É, acabei de crer que aqui no HUES tem muita gente lucrando alto com putaria, manginisse e promiscuidade. Vejam o forte espírito empreendedor da mulher capixaba:
No HUes, há oferta de e sexo em bares e até dentro de shoppings
Em bares, boates, restaurantes, e até mesmo em shoppings. Esses são alguns dos lugares que agenciadoras estão oferecendo garotas de programas para clientes em municípios da Grande Vitória. Elas levam as fotos das garotas que agenciam em books fotográficos, que podem ser impressos e também em celulares.
Essas meninas que estão começando, na maioria das vezes, recebem indicação de uma amiga, que já trabalha com a agenciadora. Ela conversa pessoalmente com
a agenciadora, como numa entrevista. “A agenciadora quer ver como a menina é. Se for aprovada, a menina manda as fotos”, explicou uma profissional do sexo, de 25
anos.
GAROTA DE PROGRAMA
“Desde o início queria ser cafetina”
Uma garota de programa, de 28 anos, que também já trabalhou como agenciadora, conversou com a reportagem de A Tribuna.
Como e quando você começou a trabalhar como garota de programa?
Foi há 10 anos, comecei por indicação de uma amiga. Eu tinha agenciadora na época e aprendi muito. Ela me ensinou até como atender o telefone. Fui guardando os ensinamentos dela para quando eu quisesse trabalhar sozinha. Fiquei com agenciadora por um tempo e depois, quando já tinha minha clientela fixa, fui trabalhar sozinha. Mas acabei voltando para outra cafetina.
E você já agenciou?
Sim, mas foi por pouco tempo porque fui presa. Achei melhor não mexer mais com agenciamento e fiquei só sendo garota de programa mesmo. Era perigoso. Mas desde o início queria ser cafetina. Só que vi que o risco não valia a pena.
E como era?
A minha tinha uma agência mesmo, era uma casa que funcionava como escritório. Ela não tinha book, ela indicava os sites para a gente colocar as fotos. Ela fazia a
negociação para gente e dava o local do encontro. Ela também levava a gente para os encontros.
Já passou por alguma situação de perigo com agenciadora?
Eu não, mas conheço uma garota que foi até ameaçada, teve que sair do Estado. Tem agenciadora que explora a gente.
Você ganhava mais quando trabalhava para agenciadora?
Sim, cheguei a ganhar quase R$5 mil por mês. A agenciadora tem as manhas dela, sabe negociar, tem muitos contatos. Mas achei que era melhor trabalhar sozinha
Garota siliconada tem cachê maior
As garotas de programas que possuem implantes de silicone têm um valor diferencial no mercado da prostituição, tanto as que trabalham com agenciadoras, quanto
aquelas que atuam por conta própria. A informação é de profissionais que trabalham no ramo.
“Uma mulher que coloca silicone, seja nos seios ou no bumbum, ela quer o cachê maior, e acaba sendo mais valorizada até mesmo pela agenciadora. É claro que ela
precisa ter um conjunto bonito, um rosto bonito e o corpo todo bacana”, disse uma garota de programa, de 28 anos.
Uma jovem, de 26 anos, disse que as garotas de programas mais novas, também são mais valorizadas.
“Carne nova é muito valorizada. Isso até uns 25 anos, depois a clientela cai um pouco. Acho que é uma preferência dos clientes. Meu cachê quando eu tinha 23 anos era de R$ 250. Hoje é em média R$ 200”.
Ela afirmou que começou a se prostituir com 23 anos, por indicação de uma amiga. “Fazia faculdade, mas o dinheiro não dava”.
Negociações até pelo WhatsApp
As negociações de garotas de programas entre a agenciadora e os clientes podem acontecer de diversas maneiras, de acordo com as profissionais do sexo que foram
ouvidas pela reportagem de A Tribuna na última semana. Entre elas, uma que está sendo usada com frequência é a negociação pelo celular, através do WhatsApp.
Segundo uma garota de programa, de 25 anos, que preferiu não ser identificada, nesses casos, o primeiro contato entre o cliente e a cafetina é feito através de indicações de outros clientes.
“Tem homem que não quer ter o contato direto com a agenciadora e tem algum amigo que já é cliente da cafetina. Aí, acontece a indicação e a agenciadora manda as fotos das meninas pelo WhatsApp, para que ele possa escolher”, afirmou. Após a escolha, o local e o horário do programa também são marcados pelo aplicativo, assim como o valor do cachê da garota. “Mas cada agenciadora trabalha de uma forma. E se a garota não estiver disponível para o dia que o cliente quiser, ele escolhe outra”.
A jovem afirmou que os bares e restaurantes mais frequentados por agenciadoras ficam localizados em bairros nobres. “Elas vão para os estabelecimentos que os frequentadores possuem um poder aquisitivo maior. Há muitos bares na Praia do Canto que são lugares de agenciamentos. Até mesmo porque lá os bares são movimentados e existem muitos hotéis no entorno”, destacou.
