primeiro passo para deixar de o ser, mas a larga maioria rejeita isso. Sente um profundo incómodo nisso, porque o seu ego assim o adverte. Por essa razão, não evolui, é manipulado e sofre. É absolutamente necessário resistir às influências fascinadoras, sejam elas quais forem, por forma a manter a independência do pensamento. Essas influências consistem na identificação de nós mesmos para com os objetos e acontecimentos exteriores.
A paixão é uma forma de demência porque ela é ativada por agentes exteriores ao ser. Requer a presença ou a possessão do objeto de cobiça e, portanto, é um problema grave para quem dela padece. A essência dos estados apaixonatórios consiste na necessidade de estar perto, de possuir, de controlar, de se deter em contemplação. Como tal, o agente passivo (apaixonado) não é capaz de suportar a ausência daquilo que adora. O seu objeto de paixão, é sempre tido como superior, ainda que muitas das vezes assim não pareça. Os maridos controladores, as esposas ciumentas e os lideres opressores do mundo, todos são movidos por suas paixões (e inseguranças).
Dos seus objetos de culto, exigem a adoração constante e devoção, e essa é a sua fraqueza e o meio pelo qual, os manipuladores podem atuar. Sexo, riqueza, poder, status, vaidade, são algumas das paixões (desejos) pelos quais podemos ser submetidos por alguém a estados de devoção. Um exemplo disso é o homem que não consegue resistir ao pedido de ajuda de uma bela mulher, de voz doce, meiga e algo libidinosa, da mesma forma que a mulher não consegue resistir ao fascínio da proposta de um homem seguro, bem-sucedido e elegante, para um jantar a dois num dos melhores restaurantes da cidade e indo buscá-la a casa no seu aparatoso, Ferrari.
Faça a seguinte pergunta a si mesmo(a): “Quais são os desejos mais intensos e vigorosos que possuo?”
A resposta sincera a esta questão irá revelar o meio pelo qual a sua vontade pode ser conquistada e manipulada, transformando-o num servo. Lembre-se; “não existem vagabundos encantados, apenas príncipes.”
"Os únicos homens que possuem uma visão romanceada e idealista das mulheres são aqueles que tiveram poucas experiências em sua vida. Os demais, adquirem uma postura realista e não caem nas artimanhas."