Avaliação do Tópico:
  • 1 Voto(s) - 5 em Média
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
[PSICOLOGIA] Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)
#1




Transtorno de Ansiedade Social, vulgarmente chamado de Fobia Social ou Sociofobia, é um transtorno ansioso descrito no DSM-IV, caracterizado por manifestações de alarme, tensão nervosa, medo e desconforto desencadeadas pela exposição à avaliação social — o que ocorre quando o portador precisa interagir com outras pessoas, realizar desempenhos sob observação ou participar de atividades sociais. Tudo isso ocorre até o ponto de interferir na maneira de viver de quem a sofre.


As pessoas com ansiedade social são pessoas excessivamente preocupadas com o julgamento alheio, com a opinião dos outros a seu respeito, são perfeccionistas e determinadas. Com essas características, os portadores de fobia costumam ter alto senso de responsabilidade, bom desempenho profissional e avidez pelos desafios da vida social. A preocupação excessiva com as situações sociais onde estará sob apreciação alheia, desperta intensa ansiedade antecipatória.


Esta timidez torna-se patológica a partir do momento em que a pessoa sofre algum prejuízo pessoal, como deixar de concluir um curso, uma faculdade ou uma entrevista por causa de um exame final que exige uma apresentação pública diante de um avaliador(es).


A doença começa a se manifestar na infância e início da adolescência e segue um curso crônico com alta proporção de comorbidades o que faz com que seja considerado um importante problema de saúde pública, embora sub-reconhecido e sub-diagnosticado. A fobia social é frequentemente confundida com excesso de timidez e traços de personalidade.


Com isso, muitos sofrem a vida inteira sem saber que sofrem de um transtorno de ansiedade social. Quando o paciente não é diagnosticado precocemente, as consequências são traumatizantes como pedidos de demissão, afastamento do trabalho, absenteísmo, etc.


Estudos apontam fatores sociais, estilos de vida e formas de convívio entre as pessoas que podem causar a fobia social. Parece haver um padrão associado a um papel familiar como modelo de resposta às situações sociais: educação autoritária, superprotetora e pais inseguros predispõe a fobia social, mas também há fatores genéticos: o córtex singulado anterior e a amídala cerebral. Gêmeos, particularmente os univitelinos (idênticos), têm maior incidência da doença do que a população em geral. Estudos apontam diferenças entre os fóbicos e não-fóbicos na forma de se auto-avaliarem. Os fóbicos pensam que não vão dar conta e que todos estão observando-as.


Parece haver uma associação estatisticamente significativa entre a fobia social e o ambiente familiar: quanto maiores os níveis de proteção e autoritarismo exercidos pelos pais, maiores os índices de fobia social, e, quanto maiores os níveis de carinho e autonomia dada pelo pais, menores são os índices de fobia social. Os fóbicos frequentemente são jovens e vivem em grandes cidades, onde o contato social é teoricamente maior. Estudos apontam que esse transtorno é mais vulnerável as mulheres do que aos homens.



Mais considerações sobre a patologia



As pessoas com fobia social generalizada ficam pensando que as pessoas das casas, dos carros, das lojas, da rua, etc, estão olhando para ela de maneira diferente ou percebendo algo anormal nela (principalmente no rosto, comportamento ou aparência) e por isso as pessoas que sofrem de ansiedade social tentam evitar o contato visual e andam de cabeça baixa. 


Mesmo nos casos em que os fóbicos tem total consciência de que as pessoas não estão os olhando ou os julgando, as reações fóbicas continuam ocorrendo, pois são embasadas num medo irracional. Algumas pessoas fazem de tudo para não sair de casa, ou, quando saem, sentem-se totalmente aliviadas quando voltam, pois é o único lugar onde elas se sentem seguras. Enquanto se encontra numa situação de exposição social, estas pessoas sentem um alto incômodo, não só psicológico como físico. 


