Fórum da Real - Legado Realista

Versão completa: Discussão - Admirável mundo novo
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A Discussão do 5° livro - Admirável mundo novo
Escrito por Aldous Huxley


Foi feita uma votação e esse livro foi eleito para ser estudado e discutido aqui no fórum Legado Realista. Link da votação AQUI!

A leitura do livro será assim:

24/08: Prefácio até o final do capítulo 2.
30/08: Capítulo 3 até o final do capítulo 6.
06/09: Capítulo 7 até o final do capítulo 12.
11/09: Capítulo 13 até a conclusão. 

A partir de hoje já está liberado o debate do livro do prefácio até o final do capítulo 2. A partir do dia 30 de agosto já pode ser debatido o capítulo 3 até o 6. E assim por diante. Esse vai ser o primeiro livro grande a ser discutido no nosso clube de leitura, por isso, o cronograma de leitura se estenderá por quase 1 mês..

Para entender melhor como funciona as nossas discussões leiam as regras AQUI!

Link do livro em PDF e em formato Kindle AQUI.

Link do livro físico para comprar na Amazon AQUI

Boa Leitura a todos!
Estou lendo o livro e vou falar um pouco das minhas impressões desses seis primeiros capítulos que é o que eu li até agora e o que pode ser debatido segundo o cronograma. Tem spoiler no comentário abaixo.

O livro é muito bizarro e surreal (e mal escrito). 

Achei os primeiros dois capítulos bem descritivos e meio chatos de ler mas depois o livro melhora um pouco. É um mundo distópico. Acredito que ele viu a idolatria a tecnologia e também o aumento da ciência e tentou criar um mundo de acordo segundo os projetos esquerdistas de usar essa ciência que estava surgindo a seu favor. 

E depois tentou criar um enredo em formato de livro para mostrar como seria esse mundo com governos totalitários altamente centralizados com tecnologias de ponta a disposição e as pessoas sendo escravizadas por ela (sem perceber). Ele fez uma previsão de que o mundo estaria assim em 600 anos, ou seja, em 2500, mas depois de 10 anos ele deu uma entrevista e disse que viu o avanço surpreendente que a tecnologia deu e que era possível que isso ocorresse em cerca de 100 anos, ou seja, algo como 2041. 

Ele fica o primeiro capítulo inteiro descrevendo como seria a produção de humanos em laboratório. É feito em escala industrial como em uma linha de montagem de carros, deve ter se inspirado nas fábricas da Ford. Logo de cara ele já deixa claro que é um mundo que não existe família. Não existem pais e mães ou irmãos. Fetos são feitos em laboratório em quantidades altas de gêmeos idênticos (para trabalharem juntos na mesma função) e tratados com diversas químicas e separados por funções e categorias, principalmente em castas, os alfa recebem mais oxigênio para serem mais inteligentes e maiores e para liderarem os outros, os betas, ypsilons e outras categorias inferiores recebem menos oxigênio e algumas substâncias diferentes enquanto fetos para serem mais burros e baixos, mais fortes e braçais, para resistirem ao calor, resistirem melhor a falta de gravidade e coisas do tipo, cada grupo de gêmeos idênticos é feito sob encomenda de acordo com o futuro trabalho que irão ter. 

E durante a infância, enquanto ainda bebês todos são doutrinados durante o sono a diversas coisas, a serem consumistas, a odiar as outras classes inferiores, os do meio a odiar os inferiores e agradecer por não serem os alfas superiores que trabalham muito e assim por diante. Usam diversas frases de efeito que ficam na cabeça deles influenciando suas decisões por toda a vida.

Eu já acho que a parte dos Ipsilons que era a casta mais baixa e que fazia o trabalho braçal, no mundo atual seria extinta já que estão substituindo a maior parte por máquinas atualmente nos países desenvolvidos e nos países em desenvolvimento, tornando inúteis ter pessoas para fazer o trabalho repetitivo e braçal de funções que antes eles eram essenciais. E classes Deltas e Gamas que seriam as classes intermediárias também estão perdendo o emprego pela inteligência artificial. Além de outras inconsistências do livro, como não existir câmeras e internet, que não tinha como ele saber naquela época.

A ideia do governo é fazer com que eles se sintam felizes em pertencer a casta que pertencem e nunca questionem isso. Sejam escravos, mas felizes para assim nunca desestabilizar o status quo. E que sejam consumistas gastando muito para fazer a economia girar. 

Também são adestrados desde bebês através de choques e tortura a diversas coisas, por exemplo, as castas inferiores a ter aversão a livros e a natureza, e, desde crianças são forçados e incentivados a fazerem sexo entre si o tempo todo através de jogos eróticos até banalizarem isso como algo completamente normal e aceitável. Promiscuidade é a lei e "cada um pertence a todos", como é repetido durante o sono deles desde bebês, quem ficar algum tempo com a mesma pessoa acaba sendo denunciado e punido. Além de que anticoncepcionais são comuns e todas as mulheres usam para não engravidar e se engravidarem vão a uma clínica de aborto para se livrar do bebê.

