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[Os Doze Trabalhos] O Nono Trabalho: O Cinturão das Amazonas
#3
Expandindo o 9º Trabalho: O destino das Amazonas
Por Diomedes

As Amazonas de Temíscira eram uma sociedade muito singular. Só conseguiam manter seus números, dado que eram uma população sem homens, durante um ritual dedicado à Afrodite, Deusa do Amor e da Beleza, onde elas procuravam os homens das aldeias mais próximas de sua cidade, para copular, e depois deixá-los. As meninas nascidas desse momento permaneciam com elas; os meninos podiam ser descartados como conviesse, inclusive matando-os.

Mas em um rito específico, em um momento delicado onde a Linhagem Real das Amazonas anterior, tinha sido extinta, um convidado ilustre invadiu a cerimônia: Ares, o Deus da Guerra. Ele tomou uma das Amazonas, deixando-lhe sua Semente, a promessa de retornar até que uma família inteira fosse formada, e dando a sua Preferida seu Cinturão, que representava sua autoridade sobre as mulheres, para ser dado para a Primogênita de sua linhagem.

Hipólita, a primeira filha de Ares e sua Favorita, e suas três (ou quatro, os Poetas variam) irmãs formaram uma nova realeza para as Amazonas, e foi sob seu governo, o auge de sua cultura. As Guerreiras Mulheres expandiram seus contatos além dos muros de Temíscira, e fizeram pactos de colaboração com outros reis, onde caso as mulheres fossem vítimas de ameaças, elas poderiam ser chamadas para intervir.

Infelizmente, sua admiração cega por seu meio-irmão Diomedes, da Trácia, sua visão sobre o papel das Amazonas, e sua negativa em ajudar Hera nos seus planos para matar Hércules, custaram a sua vida, e selaram a decadência de seu reino.

Não é difícil enxergar nas Amazonas, não só uma das inspirações para os ideais feministas, mas uma metáfora para os resultados de sua cultura, mesmo nos tempos da Grécia Clássica. Hipólita e sua família imediata podem nos ensinar um tanto sobre as atitudes que as próprias feministas tem dentro do movimento. Vamos olhá-la mais de perto.

* Melanipe: A mais jovem da Família Real. Cresceu dividida pelo amor e pelo ódio a seu Pai divino, admiração, violação e abandono, mescladas em seu íntimo machucado. O estilo de vida das Amazonas foi tudo o que deu significado a sua vida, e segui-lo com ardor, exaltando as mulheres e odiando os homens, era apenas sua forma de adorar e se vingar de seu pai, um desejo mesclado que ela era orgulhosa demais para admitir, e portanto, curar em definitivo.

Sua impotência ao ser raptada por Hércules, e a morte de sua irmã Hipólita só serviu para transformar seus sentimentos em fúria cega, que lhe custou a vida depois, ao comandar missões sem a autorização de sua irmã e Rainha.

Em Melanipe, encontramos a Feminista Zelosa, que é motivada apenas por sua Histeria.

* Antíope: A terceira das Filhas de Ares. Conformista e pouco ativa, seguia o modo de vida das Amazonas por não ter outra alternativa. Seguia os credos de seu povo, mas por nunca ter encontrado nada que lhe oferecesse uma possibilidade de vida melhor, que se enquadrasse a seus anseios.

Quando o Herói Teseu foi obrigado a aportar em Temíscira, depois do incidente com Hércules, foi sequestrada na fuga, e se apaixonou pelos modos firmes e decididos do rei ateniense. Casou-se com ele sem pestanejar, renegando assim prontamente a vida que sempre teve com suas irmãs.

Em Antíope, encontramos a Feminista Conveniente, que é motivada apenas pela Oportunidade.

* Pentesiléia: A segunda das Filhas de Ares. Fiel seguidora do credo das Amazonas, mas sempre se ressentiu dos modos menos agressivos de sua irmã mais velha. As decisões sempre acertadas de sua irmã sempre a impediram de tentar tomar o trono, mas suas seguidoras sempre muito numerosas eram uma força que fazia com que Hipólita sempre a mantivesse com algum destaque ou recompensa para manter seu suporte a ela.

Pentesiléia subiu ao Trono de Temíscira com a morte de sua irmã, e ressentida com os gregos, quebrou todos os pactos de proteção que sua irmã havia forjado, com exceção do com Tróia. Quando a Guerra irrompeu, levou seu exército para o conflito sem nem mesmo ser chamada, desejando apenas matar quantos gregos pudesse. Ela pereceu em duelo singular contra Aquiles – que ironicamente, lamentou quando tirou a armadura dela, e percebeu que seu oponente era uma mulher.

Em Pentesiléia, encontramos a Feminista Política, que é motivada por sua Ambição.

* Hipólita: Primogênita de Ares, e Rainha de Temíscira. Ao ter contato mais direto com as origens de Temíscira e a responsabilidade que sua Linhagem tinha recebido, sempre se esmerou para dar para seu povo um motivo nobre para existir, algo maior do que seu orgulho. Desta forma, ela sempre reforçou os ideais das Amazonas, mas buscando exercê-los de forma racional e firme.

Infelizmente, o tempo a fez perceber que o próprio modo de vida das Amazonas as impedia de querer qualquer outra coisa, que não transformar todas as mulheres em suas súditas – nada mais elas poderiam fazer. Seu desejo de zelar pelas mulheres era impedido por viverem de forma diferente delas. Quando Hércules lhe revelou essa verdade, ao derrotar seu meio-irmão Diomedes e revelar sua negligência em relação a Trácia, ela estava decidida a bem mais do que entregar o Cinturão de Ares: estava convencida que dedicou sua vida inteira a uma ilusão.

Hera foi a primeira a perceber o que ela tinha percebido, e recompensou sua revelação com sua morte precoce.

Em Hipólita, encontramos a Feminista Idealista, motivada por suas Boas Intenções. Ela é a mais propensa a um dia enxergar a verdade, e deixar a ideologia… e também é aquela que o Espírito do Feminismo sempre desejará mais exterminar.

Depois da morte de Pentesiléia na Guerra de Tróia, as Amazonas mostraram na prática, que não podiam mais do que viver em uma ilusão sustentada apenas pela Instrumentalização do Macho. Caíram em franco declínio, até desaparecerem da História Heróica da Grécia. Faço votos que os homens modernos percebam essa verdade – que elas só possuem força, porque somos nós que a damos.

Força e Honra.
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RE: [Os Doze Trabalhos] O Nono Trabalho: O Cinturão das Amazonas - de Guardião - 14-09-2020, 03:03 PM

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