O grau de incômodo é proporcional a situação a que está exposto. Para muitos, a presença de pessoas desconhecidas ou de pouca intimidade pode gerar um alto incômodo mesmo dentro de suas próprias casas. Se mora com outras pessoas, como seus pais e irmãos, podem se sentir coagidos na presença dos amigos de seus familiares, ou até mesmo com a visita de outras pessoas da família, que não fazem parte do seu circulo familiar restrito.


Dependendo de como é o movimento de pessoas em sua casa, podem restringir ainda mais sua zona de conforto, passando a ficar a maior parte do dia em seus quartos. É muito comum que os fóbicos não atendam a porta, o telefone, e se tranquem em seus quartos quando há visitas em casa, saindo apenas quando o visitante for embora. A interação social básica com o desconhecido ou alguém de pouca intimidade, que para as outras pessoas é algo normal, deixa o fóbico muito desconfortável e ansioso. 


O fóbico social frequentemente "marca" as pessoas que lhe trouxeram mais ansiedade e sofrimento (mesmo que estas não tenham feito nada de errado) e tenta evitar ao máximo seu contato com estas pessoas novamente. Além de evitá-las, tendem a rotulá-las através de criticas negativas, racionalizações e antipatizando com elas, quando na realidade a evitação não está tão depositada nas características da pessoa, mas na própria reação fóbica que experimentou no contato com ela, baseado no seu próprio medo irracional.


O fóbico social frequentemente tem uma autoimagem negativa (independente da atratividade física). Pensa que todos são melhores do que ele, adota uma personalidade muito pensativa a pequenos pormenores e acha que faz tudo mal feito, até quando é o melhor. Apesar destes sentimentos serem muito característicos (ou até obrigatórios) da fobia social, muitos portadores do transtorno não os experimentam conscientemente.


Alguns experimentam um sentimento oposto em forma de defesa, se julgando superiores (principalmente em questões intelectuais e/ou morais) em relação a grande maioria das pessoas, apesar dos pensamentos inconscientes pulsantes de inferioridade que eles próprios carregam. Por vezes, o sentimento de inferioridade perante os outros é facilmente notado, e consciente para o próprio fóbico, demonstrados por pensamentos e falas autoderrotistas. 


Em outros casos, o fóbico dificilmente apresenta alguma demonstração clara de pensamentos de inferioridade, e nunca ou quase nunca demonstra isso em suas falas, normalmente assumindo uma posição de superioridade no plano intelectual, ético, moral, ou em alguns casos financeiro. Nesse último caso, a ideia de sentir-se inferior pode parecer incoerente e inaceitável para o fóbico. As características que revelam o sentimento de inferioridade (conscientes ou inconscientes), e que os dois tipos compartilham, são principalmente as reações de fuga e esquiva, os pensamentos automáticos negativos e os comportamentos autoderrotistas. 


Por mais que o fóbico inconsciente de suas crenças de inferioridade, racionalize as explicações para suas características pessoais e para o seu problema, ele apresenta reações automáticas e inconscientes típicas de crenças de inferioridade. É importante ressaltar também que assim como o medo que o fóbico sente, estas crenças também são irracionais, e de maneira alguma significa que o indivíduo é realmente inferior aos demais. 


É uma crença irracional, mas que o portador crê de maneira irracional e inquestionável (esteja consciente ou não). Um dos pontos importantes do tratamento para a fobia é conscientizar o fóbico de suas crenças, conscientizar do valor irracional e infantil delas, e trabalhar uma maneira de enfraquecê-las e substituí-las por crenças mais saudáveis, adultas e condizentes com a realidade.


Frequentemente são indivíduos que vivem em grandes cidades, onde o contato social teoricamente é maior. Apesar disso, é importante salientar que nas cidades pequenas o hábito de conversar sobre a vida alheia e o maior contato com pessoas conhecidas pode ser pior para o transtorno, pois implica numa maior exposição e vulnerabilidade ao julgamento.