Os livros de história foram todos queimados e todos os livros mais antigos para que eles não tivessem referência de como era o mundo. Cristianismo foi banido e extinto que era a força refreadora dessas coisas e eles já nem fazem ideia do que era e o que existiu no passado antes de Ford. 

O tempo é baseado em Antes de Ford e depois de Ford que é o Deus deles. Idolatram a tecnologia e a ciência e fazem alguns rituais de idolatria a Ford como se fosse uma paródia e blasfêmia da santa ceia que os cristãos faziam na igreja a Deus (mas sem saberem disso já que desconhecem religião). 

E tem uma droga muito forte que está em muitos produtos e também em comprimidos e eles são orientados a tomar o tempo todo que seria uma espécie de ecstasi ou algo do tipo. Os fazendo esquecer dos problemas, fazer com que evitem pensar, e os manter sempre felizes e anestesiados. Além da droga eles ouvem sempre músicas eletrônicas que os colocam em um estado de transe constante. Eles são ensinados que devem ser sempre felizes o tempo todo e sempre fugir da ideia de serem sóbrios ou pensativos. 

É uma ditadura a nível mundial divida em 10 super-países. E só existem 2000 sobrenomes possíveis de serem usados e são todos de pessoas como Marx, Engels, Ford e outros esquerdistas e tecnocratas importantes. População permanente em um número estável e controlado (não lembro o valor exato), mas produzem fetos só para repor os que precisam para manter esse número.

Na época que o livro foi escrito, 1932, os casamentos eram para a vida toda, divórcio era uma coisa difícil de acontecer e que só foi se tornar facilitado e comum décadas depois, legalizar o aborto era uma ideia absurda que nem a extrema esquerda tinha coragem de defender abertamente, não existia anticoncepcional, nem drogas sinteticas fortes incentivadas e liberadas, não existiam aviões e helicópteros por toda parte para uso civil, a revolução hippie e cultural com todas as orgias ainda nem tinha começado. Então, o livro falou muita coisa que de fato aconteceu algum tempo depois, então deve ser por isso que fez fama.

Levando ao Brasil hoje, parece que a esquerda radical segue os princípios descritos no livro como um manual de campo, porque aparentemente seguem a risca muita coisa, olha só:
  • Tentam destruir o cristianismo e a bíblia a todo custo como fizeram no livro.
  • Tentam destruir monumentos históricos, queimar museus e igrejas e acabar com outras referências do passado.
  • Tentam sexualizar as crianças e força-las a fazer sexo ensinando nas aulas de ciências da escola sobre órgãos sexuais e como funciona o sexo e tudo mais quando são bem jovens (já ensinam aos 10 anos se não me engano) para instigar a curiosidade e as fazer antecipar comportamentos promíscuos entre si. Os próprios professores na era PT eram instruídos a não interferir caso vissem algumas crianças tocando nas partes íntimas uma das outras porque aquilo era, segundo eles, algo normal e saudável. Tentaram empurrar um kit gay para crianças também. No livro o autor nem sequer (até agora) aborda relacionamentos gays por ser algo bem repulsivo e dificil naquela época e que talvez ele não imaginou que a sociedade chegasse a tanto de legalizar e incentivar isso até "normalizar" como fazem hoje. E também não imaginou pedofilia que é outra coisa que a extrema esquerda estão tentando legalizar hoje.
  • Tentam o incentivo ao uso de camisinhas, anticoncepcionais e abortos em larga escala mesmo para crianças como no livro.
  • Incentivo a promiscuidade e sexo antes do casamento através de carnaval, novelas, campanhas e filmes que hoje se tornou completamente comum.
  • Legalização da maconha e depois de outras drogas mais pesadas para manter todos alienados em um estado de transe eterno como no livro.
  • Músicas que afetam o cérebro e a mente e incentivam a promiscuidade que podem ser ouvidas em qualquer lugar, hoje temos celulares e caixas de som para ouvir músicas onde quisermos e estarmos sempre alienados.
  • Incentivo a destruição do casamento através de divorcio facilitado e vantajoso para as mulheres, descriminalizar a traição (foi descriminalizada em 2005 no Brasil) e legalização de relacionamentos homoafetivos, pedofilia, zoofilia e tudo mais, além de criar direitos absurdos para mulheres e punições seríssimas para os homens, para banalizar e desincentivar o casamento de uma bez por todas e assim acabar com ele como fizeram no livro.
  • Sem contar que a tecnologia avançou e já conseguem alterar características físicas em crianças antes do nascimento e escolher como vão nascer. Já existe barriga de aluguel e inseminação artificial com 3 pais aprovadas em alguns países, sem contar a tecnologia Crispr que permite fazer edições genéticas nos fetos e até misturar com animais para nascerem serem híbridos, no livro ele não aborda essa anomalia (que a China já vem fazendo), mas deixa claro que eles dominavam a tecnologia de modelar os fetos como queriam.
  • O politicamente correto domina e as pessoas amam a submissão a um governo central e quem questiona as coisas é atacado e punido. Lembra muito os petistas hoje.
  • Smartphones que mantém as pessoas alienadas e em um estado de transe constante. Assim como o Instagram, facebook, machonha, alcool, cigarro, smartphone, netflix, videogames, músicas, doces, carboidratos, tudo isso em excesso e por todos os lados, hoje somos doutrinados a sermos o tempo todo sempre felizes e alienados em um estado de transe eterno.
No início já é falado que a grande ideia dessa ditadura mundial centralizada é convencer as pessoas a amarem a sua escravidão. Elas serem obrigadas a fazer exatamente o que eles mandam e nunca questionarem e se sentirem felizes mesmo assim. E por isso a televisão, redes sociais, jornais e professores se tornam peças chaves. É exatamente o que a extrema esquerda fez no Brasil, aparelhou esses setores e temos hoje uma burricada de burros e asnos defendendo com cascos e dentes o governo PT que os roubou e tentou os escravizar. Eles não apenas amam a servidão como lutam por ela.

