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[Os Doze Trabalhos] O Terceiro Trabalho: A Corça Cerinéia
#1
[Os Doze Trabalhos] O Terceiro Trabalho: A Corça Cerinéia
por DiomedesRJ

Para ler os primeiros trabalhos clique AQUI.

Após as duas vitórias estrondosas de Hércules contra o Leão de Neméia e contra a Hidra de Lerna, Euristeu percebeu que não poderia simplesmente escolher Trabalhos que o confrontassem contra força e poder simplesmente… seu primo já tinha falhado no passado em colocar a razão acima de seus sentimentos e das ações imediatas, mas como colocá-lo em situação dele mesmo causar sua desgraça?

Indo até seu altar particular à noite, Euristeu orou a Juno de joelhos, lamentando sua incompetência, e se submetendo para a Deusa, para que ela escolhesse um Trabalho que tivesse uma armadilha sutil o bastante para que ele finalmente falhasse.

Em seu sono, após um pesadelo em que ele foi perseguido e quase morto por um enorme pavão, Juno repreendeu a seu servo e lhe deu a resposta que procurava…

Na manhã seguinte, o Arauto de Euristeu procurou a Hércules onde os servos viviam, com um novo Trabalho: entregar viva para Euristeu a Corça Cerinéia, com pés de bronze e chifres de ouro, conhecida por ser mais rápida do que as flechas do melhor arqueiro.

O Filho de Júpiter reuniu suas armas e partiu, seguindo para Arcádia o quanto antes.

Os passos do semideus o levaram ao topo do Monte Cerineu, onde avistou um pequeno bosque, claramente intocado pelo homem. Sabendo estar em local sagrado, Hércules retira suas sandálias, deita suas armas, pendura seu arco e flechas em um pequeno arbusto e entra no bosque. Em seu interior, a fonte e as colunas reunidas não deixavam dúvidas de que estava diante de um tempo de Diana, irmã gêmea de Apolo.

Hércules farejou trapaça… mas seguiu em frente.

Bem em frente ao Templo, lá estava a Corça, seus chifres brilhando em meio aos raios de sol que entravam na mata. Da mesma forma, a Corça viu o herói, e disparou em célere corrida, passando por Hércules sem dar chance a nenhuma reação. O semideus correu para a entrada da clareira a toda a velocidade, tendo tempo apenas de recuperar seu arco e flechas – mesmo sabendo que eles seriam inúteis contra a velocidade do animal.

No início da descida do Monte, Hércules já tinha perdido totalmente a Corça de vista. Já pensando em como tentar rastrear um animal tão arisco e ágil, viu um brilho dourado na mata abaixo… e de novo… e de novo… entendendo que os chifres da corça eram de um dourado tão vivo que continuavam a refletir a luz do Sol (e talvez até a da Lua) mesmo que ela estivesse em mata densa.

Correndo novamente, Hércules só viu uma possibilidade de ter êxito: ele teria que perseguir a Corça de forma a não lhe dar oportunidade de repousar em parte alguma; desta forma, a velocidade dela, uma hora ou outra, seria reduzida o suficiente para que o Filho de Júpiter tivesse uma chance.

Assim uma longa perseguição começou…

Por um ano, um ano inteiro, Hércules seguiu atrás da Corça dos Pés de Bronze por toda a Grécia, dia e noite, jamais repousando o suficiente para ficar relaxado, jamais se desviando do curso, jamais parando antes que o brilho dos chifres da Corça parassem de se movimentar, contando apenas com a força de sua vontade para que não reduzisse o passo ou desistisse. Por toda a Grécia, e até fora dela, ele seguiu, por desertos, rios, florestas, pastagens, cidades, montanhas, campos.

Um ano depois, com a longa perseguição os levando de volta para Arcádia, enfim a Corça começava a perder velocidade, passando a parar cada vez mais cedo para repousar. Sabia Hércules que o animal estava retornando para Arcádia para receber novamente as bênçãos de Diana, que lhe renovariam as forças, e tiraria qualquer chance de sucesso de seu plano.

À noite, enquanto brevemente acampado, estas coisas ele pensou, e então decidiu: Será amanhã. É agora, ou nunca.

Pela primeira vez em sua longa viagem, ele se sentiu confortado, e em casa, e olhou melhor em torno de si. Estava em uma clareira também, muito pedregosa e com pequena caverna, mas que tinha um tom estranhamente familiar a ele… antes de cochilar, ele procurou guardar bem na memória onde ficava aquele local.

Antes dos primeiros raios do Sol, ele foi até o alto da pequena caverna, e avaliou o terreno. A Corça estava praticamente ao seu lado, embora a grande distância; o Rio Ladon estava à frente alguns quilômetros, agitado e largo em margens; pequena colina se seguia a sua frente até as margens do rio. Prestando mais atenção a esta última margem, a notou mais rasa que o restante do Ladon.

Seu plano – e sua única oportunidade – estavam prontas. Hércules iria parar de ir até onde a Corça estava… iria fazer a Corça ir para onde ELE queria.

Do alto da caverna, tomou seu arco, e disparou uma simples flecha, próxima mas atrás da posição da Corça. O brilho não deixava mentir, em frente ela começou a seguir. Imediatamente, Hércules passa a correr e subir a colina, acompanhando a Corça… quando ela estava mudando de rumo, outra flecha seguia, a fazendo continuar rumo ao Ladon.