No geral são tímidos e educados, e estas características podem ser confundidas como uma característica normal e benéfica, principalmente por desconhecidos, e assim serem reforçadas indevidamente. O comportamento tímido e educado do fóbico foge aos limites saudáveis, e costumam ser assim pela dificuldade que o portador da fobia sente em se expor emocionalmente, tomar decisões, exigir seus direitos ou mesmo enfrentar naturalmente as mais diversas interações sociais. Estes comportamentos nem sempre são verdadeiros, mas são utilizados (na maioria das vezes de forma automática) para evitar a exposição, o julgamento e a reprovação alheia. 


Geralmente são mais inteligentes (ou possuem mais conhecimento) do que a maioria das pessoas. O isolamento social e a consequente diminuição da atividade mental voltada para o externo (ambiente, sociedade), leva os portadores a uma maior atividade mental voltada para o interno. Com isto, eles acabam se auto-estimulando mais que a maioria das pessoa, o que leva a um desenvolvimento intelectual maior.


A fobia social é frequentemente confundida com excesso de timidez e traços de personalidade do indivíduo e muitos sofrem a vida inteira sem saber que sofre de um transtorno de ansiedade social. A timidez é uma característica da personalidade extremamente comum e normal, que não impede o indivíduo de conquistar o que é necessário ao seu desenvolvimento saudável. A fobia social, apesar de muito confundida com a timidez, não é comparável a ela, e também é incorreto dizer que é uma timidez em excesso. Fobia social é um transtorno de personalidade, caracterizada por um medo irracional de situações sociais, relacionada a reações de luta ou fuga. A fobia social é comparada a reação de exposição de um indivíduo normal a um animal feroz, como por exemplo uma cobra ou um tigre. 


A fobia social incapacita a pessoa para o estudo, trabalho e demais atividades sociais privando o indivíduo de conquistas elementares na vida como amizades, relacionamentos amorosos, formação de uma família e crescimento profissional. Comumente, os portadores de fobia social abandonam a escola e os estudos. Os que conseguem trabalhar ou estudar, buscam profissões onde a exposição social é mínima ou em períodos noturnos. Com tanto esforço psicológico e sacrifício emocional de suportarem a sua própria exposição, com o tempo, eles mentalizam que não precisam das outras pessoas, e começam a evitar todas as situações sociais. 


Isolam-se de toda a sociedade, ganham uma personalidade muito depressiva e desiludidos com a vida, com a culpa do seu ser (ou culpando os outros) na consciência.



Sintomas



Não há sintomas típicos de fobia social; como qualquer transtorno de ansiedade, os sintomas são aqueles típicos de qualquer manifestação de ansiedade. O que caracteriza a fobia social particularmente é o desencadeamento dos sintomas sempre que a pessoa é submetida à observação externa enquanto executa uma atividade. 


Observa-se dentre os fóbicos tremores, sudorese, sensação de bolo na garganta, dificuldade para falar, mal estar abdominal, diarréia, tonteiras, falta de ar, vontade de sair do local onde se encontra o quanto antes. A preocupação por antecipação com as situações onde estará sob apreciação alheia, desperta a ansiedade antecipatória, fazendo com que o paciente fique vários dias antes de uma apresentação sofrendo ao imaginar-se na situação.


Os pacientes com fobia social geralmente não conseguem dizer não a um vendedor insistente, compram um produto de que não precisam, só para se verem livres daquele vendedor, mas também nunca mais voltam àquele lugar. Os namoros muitas vezes são aceitos por conveniência e não por desejo verdadeiro. Os fóbicos sociais freqüentemente têm uma auto-estima baixa e julgam que devem aceitar a primeira pessoa que surge porque acham que não despertarão os interesses em mais ninguém.