Ela afirmou que quando começou a se prostituir, há cerca de cinco anos, também trabalhava com agenciadora. Hoje, a garota de programa trabalha por conta própria, fazendo anúncios em sites.
“Fui por indicação. Uma pessoa que fazia e que eu conhecia me indicou. Mas eu fiquei em books por pouco tempo. Fui logo trabalhar em boates e comecei a colocar
anúncios na internet”, relatou.
A garota de programa destacou que a comissão da agenciadora pode ser de 50% em cima do valor do programa ou até mais.
“Tem casos que o programa custa R$ 300 e a garota de programa acaba ficando só com R$ 100. As agenciadoras que eu conheço não trabalham em outra profissão, só
fazem isso mesmo”.
E completou: “Se a pessoa não quer se expor, ajuda bastante. Mas o contra é que a agenciadora fica com grande parte do valor do programa”.
Marinheiros são alvos preferidos
Os alvos preferidos de agenciadoras de garotas de programa que agem na Grande Vitória são turistas e marinheiros que chegam ao Estado a trabalho. Eles são abordados quando estão em restaurantes, shoppings e bares.
A reportagem de A Tribuna recebeu uma denúncia de uma fonte do jornal, que afirmou que viu uma mulher abordando marinheiros, em um restaurante, no centro de Vila Velha, no dia em que acontecia uma formatura na Marinha.
Segundo a testemunha, a mulher sentou numa mesa perto de onde estavam vários marinheiros e começou a mostrar fotos de garotas para os rapazes. Assim que eles
saíram, a testemunha se aproximou da mulher, alegando que tinha um tio que era marinheiro.
A mulher deu seu número de telefone para a testemunha e convidou a garota para ir a uma festa, que foi feita por marinheiros, na Praia de Itaparica, em Vila Velha.
Segundo um taxista, de 35 anos, essa festa acontece sempre que os marinheiros chegam ao Estado, em dois quiosques da praia. “Isso acontece bastante. Alguns marinheiros já conhecem agenciadoras e entram em contato com elas, para que elas levem as garotas de programa para a festa”, disse.
A testemunha, que viu a conversa entre a mulher e os marinheiros, repassou o telefone da agenciadora para a reportagem, que fez o contato com a mulher, passando-se pela menina que ela tinha encontrado no bar dias antes.
A conversa pelo telefone durou cerca de 30 minutos, mas a mulher não entregou ser agenciadora. Ela afirmou que frequenta festas da Marinha apenas para se divertir e
que gosta da companhia de marinheiros porque os rapazes são divertidos.
Diálogo com agenciadora
REPÓRTER :
Como foi a festa?
AGENCIADORA:
Eu não fui, mas as
meninas foram e se divertiram.
REPÓRTER:
Pois é. Acabei de terminar meu namoro, poderia ter ido.
AGENCIADORA:
Parece que mês que vem vai atracar outro navio e vai ter outra festa. Eu te falo e a gente vai. Sempre tem churrasco.
REPÓRTER:
Você sempre vai?
AGENCIADORA:
Sim. É divertido.
REPÓRTER :
Ma s eu estou sem dinheiro no momento. Pensando até em parar a faculdade. Está difícil pagar as contas nessa crise.
AGENCIADORA:
Ma s não precisa de dinheiro. Talvez você conhece um rapaz legal para ficar lá.
REPÓRTER:
Será que eles pagam? Estou pensando até em cobrar. Você sabe como me ajudar?
AGENCIADORA :
Não sei. Só vou para me divertir mesmo. Mas lá você conversa com o rapaz e negocia.
REPÓRTER :
Fico com vergonha.
AGENCIADORA:
Mas eu tenho sua foto do WhatsApp. Qualquer coisa te ligo e a gente vai conversando.
Comissão para taxistas com book
As agenciadoras de garotas de programa contam com ajuda para oferecer as meninas para clientes. Uma dessas ajudas é de taxistas. “Alguns taxistas carregam o book
no táxi e oferecem para os homens que chegam de fora do Estado”, revelou uma jovem, de 25 anos.
A reportagem de A Tribuna conversou com um taxista, de 35 anos, que revelou que conhece a prática. “Geralmente o próprio cliente quando chega à cidade e entra no carro pergunta onde ele pode se divertir, encontrar garotas. E alguns taxistas carregam books com as fotos das garotas, que são fornecidos pela agenciadora”.
Segundo ele, o cliente escolhe a menina e o próprio taxista é responsável por ligar para a agenciadora e marcar o encontro.
“Ele não dá o telefone da agenciadora para o cliente porque ele quer garantir a comissão, que pode chegar a 100% em cima do valor do programa. O taxista faz a negociação diretamente com a agenciadora e leva o cliente ao local marcado. Depois, recebe o dinheiro”.
Os taxistas também têm a prática de levar os clientes direto para uma boate que trabalha com garotas de programa. “O taxista indica uma boate para o cliente e leva ele até o local. Como pagamento, o taxista recebe da boate o valor da entrada que o cliente pagou ao estabelecimento. Faço isso há muito tempo”, revelou o taxista.