14-09-2016, 01:00 AM
Obrigando-as a se decidirem
O mecanismo feminino de transferência/imputação de culpa é eficientemente desarticulado quando temos a certeza de que não somos os responsáveis pelas consequência do que elas fazem e tal certeza se torna para elas evidente e inegável. Tal mecanismo se apóia em nosso sentimento de responsabilidade pelo rumo dos acontecimentos que regem a relação.
Aqueles que aprendem a criar situações em que a responsabilidade e culpa que correspondem à mulher se tornam evidentes para ambos, de forma absolutamente irrefutável e inegável, aprendem a encurralá-las psicologicamente.
Não se trata de discutir ou falar; trata-se de agir: tomar decisões corretas e comunicá-las sem dar margem à discussão. Quando uma mulher não tem outra saída além de tomar uma decisão sem poder transferí-la para o parceiro, está emocionalmente encurralada.
Esquivar-se das tomadas de decisões é transferí-las ao outro. Como a responsabilidade está com aquele que decide (e o que não decide costuma alegar inocência), as espertinhas se esquivam e se livram de acusações. Observando-as, tenho visto que elas costumam nos responsabilizar por tudo de ruim que fazem. Sempre dão a entender: "Fiz isso por sua culpa" ou "você é o responsável por eu não te querer mais ou por não estarmos mais juntos". A intenção que está por trás é fazer com que soframos emocionalmente com a idéia de que agimos de forma contra-producente, fazendo-nos acreditar que atiramos no próprio pé.
Deste modo, passamos a achar que somos os únicos responsáveis por nossa própria frustração. É um engenhoso mecanismo de manipulação emocional por meio do qual o homem passa a imaginar que ele é o responsável por sua frustração amorosa, pelo adultério, pelas traições e insatisfações da parceira. Não seria ela a responsável pelo fracasso, e sim o homem. Aquele que aceita culpas e responsabilidades que não são suas, é vitima deste mecanismo.
Temos que diferenciar claramente o que é e o que não é culpa nossa. Não podemos nos sentir responsáveis pela insatisfação feminina a menos que realmente a tenhamos provocado. É aqui que ela confundem os fatos propositalmente.
Se não provocamos a insatisfação, não podemos nos sentir culpados. Entretanto, as coisas sempre são montadas de modo a parecer que os conflitos e insatisfações da mulher nos pertencem, nos dizem respeito e foram por nós ocasionados.
Sempre que houver uma brecha para sermos acusados de responsáveis pelo fracasso da relação ou pelo desintersse delas, essa abertura será rapidamente aproveitada. Portanto, o encurralamento consiste em criar situações fechadas, definitivas, nas quais tais brechas não existam. Somente conseguimos criar situações assim quando recusamos a imputação da decisão e jogamos nas mãos delas a responsabilidade que lhes pertence, mas que as espertinhas querem fazer parecer que é nossa.
Por exemplo, ao marcarmos um encontro com uma mulher ambígua, podemos dizer:
"Se você não aparecer no encontro de amanhã, terei certeza de que você não sente nada por mim, de que seu objetivo é somente brincar e me fazer de idiota."
Ao dizer isso e se afastar, o homem estará obrigando a mulher a tomar uma decisão e, portanto, a se portar de modo claro e definitivo.