24-03-2023, 11:45 AM
Muito bem Senhores, volto aqui para dar uma descrição sobre um livro que eu li recentemente – bem recentemente – que aborda questões que eu julgo ser pertinente para os temas propostos no fórum. Além disso, e bem na verdade, resolvi escrever sobre essa obra porque tive uma conversa em um seleto grupo com nosso grande líder e moderador máster @Libertador, que indiretamente me motivou a terminar essa leitura que eu havia deixado de lado a alguns anos atrás. Além disso, isso seria apenas uma resposta no Tópico sobre quais livros estamos lendo, mas acabei me empolgando – pois é um assunto do meu interesse - e achei melhor postar como tópico já que acabou ficando um pouco extenso. Acredito que Jack Donovan dispensa apresentações dentro dos ambientes da “menosphere” tupiniquim... todos já devem conhecer pelo menos um dos livros ou textos dele, e eu mesmo já fiz um bocado de tópicos abordando seus ideais.
Spoiler Revelar
I
Primeiramente é importante dizer que Jack Donovan desenvolveu toda a sua concepção de mundo a partir da filosofia nietzschiana, e essa obra em si aprofunda mais especificamente os conceitos de moral nobre e moral escrava cunhados pelo filósofo. Então, para um entendimento completo – pois as afirmações podem parecer “polêmicas” em alguma medida -, seria interessante tentar assimilar melhor esses termos que são tratados mais precisamente nos livros Genealogia da Moral e Além do bem e do Mal.
NOTA: Eu, como já disse em diversas oportunidades, e também por isso não é surpresa que eu acompanhe os escritos do Donovan, fui e sou profundamente influenciado pela filosofia de Nietzsche. Eu tenho todos os livros que ele escreveu, e dois que foram compilados post morten ... especificamente os dois livros citados acima eu já li mais de 5 vezes cada um, e sempre tenho uma impressão/descoberta nova e mais fundamental a cada leitura (inclusive estou lendo neste momento Além do Bem e do Mal, meu preferido, pela 6x). Por isso, nada do que o Donovan escreve me é estranho, e faço questão de sublinhar para quem se interessar procurar estudar Nietzsche por conta própria e não pelo que ouviu ou leu em algum blog religioso ou ateu ou por algum intelectual do youtube, afinal de contas como vocês verão a seguir, é importante assumir o controle da própria vida e das próprias escolhas e isso inclui os estudos. Não pense você que se caso você já tenha dado uma folheada em algum livro dele você esteja apto ou seguro para dar opiniões e interpretar toda a profundidade desta filosofia que é fundamental para entender o espírito e as inclinações humanas. Por isso, cuidado!
II
A primeira característica clara da obra é que assim como Nietzsche ele escreve em aforismos e considera esse estilo fundamentalmente importante, por isso é apresentada uma breve explicação sobre essa forma literária na introdução. Obviamente, a habilidade literária do filósofo em comparação, quando se trata de escrever em aforismos não pode ser comparada. O primeiro capitulo desenrola a temática do conceito “besta”, e qual a ideia por de trás deste termo incomum BESTA MAIS COMPLETA que como eu disse, surgiu a partir de noção de moral nobre e moral escrava delineada por Nietzsche. Sabendo disso, o que interessa especificamente para a Real e para o fórum é que os primeiros apontamentos que ele sugere para uma mudança de perspectiva de vida seria justamente deixar de ser um dos escravos, ou dito mais precisamente, deixar de ser mais um dos ressentidos com a vida.