Hoje as pessoas estão sendo doutrinadas de diversas formas e têm muitas ideias que não foram elas que tiveram, mas que foram construídas em suas cabeças por outros com intenções ocultas e elas nem sequer perceberam.

Achei interessante que ele diz que se pudesse reescrever o livro criaria uma comunidade de exilados dentro dos limites da reserva indígena que seria descentralizada, talvez estilo libertário, e "a ciência e a tecnologia seriam usadas como se, a exemplo do sábado, tivessem sido feitas para o homem, e não como se o homem tivesse de ser adaptado e escravizado a elas." Até o sábado bíblico que ele menciona como exemplo foi deturpado. Deus criou para o nosso descanso e hoje tentam adequar ele como acham mais conveniente, exigindo até mesmo guardar outro dia no lugar (o domingo). Falo mais sobre isso AQUI.

Acho que se pudessem escolher, viverem separados de toda essa descarga exagerada de dopamina, com uma vida mais pura, simples e isolada, perto da natureza, com liberdade total de escolha e com as responsabilidades e consequências dela, ou tivessem que escolher viver totalmente escravizados, alienados, viciados e em estado de transe constante por drogas, músicas hipnóticas e sexo, sob o jugo de um "admirável mundo novo", uma ditadura global, só obedecer, completamente acomodados e dopados em uma vida estável, a maioria das pessoas que eu conheço escolheriam a última opção.
Acho que se pudessem escolher, viverem separados de toda essa descarga exagerada de dopamina, com uma vida mais pura, simples e isolada, perto da natureza, com liberdade total de escolha e com as responsabilidades e consequências dela, ou tivessem que escolher viver totalmente escravizados, alienados, viciados e em estado de transe constante por drogas, músicas hipnóticas e sexo, sob o jugo de um "admirável mundo novo", uma ditadura global, só obedecer, completamente acomodados e dopados em uma vida estável, a maioria das pessoas que eu conheço escolheriam a última opção.



O êxodo silencioso já começou...

Por causa dessa comunidade e do bom testemunho deles irei examinar o adventismo e escritos da Ellen White...  Uma comunidade de sobrevivencialistas. 

Canal muito interessante, tem até o Walter Veith

Esse estilo de vida é que os Porcos Satanicos globalistas Comunistas do ESTADO querem destruir.





Um ministério pequeno e insignificante tendo a  visita de  um grande pregador ? Exclamation



(02-09-2020, 10:05 PM)Libertador Escreveu: [ -> ]Estou lendo o livro e vou falar um pouco das minhas impressões desses seis primeiros capítulos que é o que eu li até agora e o que pode ser debatido segundo o cronograma. Tem spoiler no comentário abaixo.

O livro é muito bizarro e surreal. 

