07-08-2018, 04:43 PM
Quero compartilhar com vocês uma experiência pessoal.
Não vou falar aqui sobre a questão médica e científica. É apenas algumas considerações, apartir do meu próprio ponto de vista e experiência, sobre a ansiedade e a síndrome do pânico.
Recém formado, fui morar em Belo Horizonte. Era meu primeiro emprego, e após estar um ano na empresa, fui promovido à outro setor.
Lá tinha um chefe bem FDP. O cara no primeiro dia que cheguei, me disse que, pra eu ficar ali, teria que já chegar demitindo uma pessoa da minha futura equipe. Ou seja, já tive que demitir alguém no meu primeiro dia.
Estava aprendendo o trabalho, mas o cara não tinha paciência. Logo no início o chefe FDP já me chamava atenção na frente de todo mundo, me esculachando e até denegrindo em alguns momentos.
Aquilo estava me matando. Aquela humilhação toda era foda. Mas eu não tinha muita experiência de vida nem profissional para sair daquela condição de ASSÉDIO MORAL.
Eu chegava em casa estressado. Revoltado com tudo aquilo. Consegui conviver com isso por quase um ano.
Uma noite, eu estava fazendo o imposto de renda para meu futuro sogro. Minha namorada estava junto. De repente fiquei cego e não conseguia falar nada. O coração disparava. A ambulância veio logo em seguida e fui levado ao hospital. Lembro de ter apenas conseguido ligar pra casa pra despedir de minha família.
Após os exames, eu não tinha nada. Era tudo emocional.
Meu emocional ficou destruído. Precisei de ficar quatro dias em casa até conseguir criar coragem e entrar num ônibus pra voltar pra minha cidade e me cuidar.
Depois disso, passei a analisar tudo que me levou à aquela situação. Entendi que precisava mudar algumas coisas da minha personalidade e da forma de ver as coisas, se eu quisesse ter uma vida mais feliz.
Recentemente, presenciei isso novamente. Tem um sujeito esquisito no meu ambiente de trabalho (serviço público), ele também é concursado. O cara tem a ousadia de cometer assédio moral com tudo mundo. Eu já havia presenciado ele fazer isso até com minha chefe (ele é subordinado dela). E por incrível que pareça, no meu ambiente de trabalho esse cara nunca sofreu nenhuma retaliação por isso. Há uns 3 meses ele veio pra cima de mim. Eu logo disse na cara dele que ele é maluco e precisa de ajuda psiquiátrica. Detalhe: ninguém da chefia estava presente quando ele fez isso. Ele não é bobo.
Dei as costas pro maluco e fui pra casa. Liguei para a diretora e o secretário da pasta comunicando o ocorrido. No dia seguinte, numa conversa pessoal, eu avise minha chefia que aquilo era inaceitável. E como ninguém tomava medidas contra o cidadão, eu mesmo sairia do setor.
Pra mim foi um alívio. Modéstia à parte, sempre trabalhei bem e já tinha convites para ir para outro setor. E fui. Simples assim.
Sobre essa experiência, gostaria de deixar algumas considerações:
Nunca se permita viver algo parecido com isso. Assédio moral é crime. Na primeira tentativa, tenha presença de espírito e coragem para enfrentar seu opositor e deixar bem claro que você não vai abaixar a cabeça e muito menos aceitar isso.
Evite trabalhar com pessoas ou ambientes tóxicos. Tente ir para outro setor ou até mesmo empresa, se caso essa situação de assédio moral for tolerada dentro do seu ambiente de trabalho. Tem empresas e chefes que nada fazem a respeito.
Conheça seus limites. Em busca do progresso e crescimento financeiro, às vezes nos colocamos em situações insustentáveis no longo prazo. Tenha a humildade de reconhecer suas limitações e até onde você aguenta.
Analise sua vida. Se estiver vivendo uma vida pesada demais, com um fardo pesado demais, procure torná-la mais leve. Mais vale levar uma vida mais simples, mas com paz e saúde, do que uma vida estressada cheia de problemas.
Faça exercícios, ao menos caminhadas para melhorar sua saúde.
Cuide da sua espiritualidade. Nos momentos mais críticos sempre lembramos de Deus. Melhor lembrar antes desses momentos.
O segredo para evitar ansiedade e pânico é levar uma vida mais leve, mais simples, mais tranquila, reconhecendo seus limites e não colocando fardos que você não consegue aguentar. Veja, isso não significa que você precisa desistir na primeira dificuldade ou que não precise ter resiliência diante dos obstáculos. O que estou dizendo é que, obstáculos maiores exigem uma maturidade maior e um emocional mais desenvolvido. Busque isso de forma constante pra sua vida, e em algum tempo você será a pessoa a ser chamada para cuidar dos casos de maior responsabilidade, sem que isso pese pra você.
Tenha metas e objetivos. Mas não se cobre a ponto de ser seu próprio carrasco.
Aprender a tocar o foda-se é questão de sobrevivência.
Não leve a vida e as pessoas tão à sério. Aprenda a rir mais das coisas. Poucas coisas farão diferença daqui a 100 anos.
"Homem Marmito"® is trademark of Marmito Man Corporation ™