III
Como é sabido, e muito bem inclusive, todo dia parecem novos idiotas que chegam aqui se queixando da própria vida, de como ela é injusta, de como o fulano que reclama é coitadinho e não teve sorte na loteria genética, não veio de uma família privilegiada, de como o estado fode a vida dos homens, de como as mulheres são endeusadas e paparicadas e bla bla bla ... Essa é, essencialmente, a moral escrava, a moral dos fracos, dos mal logrados, que esperam mesmo sem se dar conta disso, que uma entidade superior imaginária – seja ela divina ou terrena - resolva os seus problemas; que acham que todo mundo que tem algum sucesso na vida é malvado e que em algum momento no futuro eles são castigados por um juiz universal bondoso; que esse sujeito que se vê em sofrimento, sofre justamente porque é uma pessoa boa e o mundo é mal, ele não mereceria todas essas aflições em um mundo verdadeiramente justo; ele acha que a sua família, a sociedade, seu círculo social ou mesmo os colegas de fórum devem alguma coisa para ele simplesmente porque ele é “bom”, “honesto”, etc e tal e todo aquele chororô que já estamos cansados de ouvir. Veja bem você aí que se diz realista mas fica se menosprezando e culpando o ‘sistema’ a genética e as mulheres pela e sua situação lamentável, que fica dia e noite se preocupando com coisas as quais não tem controle nenhum ... você é fundamentalmente igual qualquer outro soldado dos direitos iguais que apenas mudou de time. Seu modo de agir e pensar é perfeitamente semelhante ao dos militantes revolucionários independentemente do fato de você acreditar em Deus, família e propriedade. Os que estão nessa faze de desenvolvimento – se é que posso definir dessa forma – estão presos no que é chamado no livro de armadilha. Trocam uma percepção de opressão por outra, mas continuam em essência e estado de espírito e de valorações vivendo da mesma forma. São passivos, estão esperando, vivendo num mundo amargo.
IV
Diferentemente de Nietzsche, Donovan acha que é possível um ressentido ascender para uma moral nobre a partir do processo de se tornar uma criatura mais ativa e menos passiva/reclamona. O inicio seria não aceitar tão facilmente o moral que é imposta, que conforme qualquer pessoa que tenha o mínimo de pensamento próprio sabe que ela é volúvel e muda conforme os desejos de quem governa e dita as regras. Nessa descrição dos processos de se adquirir novas perspectivas, o autor assumiu um viés“auto-ajuda” e isso se deu provavelmente pelo fato de ele acreditar que é possível sim qualquer pessoa ascender, ou seja, ele escreve para muitos, e quando imputa-se essa postura democrática se faz necessário usar uma linguagem que os fracos entendam... por isso o uso de um maneirismo que lembra ou propriamente seja auto ajuda, pois é a única linguagem que os mal dotados entendem.
V
Também é importante ressaltar sobre a tendência desse autor - assim como todos os outros desse “viés masculinista” - de romantizar períodos arcaicos da civilização humana - especialmente a Idade de Ferro - e isso de fato é algo que me incomodou e provavelmente incomodará muitos a ponto de desacreditarem tudo o que foi descrito. Basicamente, a fórmula para os homens modernos mudarem o modo de valoração seria readquirir as virtudes dos caçadores, a vida tribalista e predadora. A partir dessa afirmação, a autor dá algumas voltas no passado glorificando em demasia os seres humanos dessas épocas como se fossem divindades. Alguns anos atrás, essa tendência era uma coisa que não me incomodava – inclusive por isso eu comprei esse livro - e eu mesmo já fui um forte propagador dessa romantização exagerada. Mas com o tempo, e entendendo melhor as dinâmicas sociais e a complexidade do mundo moderno, eu entendi que é forçoso pensar dessa maneira tão apaixonada, simplesmente porque é uma coisa absolutamente impraticável. Evidentemente essas virtudes sempre serão úteis, até desejáveis eu diria, mas um exagero nessa afirmação acaba desvalorizando a ideia principal pelo absurdo entre o contraste do mundo moderno e o antigo, algo que é impossível de não levar em consideração por mais boa fé e “instinto de descrença” que você tenha.
VI
Esse é o principal motivo de eu ter afirmado anteriormente que o livro parece uma auto-ajuda em alguns apontamentos, porque essa martelação incessante em adquirir um comportamento viril, predatório, guerreiro... se assemelha em muito aos papos de coach´s da virilidade que nós já enjoamos a muito tempo: “seja um predador no seu trabalho, na sua vida”. Nisso Nietzsche é muito superior, pois ele possui SIM uma romantização do período clássico grego e da renascença, mas é uma aproximação mais ampla, com perspectivas menos estéticas ou poderíamos dizer, menos comerciais. Ele enxerga a condição dos nossos ancestrais sempre de cima para baixo, definindo certos tipos de naturezas que vão ter atitudes sempre condizentes com a época ao qual se encontram. Já em Donovan temos a impressão que fica aquela necessidade de emular um comportamento baseado em personagens de ficções como os do seriado Vikings. Em Nietzsche nós vislumbramos a forma de pensar; o porquê que o guerreiro montado se preocupa com a honra e com a palavra dita e principalmente a não dita; com a aparência sempre majestosa; com suas atitudes sempre alinhadas aos seus valores; o porquê dele se preocupar em sempre estar com a armadura polida, e de fazer tudo ordenadamente bem feito; a preocupação em seguir as ordens sem reclamar e da mesma forma saber comandar sem hesitação... nós entendemos o que faz ele ser viril, qual a vontade que o move para agir dessa maneira, a representação que esse tipo de pensamento acabará tendo se torna quase que irrelevante, pois não é a essência mesma e de fato, pode ser - e será - copiada por qualquer um.