Achei os primeiros dois capítulos bem descritivos e meio chatos de ler mas depois o livro melhora um pouco. É um mundo distópico. Acredito que ele viu a idolatria a tecnologia e também o aumento da ciência e tentou criar um mundo de acordo segundo os projetos esquerdistas de usar essa ciência que estava surgindo a seu favor. 
Na verdade Aldous Huxley era Insider do pessoal que queria implantar isso. Não estava exatamente dando um alerta, mas informando ao povo como o mundo seria. 
Li esse livro há quase uma década, então não vou lembrar dos detalhes, mas é impressionante como avançamos a passos largos para a distopia do orgy porgy e do soma que é ali descrita (talvez não para um sistema de castas genéticas, mas fora isso...). 
Perdeu-se o bom senso, se acredita na "ciência" e na mídia de massa. Perdeu-se o senso de construir um futuro sólido (família e propriedade), para adotarmos uma visão distorcida do Carpe Diem, um niilismo hedônico. Dominados pelo prazer, somos fáceis de escravizar.
(03-09-2020, 09:55 AM)Minerim Escreveu: [ -> ]Acho que se pudessem escolher, viverem separados de toda essa descarga exagerada de dopamina, com uma vida mais pura, simples e isolada, perto da natureza, com liberdade total de escolha e com as responsabilidades e consequências dela, ou tivessem que escolher viver totalmente escravizados, alienados, viciados e em estado de transe constante por drogas, músicas hipnóticas e sexo, sob o jugo de um "admirável mundo novo", uma ditadura global, só obedecer, completamente acomodados e dopados em uma vida estável, a maioria das pessoas que eu conheço escolheriam a última opção.

O êxodo silencioso já começou...

Por causa dessa comunidade e do bom testemunho deles irei examinar o adventismo e escritos da Ellen White...  Uma comunidade de sobrevivencialistas. 

Canal muito interessante, tem até o Walter Veith

Esse estilo de vida é que os Porcos Satanicos globalistas Comunistas do ESTADO querem destruir.





Um ministério pequeno e insignificante tendo a  visita de  um grande pregador ? Exclamation

Sair das grandes cidades é o caminho. Qualquer pessoa sensata já está chegando nessa conclusão. Nas cidades grandes a criminalidade é maior, os riscos são maiores, greves e sindicatos param cidades inteiras as vezes, se trocar o governo sempre começam a oprimir pelas capitais, até os casos de morte por epidemias são muito maiores nos grandes centros e por aí vai. Eu mesmo já iniciei um projeto de mudança para morar mais afastado da capital. Basicamente uma casa de campo enquanto trabalho na cidade e enquanto isso trabalharei em cima de uma fazenda bem mais isolada de cidades e pequenas cidades para o médio/longo prazo. Acredito que em 2022 começo a trabalhar nessa ideia da fazenda.

Meu pai deu o passo inicial nisso há uns 10 anos atrás, comprou uma chácara a cerca de 40 minutos da capital, plantou uma centena de arvores frutíferas de especies diferentes que já estão grandes e produzindo bastante. Fez "granja" para galinhas caipiras que já chegou a ter 200 galinhas ao mesmo tempo andando pela chácara, plantação de algumas coisas e um fosso para ter a própria água. Ficou show de bola. 

O lado bom é que deu pra testar muita coisa, já perdemos várias galinhas com doenças no início até entender como agir, fomos entendendo melhor a dinâmica da horta e da plantação das coisas em geral, aprendendo a criar galinhas de maneira sustentável sem precisar ficar comprando ração e coisas por aí. No início o melhor é fazer isso mesmo, não radical quanto o pessoal do video, até porque ainda surgiram novas epidemias piores do que essa no futuro próximo, mas com calma comprar algo que tenha um bom quintal, mais afastado dos grandes centros e aprender a depender menos da sociedade e se desplugar um pouco desse ritmo alucinante que as pessoas entraram. E no início é ir quebrando a cara e aprendendo os macetes antes de fazer investimentos expressivos (como meu pai fez no início plantando muito um item que não sabia e perder um bom dinheiro porque perdeu a safra por alguns erros de principiante), aí vai aprendendo e com o tempo aumentando o investimento.

O bom é que até se tiver um colapso financeiro mundial, faltar comida e as pessoas morrerem de fome, quem mora em sítios e fazendas sobrevive com menos danos que os outros. Inclusive foi o que aconteceu em um livro que li essa semana, teve uma fome gigante na Coreia do Norte e cerca de 10% da população morreu segundo estimativas e o pessoal passou muita fome, roubava comida da casa dos outros, matava cachorro do vizinho, fugiam desesperados pela fronteira morrendo pelo processo, ou simplesmente morrendo de inanição, mas quem tinha pequenas fazendas mais isoladas não sofreu como quem estava na cidade. E quanto mais isolada menores foram os saques, crimes e espoliação legal do governo em cima da produção.
Sobre o livro, vou postar uma crítica pós leitura porque alguns realistas queriam saber porque achei o livro ruim. 

Mas, que audácia desse leão em criticar uma obra-prima consagrada não é mesmo?  Gargalhada Gargalhada

Primeiro quero ressaltar que criei uma expectativa grande com o livro já que vivem falando dele por aí. Tanto que preferi comprar a versão física para já deixar guardado na minha prateleira quando terminasse. Certo que seria um bom livro por ser um clássico.

