Confrade @
Sagitario vou fazer um longo desabafo aqui. Sou um pai que sofreu gigantesca alienação parental e sei como é.
A maioria não vai entender, mas tudo bem.
Eu tenho um filho de 20+ anos (eu não coloco nomes, idades corretas, lugares pra não destruir o anonimato). Foi fruto de um casamento merda com uma mulher chata. Quando já tinha decidido me separar a mulher engravidou e separamos praticamente na porta da maternidade. Esse casamento durou menos de dois anos...
Assim que separamos a vida de nós dois tomou rumos completamente diferentes: eu subi como um foguete e ela afundou como uma âncora.
Rapidamente comprei apartamento, carro bom, tive namoradas que chamavam a atenção. Desenvolvi muito financeiramente, fisicamente, profissionalmente.
Ela engordou uns 30kg (ou mais) em pouquíssimo tempo, ficou deformada. Sempre teve empreguinhos merda (recepcionista, assistente, essas merdas) Voltou a morar com os pais e APARENTEMENTE nunca se deu bem com outro homem, SE É que se relacionou com alguém (eu nunca tive a mínima curiosidade). Ficou realmente muito escrota e como se achava a última bolacha do planeta, não deve ter se dado muito bem com isso...
RESULTADO: descontou TODA a frustração no meu relacionamento com o menino. Com juros e correção!!
Além de dificultar AO MÁXIMO as visitas, constantemente inventava passeios quando eu ia pegá-lo. Ao longo dos anos isso desgasta demais.
Inventou um relato onde ela era a mocinha injustiçada, traída, praticamente um personagem de novela mexicana e eu (evidentemente) era alguma coisa abaixo do próprio diabo.
ANOS E ANOS martelando isso na cabeça de uma criança, já viu onde vai dar. O menino NÃO TINHA afinidade alguma comigo. Por mais que eu conversasse com ele, ficasse fins de semana com ele, levasse ele pra viajar, era sempre algo distante. E não adianta tentar agradar com presentes, etc. A mãe sempre entrava numa espécie de competição e dava algo melhor ainda.
Ficava muito evidente o quanto o menino era "treinado" para se aproximar de mim perto de datas comemorativas (natal, aniversário, dia das crianças), ganhar o que queria pra em seguida desaparecer.
Eu estou contando o extrato do resumo do resumo... teve centenas de passagens que não caberia em 10 páginas.
ENFIM...
Eu sempre pensei muito sobre isso desde o começo. Com menos de dois anos saquei que o "objetivo de vida" da minha ex-mulher era destruir a relação minha com ele. Qualquer mínimo avanço dela nesse propósito era motivo de satisfação pessoal incrível para ela.
Eu reparei bem nisso (e foi uma lição amarga) quando ele tinha uns dois anos, quase três. Eu tinha combinado que no dia dos pais eu ia vê-lo e levar pra minha casa, avisei com antecedência. Chego lá pra vê-lo, ela estava saindo pra viajar pra praia (o menino estava felicíssimo de ir viajar). Ela alegou que tinha esquecido e não poderia cancelar a viagem, pois vinha a semana inteira falando dessa viagem pra ele (criou expectativa no menino). Ela deixou eu ficar alguns minutos com ele NA PORTA da casa, mas o menino não via a hora de ir logo viajar e eu estava ali atrapalhando... não pude fazer outra coisa que não ir embora. Vi ela entrando no carro com um sorriso de satisfação como eu nunca tinha visto antes... perceberam os joguinhos que uma mãe que tem a guarda do menino pode fazer?
ALI eu decidi mudar o rumo da minha vida. CANSEI dos joguinhos e decidi ser feliz. Me libertei!
Simplesmente sumi por uns tempos. REPENSEI tudo. Decidi NÃO JOGAR MAIS.
Todo e qualquer joguinho nojento dela eu recusei participar. Fui tocar minha vida.
Claro que continuei vendo, conversando, passeando, etc. Pagando RELIGIOSAMENTE a pensão e sempre dando coisas, pagando cursos, etc.
Mas PAREI de me frustrar com a falta de amor do menino por mim. Não era culpa dele, mas sim de uma criação deturpada e que eu não podia fazer nada sobre isso.
Tive oportunidade de conversar com ele sobre isso, depois de mais velho. Contei toda a minha versão sobre os fatos. Entrou por um ouvido, saiu pelo outro...
Depois de uma vida de viagens e rolês, dez anos depois eu casei novamente. Reconstruí minha vida tenho uma família e uma filha que crio do meu jeito e coloco todos os dias na cama pra dormir. Outro mundo...
O meu filho não deu outra: por não ter o pai como modelo e ser criado me odiando, hoje é extremamente depressivo. Foi criado ganhando tudo e não dando valor pra nada...
Podem me criticar, mas não estraguei minha vida por causa disso. Aceitei que a mãe tem o poder de fazer isso e pode fazer.
Como está o relacionamento hoje? Uma merda, evidentemente.
Depois que acabou a pensão (com o fim da faculdade), eu cortei a grana. Como ele não está muito a fim de trabalhar (sei lá se influenciado pela mãe), nunca fez sequer estágio, não quis me ver mais. Assim que cortei a grana. Na cabeça dele devo ser apenas um provedor de grana "por ter abandonado a mãe dele 20 e tantos anos atrás, blablablá" (lembram da história de novela mexicana martelada por anos e anos?)...
Sinceramente não fiquei muito surpreso com isso... como foquei em tocar a vida e ser feliz, tenho toda uma história de vida nova e bonita, uma família maravilhosa.