VII
A noção de plasticidade mental dos seres humanos dessas Eras – que é realmente o que garante a grande superioridade em relação a nós, modernos – meio que se perde do escopo da discussão quando se romantiza em demasia o seus modos de vida, ou seja, os símbolos dessa plasticidade. Romantizar o estereótipo “guerreiro” e seus rituais seria romantizar os símbolos e não a plasticidade mental em si. Precisamos antes incorporar a forma que eles pensavam e só então os rituais farão algum sentido. E tendo isso claro, se torna evidente que os rituais feitos hoje com o mesmo espírito guerreiro não têm como e nem podem ser iguais ao que eram no passado. Vejam a classe guerreira atual. Não atoa aquele sentimento de “vergonha alheia” nos vem imediatamente à boca quando vemos os representantes do neo paganismo e seus trajes e rituais característicos.
VIII
Diferentemente da maioria eu não acho que a Real deva ser divulgada ou incentivada internet a fora ou ser transformada em partido ou ativismo político. Muitos escravos acham bom existir canais pau-no-seu-cu-pills e afins, pois pelo menos podem ser um start nos desavisados que talvez e com alguma sorte cheguem até os fóruns. Na minha concepção, os fracos tem que sucumbir no próprio fracasso – exemplos de tópicos relatando e descrevendo um comportamento autodestrutivo e autodepreciativo desses seres, que continuam nessa espiral de derrota mesmo depois de obter os conselhos mais sensatos possíveis é o que não nos falta - . Escravos são completamente balizados pela moral da compaixão, e todo e qualquer conhecimento de cunho realístico deve ser adquirido por quem tem coragem de procurar respostas, ou melhor, só pode ser compreendido por quem viveu pelo menos em algum período no sofrimento, no erro, mas mantendo a clarividência suficiente de não se perceber como vítima... a Real não deveria ser dada de bandeja simplesmente porque é, em primeiro lugar, uma perca de tempo. Esse fato pode ser facilmente verificável ao se observar que muitos caras acreditarem, com total convicção, que é possível apreender, obter sabedoria apenas LENDO SOBRE os erros alheios. Em suma, os fracos sempre acham subterfúgios mentias para TENTAR escapar do sofrimento, seja ele qual for. Mal sabem eles que a covardia inerente é o seu maior flagelo. Mas essa é SIM uma verdade dura de engolir. Além do mais, a partir do momento que uma coisa se torna popular perde-se o valor... quando o populacho põe as mãos sujas em alguma coisa não sobra nada de bom, tudo é violado ... e como é obvio, outra característica da nobreza é ser exclusiva e para poucos e a real é em essência um conhecimento nobre, pois abre as portas da soberania individual mesmo para o fulaninho suburbano que tem tinder e tiktok no celular. Mais uma vez falando o óbvio para os idiotas, LER E SER SÃO COISAS DIFERENTES!
IX
Outro ponto bastante pertinente que ele chama atenção e que é bastante comum neste processo de “mudança” é a tendência de o vassalo achar que pelo simples fato de conhecer esse mecanismo, de ter um vislumbre do pensamento elevado, ele automaticamente passará a ser um nobre de espírito. Inclusive é citado o exemplo dos seguidores de Juluis Evola e toda aquela galera da Europa Soberana - que tem a representação aqui no Brasil com o blog Legio Victrix - que se acham os seres arianos puros e de descendência nobilíssima pelo simples fato de entender a engenharia social socialista/mercantilista do planeta e ter algum tetravô de olho azul. Parafraseando uma passagem do livro, “são os nobres que passam o dia inteiro sentados numa cadeira discutindo em fóruns”. E, diga-se de passagem, tendência essa bem comum por aqui também, onde meia dúzia de blackpills que moram com os pais e não saem da frente do computador e que dizem fazer “jejum de dopamina”, se acham moralmente “superiores” e quase “divinamente virtuosos” comparados ao famoso mangina ou mesmo aos outros colegas de fórum que não acreditam, ou melhor, não aceitam as mesmas perspectivas tacanhas e limitantes. Desculpe dizer, mas se você é um desses fulanos, há uma enorme probabilidade de você ser farinha do mesmo saco de qualquer bluepill da internet e da vida real.