Terminei de ler e tudo que achei útil no livro são justamente os primeiros capítulos no qual havia relatado aqui no tópico as minhas impressões. Dá pra se fazer um paralelo com a nossa situação atual. Tirando essas referências, não vejo nada mais a acrescentar de proveitoso.

Má formatação

Eu já comecei a me decepcionar no início por ser muito descritivo e sem enredo. Não desenvolvia. Quando começa a história, finalmente, ele vai mudando o ambiente e personagens totalmente de um paragrafo para o outro, intercalando histórias distintas e sem conexão entre si. É um recurso que alguns até usam. Eu já não gosto, ainda mais de forma exagerada como fez. Por sorte, ele fez isso só em um capítulo e depois o livro muda de estilo literário. Quem leu percebe que isso é chato de se ler. Mas deve ter quem gosta. 

Além disso, eu pessoalmente achei o desenvolvimento da trama mal feito, a história dá pulos entre episódios sem explicação e conexão, avança no tempo do nada. Coisas absurdas que eu não esperava ver em uma "obra-prima". 

Conforme fui lendo fui gostando menos ainda do livro. Ele não consegue criar conexão com os personagens, tornando assim a leitura cansativa. Aparentemente ele foca em descrever um mundo distópico, mas tenta jogar uns personagens no meio da descrição, os levando a andar por ambientes distintos com o objetivo de explicar os ambientes, mas esquece deles durante a descrição, deixando o enredo falho, depois lembra e continua a história de um ponto sem conexão com a anterior. Parece que ele criou uma descrição do mundo e só depois tentou jogar uns personagens no meio, só pra justificar um enredo para vender a ideia do livro como um romance em vez de um manual descritivo. 

Estilo de vida distintos:

Conforme eu lia, pior ficava o livro na minha avaliação. Durante o enredo o autor faz questão de criar dois perfis distintos: Os escravos iludidos e os homens livres que são chamados de selvagens e são completamente transtornados e malucos. Ele tenta deixar claro que não é possível uma pessoa viver fora de um sistema controlador e ser mentalmente saudável. O que vi foram dois estilos de vida "concorrentes" (os selvagens e a civilização) e ambos eram destrutivos, mas o estilo do selvagem como ser livre era mais destrutivo ainda. Pra mim foi uma tentativa de tentar validar o admirável mundo novo como algo legítimo por associação com uma alternativa pior ainda. Basta ver como ele colocou o selvagem como um louco irremediável e como uma vítima iludida maior que os escravos condicionados desde a infância. O relacionamento dele com a moça retrata bem isso e a forma estupida como ele se mata. Levando o leitor inconscientemente achar que entre as duas opções é melhor mesmo ser doutrinado por um governo mundial e viver nessa suruba futurística escravagista do que ser livre longe da sociedade. Me pareceu muito forçado.

Se o selvagem era para ser um contraponto de pensamento livre para o mundo distópico destrutivo, então Aldous Huxley falhou miseravelmente. Mas, depois de concluir a obra, tenho certeza que não foi uma falha dele, ele criou o personagem livre pior que os escravos de propósito justamente porque era a alternativa ideal para reforçar a sua mensagem subliminar (vou falar dela daqui a pouco).

Deve ser por isso que ele estragou completamente o final com o selvagem agindo como um louco e idiota e se matando. Poderia ter mudado a abordagem do personagem para aprofundar muito alguns dilemas morais de livre-arbítrio, liberdade, e criar um contra-ponto incrível em vez de ter feito essa merda. Isso me decepcionou por completo com o livro. E o que mais me chateou foi ter percebido depois que ele fez isso de propósito sabendo que era ruim e estragaria a trama mas que reforçaria a ideologia que queria colocar nas massas, como ele mesmo diz na introdução do livro (para os mais atentos).

O "selvagem" se auto-flagelando no final deve ser uma metáfora que ele fez com o infeliz do leitor que chegou até o final do livro com esforço achando que salvaria o tempo perdido da primeira metade da leitura, mas depois da auto-flagelação de lermos tudo concluímos que só tornou a perda de tempo maior ainda.

Entrevista final:

No final ele coloca todos os personagens cara a cara com o mais importante do livro, o Mustapha Mond (controlador mundial), com uma seção de perguntas e respostas para terminar de explicar seu mundo distópico e tirar dúvidas que as pessoas possam ter tido sobre seu funcionamento. O livro aqui demonstra claramente que o seu objetivo sempre foi ser uma aula e uma propaganda, em vez de ser um enredo bem desenvolvido de romance de ficção científica. Foi nesse dialogo me levou a confirmar por completo os meus questionamentos durante a leitura sobre a real intenção do autor do livro. 