Citação:
  • Medo de ser julgado.
  • Medo de ter atitudes constrangedoras em público.
  • Medo de sentir vergonha ou sentir-se ridículo.
  • Ansiedade crônica, às vezes associada também aos ataques de pânico em casos de picos de ansiedade.
  • Ansiedade antecipatória, isto é, aquela que surge antes de se expor socialmente, só de se pensar na situação temida.
  • Reações decorrentes de alterações fisiológicas, como: tensão muscular, sudorese, rubor facial, dificuldade para falar (voz trêmula e voz presa), mal-estar abdominal, mãos e corpo trêmulos, falta de ar e sensação de frio no peito, boca seca, palpitações, vontade frequente de urinar, perda de assuntos sociais devido à preocupação excessiva, entre outros.
  • Desejo intenso de esquivar-se de situações que serão enfrentadas, ou de fugir de situações que estão já sendo enfrentadas. O desejo de esquiva e fuga costumam ser realizados em grande parte das vezes, na intenção do fóbico se proteger destas situações que para ele são aversivas.
  • Angústia e turvação do pensamento.
  • Medo de não estar em estado de comportar-se de modo adequado em situações sociais.
  • Pensamentos negativos em relação à situação e a própria conduta, que consequentemente leva a um aumento ainda maior da ansiedade.
  • Medo de enrubescer-se ou balbuciar.
  • Isolamento social








Diagnóstico



Para fazer o diagnóstico é necessário que a pessoa com fobia social apresente uma forte sensação de ansiedade ou desconforto sempre que exposta a determinadas circunstâncias. A ocorrência eventual para as mesmas situações como, por exemplo, escrever sendo observado exclui o diagnóstico de fobia social.O fóbico social sente-se muito incomodado todas as vezes que alguém o observa escrevendo. 


A intensidade desta reação de ansiedade é desproporcional ao nervosismo que esta situação exigiria das pessoas em geral, e isso é reconhecido pelo paciente. No momento em que a pessoa é exposta a situação fóbica, a crise de ansiedade é de tal forma intensa que parece uma crise de pânico. Por causa de todo o desconforto envolvido nessa situação a pessoa passa a apresentar um comportamento de evitação para estas situações. 


Casos específicos devem ser analisados individualmente, como, por exemplo, uma pessoa que tenha uma doença que deixe suas mãos com aspecto desagradável, poderá sentir-se mal ao ser observada quando assina um cheque, não por causa de uma possível fobia social, mas por causa do temor em que sua doença cause repulso em quem o observa.








Tratamento



O tratamento de um fóbico social de primeira escolha é a terapia cognitivo-comportamental. O uso de fármacos, como os ansiolíticos benzodiazepínicos, buspirona e antidepressivos podem ser bons coadjuvantes da terapia, porém não devem ser utilizados isoladamente, pois apenas mascaram as reações desagradáveis do transtorno, tendo a recidiva da fobia quando são tirados.


O sucesso do tratamento depende de muitos fatores, como a aceitação do paciente ao tratamento psicoterapêutico, a relação entre terapeuta e paciente, o ambiente social e familiar em que o paciente está inserido, entre outros.

Responda-o


Possíveis Tópicos Relacionados...
Tópico Autor Respostas Visualizações Última Postagem
  [PSICOLOGIA] Transtorno de Personalidade Anti Social Mandrake 2 1,743 09-06-2019, 11:14 PM
Última Postagem: Negan
  [PSICOLOGIA] Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH) Mandrake 1 1,206 24-12-2016, 05:01 PM
Última Postagem: Mandrake
  [PSICOLOGIA] Transtorno do Pânico (Síndrome do Pânico) Mandrake 1 1,118 24-12-2016, 04:32 PM
Última Postagem: Mandrake
  Ajuda - Isolamento Social e Psicologico Vin 48 21,013 13-09-2015, 07:56 PM
Última Postagem: Vin

Pular fórum:


Usuários visualizando este tópico: 1 Visitante(s)