X
Tenha isso em mente sempre: o pano de fundo do livro é essencialmente a ideia de que o nobre FAZ, ele procura criar alternativas se não tiver nenhuma disponível. Ele não se preocupa em achar responsáveis ou caçar justificativas para o próprio erro ou para a própria miséria e principalmente, não dá justificativas para as suas ações. Ele não discute em fóruns sobre como isso ou aquilo deveria ser ou ter sido. Ele primeiro faz, DEPOIS DESCREVE – como todo homem sensato já aprendeu – e é uma personificação em vida e atitudes do conceito latim de virtus, que é igual virilidade. Toda discussão e racionalização sobre teorias, ideias, conceitos, termos... precisam ter como premissa a experiência própria, ou usando um termo nietzschiano, “devem ser digeridos lentamente”, e FELIZMENTE esse é mais um conceito que os ressentidos têm muita dificuldade em entender, por isso quem está do outro lado os distingue muito facilmente...
XI
No livro também é sublinhado, conforme a real sempre EXPLICITOU, a importância da discrição e de se manter fora dos radares do politicamente correto, justamente para não ser esmagado pela opinião pública de uma imensa maioria de retardados. Como é evidente, todo esse conhecimento e essa visão de mundo pode e SERÁ ofensiva para a maioria das pessoas que são demasiado frágeis e ignorantes para distinguirem conceitos filosóficos mais complexos. No geral, as pessoas são obtusas e levam conceitos e ideias ao pé da letra e de forma ofensivamente pessoal e sempre conforme a moda do momento. São super excitáveis e impressionáveis, seus instintos estão em desarmonia, por isso se detém na superfície das coisas, pois não há segurança em si próprios para se aprofundar fora da sua caixinha de conceitos ou mais precisamente, caixinha de verdades finais... diferentemente do outro tipo que é profundo, tem os instintos alinhados que proporcionam uma sensação de segurança e por isso mesmo precisam ter experiências desafiadoras e uma digestão lenta e preparada para alimentos pesados.
XII
A principal característica da moral nobre que o autor define é que estes amam a ação e odeiam tudo que sequer lembre ressentimento. Eles fazem. Eles criam. Eles cultivam. ELES AMAM O PERIGO, E GOSTAM DA VITÓRIA TANTO QUANTO DA DERROTA. Só o fraco, o escravo possui medo do erro, do fracasso; só o fraco faz as cosias sempre procurando o benefício próprio; Para entender melhor toda essas afirmações lembremos de Nietzsche onde ele diz que o forte possui um transbordamento de forças e não teme desperdiça-la, na verdade ele precisa extravasar essa força, essa vontade, por isso ama o perigo pois quer subjugar tudo e todos - inclusive e si próprio... ele fará as coisas não com vistas ao próprio benefício mas com vistas ao aumento do próprio sentimento de força que em muitos casos não está relacionado com a conservação própria e muito menos com o prestígio ou reconhecimento social... e essa prerrogativa provavelmente é a característica mais difícil de entender para os fracos, pois para estes não há sentido algum em fazer algo que possa ser considerado prejudicial a própria conservação. O fraco não possui esse transbordamento, seu lema último é a conservação do seu tipo, por isso se esquiva, trama, dissimula, se esconde... só procura coisas que lhe darão algum beneficio palpável. A aprovação alheia lhe é fundamental afinal ele não é capaz de criar valor pra si e por si mesmo, diferentemente do forte. Por este motivo mesmo, ele é ressentido, porque seu valor só pode ser dado a partir de fora e uma vez que ele se vê desvalorizado ou não valorizado o suficiente se torna frustrado, ressentido, amargo, rancoroso, medroso e cada vez mais desprezível. Cada vez ele precisa de mais métodos e novas fórmulas que expliquem a encaixotem a realidade, pois acreditar nessas verdades imaginárias é uma - a ÚNICA - segurança das suas vidas. Aqui a circulo se fecha.