No dialogo o controlador mundial defende que o livre-arbítrio deve ser sacrificado em prol da segurança e paz mundial. Igual o argumento que usam hoje para defender as medidas ditatoriais do coronavírus. Mas, ele vai além, defende que a felicidade é mais importante que a liberdade, entre outros pontos que ouvimos a esquerda defender. O autor tenta, através do personagem mais sábio, o esforço final para convencer o leitor que vale a pena comprar a ideia do livro, que uma ditadura global é inevitável e é a melhor solução. 

Cheguei a essa conclusão óbvia pela forma como ele aborda com habilidade a defesa do mundo distópico e de seus ideiais usando o personagem tido como o mais sábio e mais poderoso, enquanto não rebate os argumentos apresentados usando os outros personagens. E quando finalmente um deles faz, é o selvagem louco e iludido e de forma rasa e fraca que é rapidamente refutada com argumentos bem embasados pela voz do personagem ditador. Levando ao leitor médio (a grande maioria), sem perceber, comprar as ideias de que no final das contas, apesar da "crítica" que o livro fez, uma ditadura dessa não é tão má quanto pensava quando começou o livro, e assim, inconscientemente, a desejar abrir mão da liberdade em troca de um "futuro glorioso". 

Exemplo tosco:

Ele cita uma experiência fictícia para corroborar sua ideia nos argumentos da entrevista final, que um grupo de alfas foi fabricado, algo como 20 mil humanos e foram colocados em uma ilha, de Chipre, se não me engano, esse grupo era o grupo mais inteligente de seres humanos feitos geneticamente e decidiram fazer uma experiência, sem um governo autoritário e ditatorial eles seriam livres para se organizarem como quisessem. E eles entram em guerra civil e se matam e os poucos imploram que a ditadura volte. Na cabeça do autor, ele diz que liberdade sempre vai dar em uma guerra civil pois sem uma ditadura para controlar as massas isso é algo inevitável. E que criar pessoas burras e dividir por castas pro resto da vida é a única solução. Quem já leu "A Lei" de Frédéric Bastiat, ou Desobediência Civil de Henry Thoreau, consegue ver o quanto isso é absurdo e que ele forçou demais aí, mas o leitor médio que é o alvo do escritor não consegue. 

Hipocrisia do autor:

As pessoas acham que ele fez o livro para criticar o autoritarismo tecnocrata. Ele fez na verdade um aviso e propaganda para promover ele, nem de longe foi uma crítica. Apesar que ele finge que é para os desatentos. Se o autor quisesse criticar teria criado um contra-ponto dos argumentos feitos, no mínimo com o mesmo nível para ambos os lados, mas, ele defende de forma embasada os argumentos em favor da ditadura e opressão como algo lindo e do outro lado ele faz faz críticas tão vagas, tão esparsas e tão leves que claramente não tentam defender ou refutar nada.

Para mim ficou nítido que o autor trollou a humanidade. Ele, pelo menos, deveria ter sido sincero de que sonhava e lutava por esse mundo, em vez de fingir avisar os outros enquanto dentro da obra só faz apologia e defesa desse mundo. Quem leu N.A. sabe que temos que nos basear no que a pessoa faz e não no que fala. Então, não adianta o livro parecer uma crítica a ditadura se dentro dele só tem proselitismo tecnocrata.

Mas, aos incautos, às massas, que são a grande maioria, o livro foi certeiro, caíram no engano sem quase ninguém perceber. Atingindo, assim, exatamente o que o autor queria. Divulgar uma nova ideia de mundo e a tornar conhecida sem parecer estar promovendo isso. Uma jogada bem elaborada de mal caratismo.

E depois de toda a propaganda que ele fez no livro eu vi muita gente em comentários por aí dizendo que uma ditadura assim seria algo bom e gostaria de viver lá. É muita ingenuidade dos realistas aqui do fórum acharem que ele escreveu o livro como aviso ou entretenimento para as pessoas, sem segundas intenções, e sem uma agenda esquerdista forte por trás. 

E tenho certeza que meu comentário criticando vai ofender alguns, mas não vão apresentar contra-argumentos refutando, no máximo me criticar como pessoa, alegando ingenuidade minha, falta de compreensão e coisas do tipo. Afinal, como alguém ousa criticar uma obra-prima consagrada e elogiada? Indicado a prêmios importantes pelos mesmos que defendem que um controle absoluto sobre as massas é a solução? Talvez o ingenuo não seja eu.

