10-06-2018, 12:44 AM
20. Textos complementares
Contradição telefônica
A mulher que fornece um número de telefone mas rejeita as ligações que fazemos, chegando às vezes a dizer que a estamos perseguindo (“Ai! Esse cara só fica no meu pé!”), parece estar desejando experimentar as emoções intensas de um desmascaramento e querendo que “ralhemos” com ela.
A lógica do mercado afetivo-sexual
A lógica da atração sexual é tão ridícula quanto a lógica de mercado e idêntica à mesma. Quanto mais bela e voluptuosa for uma mulher, tanto mais valorizada será. Quanto mais destacado socialmente for um homem, tanto mais valorizado será. As virtudes interiores e o desenvolvimento espiritual não valem um centavo e não estimulam a sexualidade de forma alguma.
A espertinha sabe que possui uma mercadoria valiosa (o corpo e o carinho) e não está disposta a dá-la de graça para ninguém. Exige um pagamento e tenta elevar o preço do objeto cobiçado ao extremo, manipulando a mente e o desejo dos pretendentes. Ela se esquece, entretanto, que também possui necessidades e que alguns homens possuem exatamente aquilo que ela precisa. Comunicar que a aceitamos, ao invés de comunicar que a desejamos, nos ajudará a inverter a lógica da perseguição.
De acordo com a lógica do mercado, e portanto também do ridículo “amor”, um objeto valioso confere superioridade a quem o possui e inferioridade a quem não o possui. Quem possui o objeto valioso dita as regras e faz exigências a quem o deseja. Como as mulheres não gostam dos homens sexualmente na mesma proporção em que os homens gostam das mulheres, resulta então que são muito desejadas mas desejam pouco. Elas não nos desejam tanto quanto nós as desejamos, o que nos confere inferioridade e uma posição desfavorável na guerra da paixão. É por isso que nos manipulam e nos escravizam desde a pré-história.
O destaque positivo
O desejo feminino é violentamente ativado pelo destaque positivo (leia-se: não ridículo) do homem em círculos sociais marcados fortemente pela presença feminina. Em outras palavras: elas querem aqueles que as outras mulheres, principalmente as rivais altamente desejáveis, querem. O homem que causa impacto e admiração em círculos femininos é perseguido e assediado. Para que uma mulher chegue ao ponto de assediar e perseguir um homem, ela deve acreditar que outras mulheres, preferencialmente muito bonitas e voluptuosas, também o percebem e desejam. Este é o motivo pelo qual as mulheres não se jogam aos pés dos filósofos: o intelecto costuma despertar admiração somente em homens ou em mulheres muito pouco atraentes.
O ímpeto persecutório feminino não é, portanto, desencadeado pelo homem em si mas sim pelo que acham e sentem a coletividade das mulheres. No mundo delas, nós não existimos e somos secundários mesmo quando somos perseguidos. Como escreveu Esther Vilar, no mundo das mulheres apenas existem outras mulheres.
A perseguição será desencadeada quando o homem se destacar dentre os demais homens, aparecendo e fazendo-se notar mais do que os seus iguais. O homem assediado está no topo da hierarquia dos machos, hierarquia esta que pode ser definida sob múltiplos critérios. Elas querem aqueles que aparecem e não aqueles que ninguém vê. A razão é simplesmente uma vaidade egoísta: fazer inveja às outras mulheres.
Ceticismo constante
O ceticismo constante com relação a tudo de bom que nos é oferecido pelas mulheres nos protege contra surpresas desagradáveis. O ceticismo permite que nos mantenhamos atentos contra as traiçoeiras reações negativas que costumam acompanhar as sinalizações favoráveis.
O desaparecimento súbito
O mau gosto, que algumas damas possuem, de desaparecer repentinamente justamente no momento em que mais queremos que elas estejam conosco (às vezes para sempre) se deve a múltiplos motivos e a variados sentimentos. As principais causas possíveis podem ser: 1) a interferência de um outro homem;
2) a nossa má performance sexual;
3) a satisfação plena do desejo de continuidade;
4) uma desesperada tentativa de “virar o barco”.
Desconcertado, o homem geralmente se pergunta o que a espertinha deve estar sentindo à distância e o que sentiu para abandoná-lo. No primeiro caso, o sentimento propulsor do abandono terá sido o apaixonamento pelo rival, o qual provavelmente será mais imprestável do que nós. No segundo caso, será a decepção por não termos adotado uma performance sexual marcante (leia-se sexo intenso e selvagem). No terceiro, o sentimento de bem estar, proporcionado pela exagerada segurança. No quarto, o contrário: a exagerada insegurança por causa do sentimento de rejeição contínua.
Em qualquer caso, a necessidade de contato não é suficiente para mobilizá-la à aproximação e ela se sente melhor longe do que perto. Uma coisa é inequívoca: ela não está louca para reatar o contato e prefere a distância. É bem provável que sua crença seja a de que o homem sofre de amor.
A reversão nem sempre é possível e exige que o homem alcance a fujona para atingi-la nos sentimentos e corrigir os erros que originaram o afastamento.
Elas impedem o luto
As mulheres muitas vezes se afastam subitamente para impedir que elaboremos o luto amoroso e para evitar que as enterremos definitivamente em nossos corações. Fogem de nossas vidas antes de morrerem em nosso imaginário, para permanecerem vivas em nossos corações. Trapaceiras!