05-10-2020, 11:07 PM
A Seleção Calopsita de Futebol em 2013
Postado por Doutrinador em 03/04/13
Na minha infância e adolescência, sempre gostei de assistir jogos da seleção brasileira. Ruas eram pintadas, todo aquele clima de Copa do Mundo. Era legal pois havia um respeito mútuo entre torcida e jogadores, que realmente queriam jogar na seleção e disputar com vontade.
Nem sempre a seleção brasileira foi poderosa. Depois da era Pelé, que também contava com outros jogadores honrados e talentosos, ficamos 5 copas (um período de mais de 20 anos) sem conquistar uma taça sequer, e em 82 o futebol arte do Brasil comandado por Telê frustrou ao ser desclassificado pela Itália de Paolo Rossi. Em 1994, começamos a nos reerguer novamente, com uma seleção desacreditada mas experiente, com jogadores talentosos como Romário e Bebeto e raçudos como Dunga, Mazinho, Taffarel e outros. Novamente, o Brasil recuperou seu status como seleção de futebol competitivo. Recuperamos também a autoconfiança. Novos talentos se espelhavam em Romário, que apesar do questionável comportamento fora de campo sempre era produtivo e fazia seus gols.
Em 1998, já com uma safra melhor de jogadores e bom futebol, não ganhamos a Copa numa final muito obscura onde até hoje ninguém entendeu direito o que aconteceu. A safra de jogadores continuou crescendo e, em 2002 conquistamos o penta.
Desde então, a seleção caiu novamente.
Surgiram os boleiros calopsitas com seus moicanos e que se preocupam mais com novela, laquê da Hebe para usar no cabelo, descolorir a juba ridícula e seus estilistas contratados. Um exemplo é Daniel Alves achando que é modelo com aquele cabelo e na seleção não joga nada. Neymar falando bullshit de “ousadia e alegria”, quando deveria falar em comprometimento e futebol. E como futebol hoje é marketing e dinheiro, não surge um treinador honrado com bolas de aço para botar esses caras na linha. Mano Menezes foi o mais conivente deles.
Cadê o treinador pra arrancar na marra o topete desses calopsitas falastrões e fazê-los honrar a camisa da seleção canarinho? Porra. Cadê o comprometimento com um projeto? Cadê a vontade de vencer um torneio como homens?
A verdade é que a seleção brasileira não existe mais. Existe um amontoado de jogadores de empresários, preocupados com Nike, propagandas, iates, mulheres e CBF.
Falando em treinadores, Dunga foi um bom treinador, mesmo durante a Copa. Era um treinador que não se cagava em grandes jogos e sabia preparar o time para grandes batalhas. A merda é que ele era novato, não tinha muito respeito dos jogadores e por isso ficou de rabo preso com eles, adquirindo uma espécie de “dívida” por terem ajudado ele a se sustentar na seleção. Dunga chegou a um ponto onde não tinha autoridade para convocar quem quisesse, se vendo obrigado a convocar jogadores em má fase, mas que durante sua passagem o ajudaram em algum momento. Errou e pagou com o fracasso na copa.
Depois de Dunga, voltamos novamente ao regime frouxo onde boleiros assistem novelinha da Globo e comentam no Twitter como ela está “bombando” ao invés de se concentrarem devidamente. E o treinador aplaude, pois se contenta com a grana que recebe para distribuir coletes e ser conivente com o mal futebol em troca de dinheiro.
Conclusão
Novos talentos não surgem, pois o talento do nosso futebol está sendo sufocado por modelos aproveitadoras, iates, putarias, panicats, empresários canalhas, comerciais de TV e etc. Na vida do jogador não existe apenas o futebol. Existem propagandas, grandes contratos demarketing, aparições, contratos para aparecer em eventos. Fazer gols e jogar bem está em segundo plano. O jovem jogador talentoso está dentro de campo, mas ao mesmo tempo está pensando em torrar na balada de madrugada com a galera e em comer mulher doida pra engravidar e pegar uma pensão.
Junte isso a treinadores paspalhos que não possuem moral alguma e só querem distribuir coletes e aparecer diante das câmeras. Vide que os melhores treinadores são na verdade os melhores homens em gestão pessoal, e não necessariamente em futebol.
Tite, por exemplo, não é um estrategista, mas se destaca no Corinthians pois sabe lidar com ego de jogadores boleiros e farristas. Sabe impor uma espécie de regulamento interno onde todos concordam em ser reservas de um jogador melhor fisicamente e que tenha bebido menos. Treinador de futebol nos dias de hoje se resumiu a isso: um cara que distribui coletes e sabe lidar com ego de jogadores chopeiros e farristas. Moralmente, não podemos esperar nada de treinadores.
O que nos resta então? Torcer. Não para a seleção, mas para a CBF e todos os seus “parceiros” tomarem vergonha na cara e pararem de encher o rabo de dinheiro às custas da tradição que nossos jogadores antigos e honrados tanto suaram para construir. Quem sabe assim volte a vontade de pintar as ruas, de torcer, de sentir aquele clima de seleção com 11 dentro de campo realmente querendo vencer e não aparecer.
* Para saber mais sobre os bastidores da CBF e podridão revoltante nos clubes recomendo o Blog do Paulinho.
Comentário do Blog:
Italo Rocha
Ótimo texto Doutrina. Infelizmente nao temos gosto de assistir jogos da seleção e assim como vc, eu tb gostava de assitir jogos da seleção, ficava até ansioso por cada jogo, nunca me esqueço da copa de 94, lembro a maioria dos jogos daquela copa que pra mim foi a melhor que vi. Tinhamos jogadores honrados, que jogavam com raça, amor, vontade de ganhar e que valia a pena ficarmos penetrado na frente da TV torcendo pela tradição do nosso futebol. Hj é triste ficar botando as esperanças do Brasil em jogadores como Neymar, que só pensa em se aparecer mas jogar futebol e defender as cores da nossa seleção com amor…nada!!!
Este tópico faz parte do projeto: Segunda das relíquias perdidas.