Hércules chegou até o cume e a descida do monte… não teria mais ângulo para flechas. Olhou uma última vez para o Céu e correu com as últimas forças que ainda tinha rumo ao Ladon. Com efeito, o Rio era mais raso, e mesmo de forte correnteza, o trecho permitiu sua passagem. Vendo o brilho da Corça se aproximar da margem à sua direita, correu para lá, os pulmões já quase sem fôlego, viu uma luz dourada saltar pelo rio, concentrou suas pernas no maior salto que podia dar e…

…um semideus sem fôlego abriu os olhos para ver a Corça Cerinéia em seus braços, trêmula de medo, lhe observando com olhos arregalados como se fosse ser devorada pelo Filho de Júpiter.

Ele quis dançar, gritar, comemorar seu feito, mas… viu o quanto o animal era frágil e indefeso. Então, respeitosamente, se sentou, e tomou a Corça em seu colo, como se fosse uma criança… e lá a Corça ficou em seu braço, sem se debater. E lá eles descansaram até o fim do dia.

Ao anoitecer, uma luz divina encheu as margens do Ladon, mas ela era impositiva e fria… Diana, Deusa da Caça, Guardiã dos Bens Invioláveis, da Natureza e da Família, assim falou: “Hércules, Filho de Júpiter e Alcmene! Desde seu nascimento, eu nutri, guardei, adornei e cuidei da Corça que tens em teu colo; logo, ela me pertence, e tuas mãos a deixarão agora!”

Assim respondeu Hércules: “Diana, Gêmea de Apolo, Senhora da Caça e do Intocado! Fui pelo conselho de teu irmão e pela ordem de um Rei, ordenado a entregar esta Corça a Euristeu, servo de Juno, sob pena de permanecer seu escravo e com minha honra manchada pelo resto de meus dias. Não tenho intenção de com ela ficar, mas para Euristeu ela deve ir.”

Diana assim respondeu: “Então um Rei pretende tomar as posses de uma Deusa? Então que ele e sua corte venham aqui PESSOALMENTE ver quem deve ser obedecido!” Diana desaparece por um momento, e depois de instantes ela retorna, junto com Mercúrio, Mensageiro dos Deuses, e toda a corte de Euristeu, com o Rei a liderando.

Euristeu vê a Corça e diz: “Então, meu Servo e Primo… bem vejo que conseguiu a Corça… vamos, irá entregá-la a mim, ou não?”

Hércules olhou para a Deusa, para o Rei, para a Corça em seu colo… e sabia exatamente o que fazer.

Disse aos dois: “Sigam-me e eu a entregarei a quem é de direito.”

Hércules caminhou e seguido por Diana e a corte de Euristeu, os levou até a clareira onde pernoitou na noite passada, no mesmo campo pedregoso com a caverna ao centro. Sentindo em seu coração que o lugar era o certo, ele lentamente abaixou a Corça, a soltou, e continou a caminhar para dentro da caverna… e para espanto de todos, a Corça o seguiu.

No interior quase circular, um buraco no topo deixava a luz do astro dominante encher a câmara. Logo abaixo, bem ao centro, uma grande rocha achatada como uma mesa. Hércules e a Corça subiram os degraus naturais até a grande pedra com todos aos outros a lhe aguardar abaixo. Junto a ela, o Filho de Júpiter pegou novamente a Corça, a deitou sobre a pedra, tomou entre as mãos um pouco da água límpida de uma poça junto ao altar natural e aspergindo a água sobre ela, assim disse:

“Corça Cerinéia, eu te dedico, assim como este lugar, ao Deus Desconhecido, do qual toda a Criação faz parte e participa. Tu não pertences mais nem a Deus nem a Homem, mas ao Mundo, que é teu lugar, até o fim dos teus dias.”

Hércules olhou para Diana e disse: “Deusa da Caça, retorne a Arcádia em paz. A Corça é tua.” Logo depois voltou-se para Euristeu e disse: “Meu Rei e Senhor, a Corça vos foi entregue. Agora, onde quer que ela esteja, ela também é tua.”

Ao ouvir estas palavras, a Corça Cirinéia ergueu-se do altar, e correu, sua força renovada, com toda a Grécia para explorar novamente.

– … logo depois, Mercúrio trouxe de volta meu primo e sua corte de volta para Micenas. Diana partiu sem nada dizer, mas não parecia desagradada – dizia Hércules ao seu sobrinho Iolau nos aposentos dos hóspedes, enquanto terminava de contar a história da conclusão de seu Terceiro Trabalho.

– Euristeu aceitou este Trabalho, então? – disse Iolau.

– Eu entreguei a Corça, não entreguei? – disse sorrindo Hércules.

Depois de pensar por alguns momentos, o sobrinho de Hércules perguntou:

– Não tem saudades dela, tio?

– Dela, não, Iolau. Mas ela agora é livre. Eu sempre poderei caçá-la de novo – disse confiante o Filho de Júpiter.

Explicações sobre o terceiro trabalho no artigo a seguir.

Esse tópico é um oferecimento do Guardião e as Relíquias Perdidas.
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[Os Doze Trabalhos] O Terceiro Trabalho: A Corça Cerinéia - de Guardião - 03-08-2020, 08:57 AM

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