É claro, que, apesar da intenção do autor, alguns homens sábios, professores e doutores, vão conseguir tirar excelentes lições do livro, como as considerações que postei no início do tópico. É possível se aprender até com manuais da esquerda radical feita para doutrinar os outros. O fato de ter boas análises de pessoas sérias não torna a obra boa, apenas mostra que essas pessoas sabem tirar proveito de coisas ruins.

Mas, as massas, a absurda maioria que ler, vai comprar a ideia subliminar vendida e, infelizmente, o propósito do livro é alcançado independente dessa minoria esclarecida que faz boas análises.

A grande solução para as ditaduras segundo ele é descobrir como fazer os escravos amarem a sua servidão e o livro aborda como seria a suposta solução. A ideia do livro não é usar a força para dominar as massas, mas submergir as massas em um mundo encantado de prazeres para que fiquem em estado de transe constante sem conseguir acordar. Como estão fazendo hoje no ocidente com smartphones, celular, internet, pornografia, maconha, cerveja, cigarro.

Conclusão:

Resumindo, o livro é uma merda e a própria ideologia defendida dentro dele também, mas o autor usa palavras bonitas e difíceis e faz citações de Shakespeare para dar mais importância na sua propaganda, então, fica uma merda em uma caixa bonita com um perfume em cima para tirar o cheiro, fica mais apresentável mas por dentro não deixa de ser merda.

É como eu dizer que vou criticar a esquerda e faço um livro com personagens defendendo todos os pontos esquerdistas de forma embasada e elaborada e nenhum personagem criticando os pontos e se o fazem é de forma estupida por personagens burros. É isso que o autor fez no livro e tem gente aqui no fórum que ingenuamente comprou a mentira dele.

Um livro desses ser um clássico e ter ganho prêmios me leva a pensar o quanto esses sistemas de premiações estão corrompidos e quais as intenções desses líderes. Eu comprei o livro para ter impresso que é o que eu faço com os clássicos, porque já pré-julgo que serão bons livros e é bom ter livros bons impressos para reler, mas esse eu vou jogar no lixo, normalmente eu doo quando não gosto, mas não vou fazer mais alguém perder o tempo lendo isso, o melhor lugar dele é o lixo mesmo.
Quem gostou entendeu o oposto. Talvez você tenha razão porque Huxley era um insider da Sociedade Fabiana etc, mas entendo que a ideia do livro em si era criticar aquela sociedade e não exaltar. Mas se não gostou dele, pode me mandar ele que eu aceito Yaoming.
(27-09-2020, 10:07 PM)Temujin Escreveu: [ -> ]Quem gostou entendeu o oposto. Talvez você tenha razão porque Huxley era um insider da Sociedade Fabiana etc, mas entendo que a ideia do livro em si era criticar aquela sociedade e não exaltar. Mas se não gostou dele, pode me mandar ele que eu aceito Yaoming.

Pelo que percebi ele finge tentar criticar quando na verdade está defendendo uma ideia nova na cabeça dos ingênuos.

É tipo esquerdista defendendo que desarmar a população é importante pra acabar com o crime. Os ingênuos que querem acabar com o crime passam a defender o desarmamento e acham que os líderes esquerdistas querem acabar com o crime quando na verdade eles estão fazendo isso para o exato oposto, aumentar o crime. Uma jogada bem inteligente e cruel.

O Aldous vem com uma ideia que seria quase uma crítica sutil mas dentro do livro só faz apologia e incentivo.

Acabei lendo isso hoje em um site em inglês depois que postei a análise e faz muito sentido:

Spoiler Revelar
Sua escuridão, ficção científica, satírico-comédia foi um veículo para ele introduzir eventos de choque bastante assustadores e futuros. Enquanto no romance as idéias são retratadas como sinistras, na vida Huxley realmente avançou a sociedade em direção a tais fins ao virar os valores culturais de cabeça para baixo - a única maneira de tais idéias bizarras no Admirável Mundo Novo poderiam possivelmente se concretizar. O próprio Huxley poderia ser descrito como um estudante "Alfa", pois foi criado em uma família dos mais altos privilégios com a melhor educação, e preparado como um líder em seu campo com acesso total de porta aberta a uma série de sociedades poderosas no cinema, mídia, academia e ciência, cujos empreendimentos foram apoiados com bolsas e que também ajudaram a determinar o curso da sociedade. Sendo bem versado na mecânica da psicologia e nas técnicas pavlovianas, muitas das obras de Huxley, como Brave New World, eram operações psicológicas (psy-ops) apresentadas como avisos para condicionar a população a se acostumar com as idéias que ele apresentou como a evolução inevitável do homem.
Eu esperava mais de suas críticas até pelo rebuliço todo que fez mas está no seu direito em não gostar da obra. Eu até evitei comentar no tópico da discussão porque sou suspeito em falar do Huxley (como escritor), e também porque o José Monir Nasser dissecou todo o livro em uma aula disponível no Youtube e que foi inclusive transcrita nas apostilas do Expedições Pelo Mundo da Cultura, disponível na internet em PDF, mas concordo com você no que se refere ao final do livro, deixou a desejar. 