XIII
Mais uma distinção importante a se fazer entre o pensamento de Donovan e o de Nietzsche é a fato que Nietzsche tem um viés bastante individualista, talvez dado o momento em que ele viveu. Já Donovan acha importante você desenvolver essas características dentro de um grupo, de uma comunidade ou mais especificamente de uma tribo que pensa da mesma forma e valora da mesma forma. De fato, criar uma comunidade de novos homens, o nós, que não vivem mais moralmente balizados por eles – o sistema todo que nós conhecemos -. E isso é bastante diferente de ativismo político, porque um ativismo político nesse assunto seria assumir os mesmos valores dos nossos opositores. Seria querer vencer pelas regras deles o que é obviamente impossível e idiota de se pensar. O que o livro propõe é viver à parte, não procurar aprovação dos fracos, que dito mais uma vez, são a esmagadora maioria. Não é preciso dizer como viver dessa forma pode ser perigoso e difícil, mas como já sabemos, os nobres amam o perigo e o desafio, pois a sua meta é ser sempre livre evitando ao máximo a vida escrava que conforme o sábio nos alerta, se não possuirmos pelo menos 2/3 do dia para nos cultivarmos, seremos escravos, não importa o quanto ganhemos.
XIV
Prosseguindo, quando entendemos todos esses mecanismos e entendemos que ser nobre é antes de qualquer coisa agir pelas próprias escolhas e assumir todos os riscos das mesmas sem choramingar feito uma puta, desenvolve-se o que o autor chama de terceiro olho ou olho do conquistador, do predador, que nasce na testa e só olha para frente, não para o lado, muito menos para trás (ver foto da capa). Eu não vou entrar em detalhes, mas quem for perspicaz já é capaz de entender. Na sequencia tem mais alguns apontamentos fundamentais que eu vou me abster de descrever. Pois como foi dito anteriormente, quem se preocupa em evoluir deve trilhar o próprio caminho... deve ir atrás do conhecimento e da experiência e como todo bom tutor, ou veterano de guerra, nós, os mais antigos do fórum damos as dicas, indicamos o caminho mas não levamos vocês no colo para enfrentar o mundo, para obter cicatrizes. Já trilhamos o caminho... quem tiver colhões que nos siga... mas siga por conta própria e sem esperar nada em troca, especialmente respeito de quem quer que seja. Quem sabe um dia você, jovem paspalho que assiste vídeos de pills no yutube, se junte a nós – o que eu sinceramente acho impossível –. E como hoje é sempre necessário dizer o óbvio de forma compreensível aos tapados, não pense você que eu estou me referindo LITERALMENTE a uma patente num fórum de desconhecidos, até porque uma legião incalculável de verdes nunca sequer chegará e saber o que é Real ou o Fórum. Da mesma forma que muitos verdes não passam de cretinos semi-adolescentes. O que eu refiro quando digo se juntar a nossa comunidade é algo mais sutil, mais pessoal, mais espiritual ... me refiro a estar no grupo dos homens plenos de vida e satisfeitos com a própria constituição, os que amam ser, de fato, HOMENS! e não buscam fórmulas para tudo; que assumem de coração aberto todos os riscos implícitos nessa postura; me refiro a nós, tão satisfeitos conosco mesmos que essa abundancia e segurança interna transparece em todo tipo de gestos e posturas, e justamente por isso se torna atraente para o sexo oposto sem nem mesmo elas se darem conta disso; de uma postura que é um porto seguro para quem se vê perdido e com medo, mas também é ameaçadora para todo tipo de ser mesquinho e traiçoeiro. Mas essas implicações já são coisas inapreensíveis para grande maioria dos leitores do fórum, principalmente os mais jovens, e para não cometer a deselegância e a desonra de falar de mais num ambiente onde falar pouco a acertadamente é uma virtude, encerro por aqui esse assunto.
Esse foi o meu apanhado geral sobre esse livro que é pequeno e dá pra ler em um ou poucos dias se você manjar de inglês. Os conceitos nietzschianos discutidos no livro podem servir como um primeiro esboço para quem não conhece a obra do filósofo, que é infinitamente mais profunda e minuciosa na navegação dos confins da alma humana do começo ao fim e do fim ao começo. Para finalizar, e eu deixo aqui o meu conselho final por hoje: todas as nossas descobertas e entendimentos mais profundos devem ser ditas ou escritas como se fossem tolices aos ouvidos de quem não é capaz de entender.
Força ...