Citação:"Haverá, na próxima geração, ou perto dela, um método farmacológico de fazer as pessoas amarem sua submissão, e produzir ditaduras sem lágrimas, ou, por assim dizer, produzir um tipo de campo de concentração indolor para sociedades inteiras, de modo que as pessoas terão sua liberdade tomada, mas apreciarão"

1961, Huxley

 Sugiro que se for pra dar fim no exemplar (já que você se recusa a doá-lo) evite queimá-lo ou algo nesse sentido, reflita novamente e doe para uma biblioteca (poderá ser muito útil para vestibulandos).
(28-09-2020, 12:40 PM)Dallas Escreveu: [ -> ]Eu esperava mais de suas críticas até pelo rebuliço todo que fez mas está no seu direito em não gostar da obra. Eu até evitei comentar no tópico da discussão porque sou suspeito em falar do Huxley (como escritor), e também porque o José Monir Nasser dissecou todo o livro em uma aula disponível no Youtube e que foi inclusive transcrita nas apostilas do Expedições Pelo Mundo da Cultura, disponível na internet em PDF, mas concordo com você no que se refere ao final do livro, deixou a desejar. 

Citação:"Haverá, na próxima geração, ou perto dela, um método farmacológico de fazer as pessoas amarem sua submissão, e produzir ditaduras sem lágrimas, ou, por assim dizer, produzir um tipo de campo de concentração indolor para sociedades inteiras, de modo que as pessoas terão sua liberdade tomada, mas apreciarão"

1961, Huxley

 Sugiro que se for pra dar fim no exemplar (já que você se recusa a doá-lo) evite queimá-lo ou algo nesse sentido, reflita novamente e doe para uma biblioteca (poderá ser muito útil para vestibulandos).

Li o livro há mais de uma década. Achei excelente! Fiquei de ler outras obras, como "As portas da percepção", mas acabei me esquecendo.

Essa história conspiratória de insider aí, sei não...

A palestra citada é incrível, e aqui colo links:

PARTE 1

José Monir Nasser - Aldous Huxley - Admirável Mundo Novo - parte 1/2

PARTE 2

José Monir Nasser - Aldous Huxley - Admirável Mundo Novo - parte 2/2
@Libertador eu disse mais ou menos a mesma coisa que o texto que você citou posteriormente: "Na verdade Aldous Huxley era Insider do pessoal que queria implantar isso. Não estava exatamente dando um alerta, mas informando ao povo como o mundo seria."

Porque você aparentemente não tomou para si, ou não pensou que poderia tomar o livro como um alerta (o que eu fiz, mesmo posteriormente tendo tomado consciência das origens supracitadas do autor) é o que não entendi. Embora as intenções dele possam ter sido sinistras, acho que o livro tem muitas lições valiosas para quem quiser aprendê-las.

@Dr. Lecter que o Huxley era insider e membro dos Fabianos é comprovado, nada de "conspiração" nisso aí. Pelo pouco que conheço do Monir Nasser ele é (era) muito bom, obrigado pela palestra.
(28-09-2020, 12:40 PM)Dallas Escreveu: [ -> ]Eu esperava mais de suas críticas até pelo rebuliço todo que fez mas está no seu direito em não gostar da obra. Eu até evitei comentar no tópico da discussão porque sou suspeito em falar do Huxley (como escritor), e também porque o José Monir Nasser dissecou todo o livro em uma aula disponível no Youtube e que foi inclusive transcrita nas apostilas do Expedições Pelo Mundo da Cultura, disponível na internet em PDF, mas concordo com você no que se refere ao final do livro, deixou a desejar. 

Citação:"Haverá, na próxima geração, ou perto dela, um método farmacológico de fazer as pessoas amarem sua submissão, e produzir ditaduras sem lágrimas, ou, por assim dizer, produzir um tipo de campo de concentração indolor para sociedades inteiras, de modo que as pessoas terão sua liberdade tomada, mas apreciarão"

1961, Huxley

Olha só. Não quis comentar, mas foi só eu criticar que aí você comentou e choveu comentários dos outros. Descobri que a estratégia para aumentar a participação dos realistas nos tópicos de discussão de livros é polemizar.  Yaoming Yaoming

Essa citação dele que você postou eu já tinha visto, não vi crítica nenhuma aí, só uma apologia como se fosse algo inevitável e até uma expectativa dele para que aconteça. Esse video que você sugeriu e o Dr. Lecter postou eu vou assistir com calma, essas análises, algumas vezes, são bem melhores do que o próprio livro. Acho que esse vai ser o caso.